Prefeito de Cristiano Otoni quer construir distrito industrial para gerar mais empregos

Recapeamento de ruas, reformas em escolas e contratação de médicos fazem parte dos planos para a cidade

Carlos Rezende tem planos de diminuir fila de espera para atendimento médico no município

Cristiano Otoni é o destino do especial “Desbravando o Paraopeba”, que alcança sua décima sétima semana. Conversamos com o prefeito Carlos Roberto de Rezende (PP), que relatou ter encontrado uma prefeitura sem verba e uma frota de veículos sucateada. A previsão é que nos próximos dias as coisas caminhem com mais facilidade, com algumas obras de recapeamento licitadas e os veículos novos que começaram a chegar. Para gerar empregos, o diferencial será a criação de um parque industrial na cidade. Esse material foi realizado em parceria entre Jornal CORREIO, CORREIO Online e Estrada Real FM. Confira a entrevista completa, com exclusividade para o Jornal CORREIO.

Quais foram os desafios nesses 100 primeiros dias de governo e qual balanço pode ser feito desse período?

Esses primeiros 100 dias, para avaliar é até mais difícil. Porque pegamos uma prefeitura com máquinas, caminhões e veículos quebrados. Não tínhamos licitação, agora que estamos fazendo para compra de material de construção, peças de veículos e máquinas. Agora para a frente vai caminhar bem melhor porque já temos o recapeamento da Rua Nossa Senhora da Guia e uma parte da Vicente Paula Vieira para fazer, licitada. Temos mais de um quilômetro de calçamento de morros rurais com licitação pronta, só aguardando a verba.

O que estava nos planos e já foi executado? O que ainda precisa ser feito?

Já consegui colocar a casa em ordem, mas ainda pretendemos realizar bastante coisa até o fim do ano. Vários calçamentos, asfalto, estradas rurais. Calçar os piores morros e colocar cascalho no restante. Na parte da educação, temos o plano de fazer uma quadra coberta na Escola Monsenhor Raul Coutinho, no bairro Pinheiros. Estamos terminando a reforma da Escola Coronel Alcides Dutra, que era estadual. Vamos passar a Escola Cristiano Otoni para lá. Na Saúde, pretendemos acabar com a fila para exames, consultas especializadas. Queremos fazer uma contratação de médico especialista para diminuir a fila um pouco.

Quais são as metas para o curto, médio e logo prazos?

Mais urgente agora é colocar as máquinas para funcionar, arrumar os veículos, vacinar a população, voltar com as aulas presenciais. Em curto prazo, faremos manutenção na frota escolar. De longo prazo, fazer algumas construções. Temos um plano governo e pretendemos cumprir quase tudo ou tudo.

Qual é a situação financeira do município e o que tem sido feito para otimizar os recursos disponíveis?

Precária. O dinheiro que ficou é vinculado, o recurso próprio foi muito pouco. O município está sem dinheiro. Fizemos a compra de três veículos porque pegamos uma frota muito ruim, dois para a Saúde e um carro para o gabinete. Dois já chegaram e falta só o do gabinete, que já está licitado.

Que setores estão exigindo um empenho maior da sua administração? Por quê?

Saúde. Agora, está mais difícil ainda por causa da pandemia, que é um desafio para todos. Fizemos a licitação para exames da Covid-19, pensando lá na frente. Pedimos dois mil exames.

Como a pandemia tem afetado a sua cidade?

Muito. Com a onda roxa tivemos que dobrar a fiscalização que já estava, e continua. O pessoal não respeita muito, estamos tendo muito trabalho. Os casos aqui aumentaram muito e graças a Deus agora deu uma tranquilizada nas internações. Agora temos que manter a fiscalização para não chegar na onda roxa de novo. Tem sido feita a fiscalização com barreiras nas entradas da cidade, o pessoal está medindo temperatura e incentivando o uso do álcool gel e máscara. À noite, nos horários de fechar o comércio, a fiscalização autua, notifica e multa que desobedece às regras.

O que a sua administração tem feito para mitigar os impactos desta crise financeira e sanitária que já se estende por mais de 1 ano?

Diminuir o gasto, economizando onde pode, para fazer uma reserva, caso precise ter verba disponível para o futuro. Nos próximos meses, vamos repassar cestas básicas para os 630 alunos da cidade.

Qual é a base da economia da cidade? O que será feito para fomentar esse setor?

O forte aqui é o leite e a agricultura. Para apoiar o produtor rural, temos um trator e um caminhão que podem ajudar no transporte de calcário. Está chegando um dinheiro para compra de sementes para doar para os pequenos produtores.

Sua administração já possui traçados para atrair novos empreendimentos para a cidade?

Sim. Temos um plano de comprar um terreno de 20 hectares para o nosso distrito industrial. Estamos em negociação para usar esse terreno para trazer indústrias para cá e gerar emprego. Cristiano Otoni tem pouco emprego. O primeiro passo é adquirir a localização para as empresas se interessarem em ficar aqui. A cidade está bem localizada, à margem da BR-040. Por essa parte, teremos facilidade.

A cidade estuda a possibilidade de realizar algum concurso público? Em caso positivo, há algum planejamento de quando isso deve acontecer?

As provas já estão marcadas para os dias 3, 4 e 11 de julho. Era para ter sido realizado em março do ano passado, por causa da pandemia foi adiado. Serão 44 vagas para setores diversos.

A estação ferroviária de Cristiano Otoni é um importante ponto turístico local

Conheça Cristiano Otoni

Localizado a 20km de Lafaiete, encontra-se Cristiano Otoni, com pouco mais de cinco mil habitantes. Às margens da BR-040, a cidade é de fácil acesso para pessoas que buscam o sossego do interior. Com muitas igrejas históricas e cachoeiras, o município não decepciona os amantes do turismo rural.

Um dos pontos turísticos mais famosos é a estação ferroviária, desativada há vários anos e tombada como Patrimônio Histórico e Cultural. De acordo com a história local, sua construção aponta para o século XIX, quando o imperador Dom Pedro II ainda governava o país. Com a chegada da estação, surgiu um povoado que se tornou a cidade que conhecemos hoje.

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