Realizando sua pescaria
anual, a Turma dos Ô Quêêê - grupo de pescadores de Lafaiete - partiu no dia
9/9 em direção ao piscoso rio Suiá Miçu, localizado no município de Querência,
no Mato Grosso. Participaram dessa aventura os pescadores: Adalberto, Adilson,
Alexandre, Anézio, Artur Donato, Carlos Magno, Cláudio Josué, Edilson, Elson,
Fábio Ordones, Flávio Augusto, Francisco Stockler, Geovany, João Batista, Joel,
José Maria, José Silvestre, Luiz Flávio, Luiz Ramalho, Mauro Lúcio, Paulo José,
Rafael Grassano, Raul, Tarcísio e Valter.
A escolha do local
Depois de várias discussões sobre as possibilidades, a turma resolveu voltar ao rio Suiá Miçu, onde já havia estado em 2009, contratando os serviços da empresa Brasil Fish Tour, de Belo Horizonte, operadora das pescarias na Pousada. Ficou decidido que os pescadores iriam de ônibus desde Lafaiete, totalizando uma aventura de 4.000 quilômetros contando a ida e a volta.
A preparação
Muitas reuniões foram realizadas para decidir assuntos diversos relativos à pescaria, durante vários meses, até chegar aos últimos detalhes da viagem. Os encontros, sempre muitos prazerosos, tiveram lugar no restaurante e pizzaria Queluz de Minas, onde o papo rolava solto com muita alegria e expectativa pelo sucesso da pescaria. No final da preparação foi realizado o já tradicional encontro de confraternização com as famílias dos pescadores, que este ano foi na linda residência do pescador Joel, em Cristiano Otoni.
A viagem
No dia 09 de setembro,
às 12h30, o ônibus muito confortável da empresa Severo Turismo partia de
Lafaiete, parando em Congonhas para embarque do pescador Mauro Lúcio e em Belo
Horizonte para acolher os pescadores Chico Stockler e Raul Tadeu. O jantar
desse dia foi na cidade de Paracatu. Cruzamos Brasília já à noite e paramos
para o café da manhã no interior de Goiás.
A chegada em Barra do Garças se deu por volta de 11h30 . Fomos todos encaminhados à Pousada Águas Quentes para hospedagem, banho e saída para almoço na Churrascaria Beira Rio. À tarde, um breve descanso para recompor as energias e a turma toda foi aproveitar as delícias do parque de águas quentes anexo ao hotel, com direito a rio lento, tobogãs, piscinas de águas quentes, bar molhado e outras atrações. À noite, uma saída para jantar e novamente no hotel para uma boa noite de sono e prosseguir viagem no dia seguinte.
Saímos às 6h30, após o café da manhã com destino a Querência, chegando por volta das 13h. Almoçamos numa churrascaria onde os pescadores trocaram de ônibus, já que aquele em que fomos até lá não tinha condições de enfrentar os 170 km de estrada de terra que esperavam pela turma. Para surpresa geral, o ônibus alternativo possuía até ar condicionado, sendo todo vedado e imune à poeira, o que muito agradou os pescadores. Chegamos à pousada às 18h, onde os pescadores ocuparam seus quartos, tendo sido feito o sorteio dos piloteiros para início da jornada de pesca no dia seguinte.
A semana de pesca
Desde o primeiro dia, o
rio Suiá Miçu já confirmava sua fama de dar sempre muito peixe. Logo já saíam
os primeiros trairões e também bicudas, corvinas, cacharas, tucunarés e outros
com menor intensidade que fizeram a alegria dos pescadores. Todos, sem distinção,
fizeram boas capturas e tiveram emoções fortes. Com certeza essa diversidade de
peixes é produto da implantação da cota zero de abate, iniciada na pousada a
partir de 2011 e que, com certeza, contribui decisivamente para a manutenção
dos altos níveis pesqueiros.
Apenas alguns poucos exemplares foram abatidos somente para alimentação dos pescadores na pousada e nos famosos almoços na mata. Mesmo assim, não é permitido abater nenhum trairão e nem mesmo peixes que possam ser matrizes para a reprodução no rio.
Foi uma festa durante toda a semana. Além dos peixes, muitas aves raras foram avistadas e também muitos bichos da fauna local, como ariranhas, jacarés, anta (vista pelo pescador Mauro Lúcio), capivaras e, pasmem, até uma onça preta e uma pintada foram vistas. No caso das onças, os pescadores Edilson e José Maria foram quem as avistou primeiro. Depois chegaram os pescadores Silvestre e Luiz Flávio que também as viram, embora as mesmas estivessem mais dentro da mata, encoberta por algumas árvores e vegetação. Um pouquinho mais tarde e com maior sorte, o pescador Joel pôde fotografar a onça preta, na beira do rio, totalmente livre da vegetação, fazendo lindas fotos do animal.
Foram destaque também as confraternizações entre os pescadores na pousada após cada dia de pesca. Num clima de muita amizade e satisfação por estarem participando da aventura, foram consumidos muitos momentos de saudável papo, regados a cervejas geladas e tira-gostos da melhor espécie. Não faltou o violão levado pelo João Lobo e tocado pelos pescadores Edilson, Paulão e Silvestre e ainda o famoso berrante executado com maestria pelo pescador Valtinho.
Vencedores do concurso
No fim da semana, os vencedores do concurso de pesca foram premiados com troféus, segundo a categoria da conquista:
Maior Tucunaré - 4,5 kg ? Pescador Edilson (parceiro José Maria);
Maior Trairão ? 11 Kg ? Pescador Adalberto (parceiro Paulo José);
Maior quantidade de peixes - Dupla Tarcísio e Elson.
A viagem de volta
Após a pescaria da sexta-feira, todos se prepararam para a viagem de volta. Saímos da pousada, após o jantar, por volta das 21h, empreendendo uma viagem, ?non-stop? de 34 horas até Lafaiete. A chegada se deu por volta das 8h do domingo, graças a Deus, sem qualquer problema durante todo o trajeto.
Agradecimentos
A turma de pescadores agradece ao pessoal da pousada (proprietário, piloteiros, cozinheiras, arrumadeiras e pessoal de infraestrutura) pela acolhida e tratamento. Agradece também à guia Alice, que com carinho e dedicação cuidou para que todos tivessem uma viagem mais agradável possível. Também agradece à Brasil Fish Tour pela eficiência na operação dessa pescaria.
Já pensando no ano que vem...
José Silvestre Vieira
Aposentado, fotógrafo de aves e pescador
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Escrito por Pesca, no dia 07/10/2016
