Em duas oportunidades, uma em 2009, com a Turma dos
Ô Quêêê (nesta viagem, estiveram também presentes os inesquecíveis pescadores
Air Dourado (Coelho) e Lauderlandson Andrade (Bill), falecidos precocemente, de
quem sentimos muita falta) e outra em 2011, com os amigos Ronaldo, Siffert e
José do Carmo, estive na Pousada Suiá-Miçu, no Mato Grosso. Pescarias normais,
de cinco dias. A escolha da pousada foi de tanto ver fotos de peixe e incríveis
relatos encontrados na internet. Para quem se interessar, compartilho algumas
considerações sobre a pescaria e a pousada lá existente, já que considero esse
o melhor local que já pesquei para encontrar os trairões gigantes da Amazônia.
Época - No início de julho, o rio Suiá está quase dentro da caixa. Para quem quer pescar com isca viva, é uma época ideal. Já para quem quer pescar exclusivamente com artificiais ainda é cedo, pois 80% da pescaria de artificial é feita nos lagos e, nessa época, esses lagos ainda estão cheios, com quilômetros de mata alagada em volta, refúgio dos peixes menores e dos predadores que deixam o lago e entram na mata. Dessa forma, para pesca com iscas artificiais a temporada é melhor a partir do final de agosto até o final de outubro.
O local – Lindo! Têm paisagens incríveis, rios de
águas transparentes que em nada ficam a dever à região de Bonito (MT). Fauna
preservada, muitos jacarés, antas atravessam o rio, (vimos várias!), capivaras,
patos, pacas e tantos outros. Tem muito, mas muito peixe mesmo. Dando sorte de
pegar uma boa semana, não tem erro. Trairões magníficos, tucunarés, matrinxãs,
barbados, jaús, cacharas, cachorras, pirararas, corvinas, pacus e muito outros.
Tem um rio muito transparente, que é de uma beleza estonteante e onde podem ser
vistos peixes nadando em seu leito.
A pousada - Ótima estrutura, muito conforto, comida boa, atendimento muito bom. Os piloteiros são jovens, alguns sem muita experiência, mas são esforçados para servir bem o seu cliente. O gerente Márcio Rosa é muito eficiente, resolvendo todos os problemas que ocorrem. Existem bons barcos com motores 18, que não são tão rápidos quanto os 25. Mesmo assim, têm bom rendimento. Tem piscina, área para churrasco e os apartamentos são para dois ou três companheiros com relativo conforto. Tira-gostos de peixe são feitos a todo momento. A área é toda gramada e o porto fica bem perto dos alojamentos. A energia é proporcionada por gerador, que é desligado por volta das 22h. Tem uma agência de BH que cuida dessa viagem de pesca.
O trajeto - Na viagem que fizemos de caminhonete, com um mapa em mãos, não tivemos problemas para chegar lá, mas é bom se informar antes, pois, após a cidade de Querência, praticamente não existem placas indicatórias para a pousada. O ideal é sair pelo Triângulo Mineiro, via Uberlândia e cruzar o estado de Goiás, entrando no Mato Grosso em Barra do Garça. Daí é seguir para Canarana, depois Querência (onde acaba o asfalto) e, finalmente, a pousada. Em Barra do Garça, para quem quiser curtir uma diversão diferente, tem um clube com piscinas naturais e água quente, semelhantes às existentes em Caldas Novas.
A pescaria - Pegar um trairão com isca artificial
até julho é mais difícil; os tucunarés grandes também. É que o rio está cheio e
os peixes ficam muito dentro das matas. Mesmo assim, nas bocas dos corrixos
pegam-se bons exemplares de tucunaré. A partir de agosto e mais em setembro, a
isca artificial é muito atacada por quase todos os peixes. Já a pescaria com
isca viva (tuvira e piau) chega a ser covardia. Para se ter uma ideia, em um
único pesqueiro do rio, eu e Ronaldo em um barco, e o Siffert e Zé do Carmo em
outro, pegamos nove trairões, todos com mais de oito quilos em pouco mais de
uma hora. No rio entram fácil cacharas pequenos de 3kg a 8 kg, cachorras
enormes e corvinas. Pirararas pequenas, até 5 kg, também são comuns.
Bom, quero muito voltar lá. Esse roteiro foi incluído nas discussões da Turma dos Ô Quêêê para a pescaria de 2015, mas, por voto da maioria, foi escolhido pescar na Amazônia. Quem sabe no ano que vem...
José Silvestre Vieira
Aposentado e pescador
Contato:josesilvestrevieira@gmail.com
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Escrito por Pesca, no dia 21/08/2015
