Eu gostaria de ver uma pesquisa indagando as pessoas sobre quais foram os melhores dias delas na escola infantil até o ensino médio. Quais foram os seus? Os melhores dias foram aqueles em que as pessoas tiveram atividades diferenciadas, fugindo à rotina de uma aula atrás da outra, cansativas, pouco atraentes e nem sempre com professores simpáticos. Certamente as respostas para essa pesquisa falariam dos dias cívicos, das festas das mães ou pais, das excursões ou formaturas, visitas a outras escolas ou a museus, ou, principalmente, aqueles dias de aulas que não tiveram aulas. Enfim, os dias de ruptura com a rotina.
Afora isso, aquelas aulas com os professores mais queridos. Como isso é marcante! Esperar o dia chegar para ter aulas com aqueles professores atenciosos, dedicados e amigos. Pronto isso é tudo. Só que no todo não passaram momentos de exceção, o que se torna muito pouco para uma vida inteira de uma pessoa na escola. A conclusão é simples nesse sentido: a escola é uma experiência ruim, que tem lá seus dias de felicidades, que deixam boas lembranças. Mas escola deveria ser sempre assim?
Há três anos, eu ouvi de uma mãe que estava pensando em mandar seu filho para estudar na capital mineira uma sábia frase que dizia não saber se estava decidida a pagar caro para seu filho não ser feliz em uma escola famosa, mas pouco atraente. Eu refleti muito sobre a frase, pois estava preparando também a saída de meu filho para a mesma escola. Como ele era muito novo ainda, decidimos com ele que seria bom esperar por mais um ano para sair de casa para estudar. No entanto, aquela senhora mandou seu filho. Ele vivenciou a experiência daquela escola, odiou, não se adaptou, ficou infeliz e triste, retornando no ano seguinte para casa. No ano seguinte, meu filho foi para a mesma escola e se sentiu feliz. Era o que ele queria.
Você, cuidador ou cuidadora de estudantes ou parente, já perguntou a eles quais foram os dias mais felizes que eles vivenciaram na escola? Já experimentou contar para eles quais foram suas experiências mais saudosas como estudante? Agora imagine se uma escola fosse vista pelos alunos como aquela em que todos gostariam de estudar por ter uma rotina leve, mas academicamente séria, tanto para os professores quanto para os alunos? Você gostaria de ver seus filhos ou parentes doidos para ficarem na escola o dia todo por gostar da ambiência de estudos e convivência?
Esse tipo de escola é real. Onde existem unidades delas, os portões ficam abertos, os próprios alunos elaboram as regras de estudos e convivência e elas são aplicadas e cobradas com rigor por eles próprios. Esse tipo de escola é um lugar de aprendizagem intensa, a começar pelos professores. Os alunos pesquisam, trabalham em grupos, escolhem temas de estudos, cumprem o conteúdo básico curricular e obtêm resultados iguais ou superiores aos demais das escolas de rotina triste. Elas estão espalhadas mundo afora e começam a florescer no Brasil. Como isso é possível?
É possível porque os pais estão vendo seus filhos interessados em frequentar uma escola onde possam imprimir o ritmo do seu mundo contemporâneo e tristes e desanimados de frequentar uma escola em que o professor fala o tempo todo, de forma monótona. Esses mesmos pais estão vendo as notas baixas dessas escolas na avaliação oficial do governo e o desempenho insuficiente dos estudantes. No dia que esses pais e responsáveis tiverem mais informações sobre esse outro tipo de escola, tenho certeza de que todos, famílias e estudantes, vão optar por elas.
Gente, eu tenho uma boa base de informações sobre essas escolas, principalmente porque tenho visitado várias vivências escolares diferentes. Vamos conversar sobre isso. Que dia podemos fazer um primeiro encontro? Você está disposta a pagar uma mensalidade cara para construir a infelicidade do seu filho? Ou dar de graça a infelicidade do seu filho numa escola pública?
José Antônio dos Santos
Mestre pela UFSJ
Contato: joseantonio281@hotmail.com
Você está lendo o maior jornal do Alto Paraopeba e um dos maiores do interior de Minas!
Leia e Assine: (31)3763-5987 | (31)98272-3383
Escrito por Educação, no dia 21/03/2016