O CADERNO DE NOTAS agora é epílogo. Acrescento que deve ser entendido de per si, isoladamente, em si mesmo, sem ligação com os outros. É um moribundo no mais perfeito dos passamentos. Não foi, em vida útil, nenhum prócer, prestigioso, influente. Viveu em um maniqueísmo intenso. O bem e o mal lhe tornaram aguerrido objeto de palavras. Tinha mesmo uma inclinação para o bom combate. Não outorgou e nem promulgou nada na vida. Sei, por ouvir dizer, que dava graças pelo “fim” do voto censitário. Gostava de ver anotada a diferença quase imperceptível entre as coisas. Jamais foi filósofo. Assertivo, optava por declarações negativas de qualquer escritor. Diametralmente sofria com a ausência de confluência para um mesmo ponto. Suas páginas, mesmo quando vivas, jovens, enérgicas, eram um espectro. Ele mesmo sempre foi um espectro. Que triste lembrança permanente do meu CADERNO DE NOTAS. Seu nêmese, durante toda sua vida, obstáculo, adversário difícil de derrotar, ele jamais me revelou.
Sílvio Lopes de Almeida Neto
Agosto 06, 2020
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Escrito por Silvio Lopes, no dia 07/08/2020
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