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Comunidade


Lafaiete lidera estatística de violência contra a mulher na região



foto: arquivo jornal CORREIO


 

O assassinato brutal de uma mulher de 43 anos, pelo marido, José Vieira, de 60 anos, acusado pelo crime, chocou Lafaiete e região pela sua brutalidade. Regienne Rai­mun­da Avelino foi morta com golpes de foice no feriado de 12 de outubro. Segundo a filha da ví­tima, Chayenne Tha­mires Ave­­lino Silva, de 22 anos, a causa teria sido um ciúme doentio.

Devido a problemas de saú­de, como pressão alta e diabetes, o acusado foi levado pa­ra uma unidade de saúde. Desde o dia 13, estava entubado, com dia­g­nós­tico de insuficiência respiratória, em um hospital de Bar­­ba­cena, onde faleceu na manhã de terça-feira, dia 22.

Enquanto a família tenta assimilar a dor, Regienne se junta a uma estatística perturbadora: nos últimos dois anos, outras três mu­lheres foram assassinadas pelos companheiros em Lafaiete. Ouro Branco registrou dois feminicídios re­centes e Congonhas computou três tentativas de feminicídio. Contudo, os dados de violência doméstica e familiar contra a mulher vão bem além e somam 5.065 registros em La­faiete, Con­gonhas e Ouro Branco nos últimos três anos. Os dados fo­ram extraídos do Armazém SIDS/REDS, cujas informações foram baseadas na natureza dada ao registro no mo­mento de sua lavratura e contemplam as ocorrências elaboradas pelo Corpo de Bom­beiros Militar, De­­par­ta­mento de Edificações e Estradas de Ro­da­gem, Polícia Civil, Polícia Mi­litar, Polícia Rodoviária Fe­deral, Sistema Prisional e Sis­te­ma Socioeducativo.

Mais populosa, Lafaiete concentra 57,8% dos casos, ou seja, 2.929 entre janeiro de 2022 e setembro de 2024. Congonhas, 1.214, e Ouro Branco, 922. Os autores são cônjuges/companheiros, ex-cônjuges/ex-companheiros, filhos/enteados, irmãos, namorados(as), relacionamentos extraconjugais, pais/res­ponsáveis le­gais, avós/bisavós/tataravós, ne­tos/bisnetos/tataranetos, além de pessoas que coabitam o ambiente. Entre as ocorrências mais comuns estão agressão/vias de fato (834) e lesão corporal (687), além de casos como violência psicológica (83), maus-tratos (51), estupro de vulnerável (10), estelionato (10), estupro (7) e divulgação de cena de es­tupro e imagem de nudez/sexo (5).

Onde buscar ajuda
Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica (PPVD) - desde 2010, a PPVD da Polícia Militar de Minas Gerais atua no enfrentamento à violência contra as mulheres. O trabalho se baseia em uma metodologia inovadora que realiza uma "segunda resposta" após o primeiro atendimento. Uma equipe especializada analisa as ocorrências mais graves e entra em contato com as vítimas para oferecer acompanhamento e verificar seu interesse em participar do programa.

Projeto "Chame a Frida"
A Polícia Civil de Minas Gerais implementou o projeto "Chame a Frida", um chatbot disponível no WhatsApp que fornece atendimento imediato a vítimas de violência. A ferramenta oferece acolhimento e esclarecimentos de dúvidas, além de encaminhar as vítimas para atendimento com um policial. O serviço está disponível nas De­le­ga­cias Regionais de Barbacena, Con­selheiro Lafaiete e São João del-Rei, com horários de atendimento das 8h30 às 12h e das 14h às 18h30.

Os contatos são: Conselheiro Lafaiete: (31) 9 8489-2819 - Bar­ba­cena: (32) 9 8454-7403 - São João del-Rei: (31) 9 8489-3468

Tipos de violência¹
Estão previstos cinco tipos de violência doméstica e familiar contra a mulher na Lei Maria da Penha: física, psicológica, mo­ral, sexual e patrimonial − Capítulo II, art. 7º, incisos I, II, III, IV e V.
Qualquer uma delas constitui ato de violação dos direitos humanos e deve ser denunciada.

1.Violência física
Entendida como qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal da mulher.

2.Violência Psicológica
É considerada qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da autoestima; prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento da mulher; ou vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões.

3. Violência Sexual
Trata-se de qualquer conduta que constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força.

4. Violência Patrimonial
Entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades.

5. Violência Moral
É considerada qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.

¹Fonte: Instituto Maria da Penha




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Postado por Nathália Coelho, no dia 03/11/2024 - 11:20


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