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Região


Berço do cavalo campolina, conheça Entre Rios de Minas e seus 308 anos de história

Para estimular a interação da população com turismo, município investe em ações de educação patrimonial




Entre Rios de Minas possui forte presença religiosa; ao fundo, Capela de Nossa Senhora da Lapa de Olhos d'Água

Com 308 anos, Entre Rios de Minas surpreende por sua riqueza cultural. A origem do nome é uma referência a dois rios, Brumado e Camapuã, que nascem em Lagoa Dourada e cortam a cidade, banhando cachoeiras e rios na região. Localizada a apenas 52km de Lafaiete, sua história é marcada pela natureza, gastronomia e fé.
Nacionalmente conhecida como “Berço do Cavalo Campolina”, a história começou 140 anos atrás, na fazenda do Tanque, com o nascimento do primeiro cavalo da raça, fruto de um cruzamento entre um garanhão e uma égua, de Cassiano Campolina.

A presença de Cassiano Campolina na região se estende para além dos cavalos. Em seu testamento, doou todos os seus bens para a construção de um hospital. Fundado em 1910, o Hospital Cassiano Campolina é referência para a microrregião, além de ser cartão-postal de Entre Rios de Minas, graças a sua arquitetura neoclássica, e Patrimônio Cultural do estado.

Para o Secretário de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, Felipe Resende, algumas histórias são imperdíveis para conhecer mais sobre a cidade. Uma delas é Manoelina dos Coqueiros, um caso que atraiu muita atenção da mídia nacional em 1930. Manoelina, uma moça simples e honesta, foi curada de tuberculose aos 16 anos por um anjo que, segundo ela, orientou-a a fazer caridade a todos que precisassem.

Depois desse ocorrido, ela começou a ajudar as pessoas, vestindo uma túnica azul e um véu branco. Os relatos contam que ela dormia em uma cama de madeira, se alimentando apenas de vinho e água. Seus milagres atraíram pessoas de todos os cantos do Brasil.

Felipe destaca, ainda, o patrimônio mais antigo do município, de 1701. “As ruínas da Casa de Pedra são da época dos sertanistas e bandeirantes, que construíram uma fortaleza no local, pela bandeira de Fernão Dias. Nas redondezas tinha uma população indígena ali, os Cataguases”, relata.

A gastronomia é um ponto forte no território, com a realização de festivais. “Estamos percorrendo esse caminho desde 2017, com o festival “Receitas de Família”, na praça da cidade, e o festival “Petiscos da Terra”, a nível de estabelecimentos”, destaca Felipe.

Para incentivar a participação da população e desenvolver o setor de turismo, os planos estão a todo vapor. “Hoje, o altar da Capela dos Olhos d’Água, de 1733, está sendo restaurado e no segundo semestre faremos ações de educação patrimonial, para que a população entenda que tudo isso é deles também e se aproxime. Vamos seguir em frente no sentido afetivo, social, cultural e com impacto econômico”, disse.

“Acabamos de contratar o SEBRAE, é um convênio que vai passar por vários em­preendedores que estão dentro do “Caminhos de São Tiago”, para que eles melhorem nos negócios e aprendam mais. Precisamos de um trabalho de guia e captação de turistas”, reforça Felipe.

De acordo com ele, as pessoas deveriam visitar Entre Rios de Minas por causa de sua mineiridade: “É uma zona rural tranquila, acolhedora, com patrimônio cultural e natural. São mais de 10 cachoeiras. É possível ir em uma fazenda antiga, conhecer vários pontos de uma cidade pequena de 15 mil habitantes, andar a cavalo, visitar a casa de Manoelina dos Coqueiros. As pessoas são interessantes. Gosto de viver aqui e ter uma vida urbana simples, mas com uma qualidade de vida muito boa”.


O Hospital Cassiano Campolina é um dos principais cartões-postais da cidade

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Postado por Mariana Carvalho, no dia 06/08/2021 - 09:01


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