Foto: arquivo Jornal CORREIO
Representantes dos hospitais São Camilo, Queluz e Maternidade São José entregam cartas de intenção à Prefeitura de Lafaiete para gestão do Hospital Regional
Três importantes instituições de saúde de Conselheiro Lafaiete – Hospital São Camilo, Hospital e Maternidade São José e Hospital Queluz – protocolaram na Prefeitura Municipal cartas de intenção formalizando o interesse em assumir a gestão do futuro Hospital Regional. O equipamento de saúde, cuja obra ficou paralisada por mais de uma década, está prestes a ser retomado e tem previsão de conclusão até o segundo semestre de 2026.
Cada hospital apresentou proposta individual, destacando suas experiências na área da saúde, a infraestrutura disponível e o histórico de atuação em Lafaiete e municípios vizinhos. A iniciativa sinaliza o desejo das entidades locais em contribuir diretamente para a operacionalização do Hospital Regional, que deverá ofertar serviços de média e alta complexidade à população da região.
O prefeito Leandro Chagas celebrou a manifestação de interesse das instituições lafaietenses. “Recebemos com grande satisfação a atitude dos nossos hospitais. Isso mostra o comprometimento das nossas instituições com a saúde pública e a esperança de que o Hospital Regional se torne um marco de qualidade no atendimento”, afirmou.
O anúncio da retomada das obras foi feito em coletiva no dia 2 de abril, com a presença do prefeito, vereadores e autoridades estaduais, entre elas o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti. Segundo ele, os entraves envolvendo o distrato com a antiga construtora já foram resolvidos, e o contrato com uma nova empresa – que também atua na construção do Hospital Regional de Divinópolis – será assinado até o fim de abril. A mobilização no canteiro de obras está prevista para ocorrer entre 60 e 90 dias após a assinatura.
“O hospital de Lafaiete vai reforçar a rede de saúde regional, oferecendo cirurgias eletivas, retaguarda de CTI e diminuindo a dependência de Barbacena e Belo Horizonte. Além disso, há uma discussão para que a cidade receba um núcleo oncológico”, afirmou Baccheretti.
Durante os anos de abandono, o prédio sofreu com depredações e ficou defasado em relação às normas da Anvisa. O projeto original precisou ser revisto e atualizado, e essa readequação já está 80% concluída.
A unidade em Lafaiete integra um conjunto de cinco hospitais estaduais em andamento. Divinópolis e Teófilo Otoni devem ser entregues ainda em 2025. Já Sete Lagoas, Governador Valadares e Conselheiro Lafaiete têm previsão de conclusão para 2026. O sexto hospital, em Juiz de Fora, está com obras judicializadas e sem previsão de retomada.
Mesmo antes da entrega das novas unidades, o governo de Minas já admite que não terá capacidade de assumir diretamente a gestão dos hospitais regionais, devido a limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Em entrevista recente, a Rádio Itatiaia, o secretário Fábio Baccheretti afirmou que o Estado já ultrapassou o limite legal com despesas de pessoal e que a única alternativa será transferir a gestão a parceiros, como instituições filantrópicas, universidades ou entes do terceiro setor.
“Nós não temos condições pela LRF de ter nenhuma pessoa a mais. Só há uma forma de esses hospitais funcionarem: por meio de cessão ou parcerias. Nós custeamos, mas quem contrata é a entidade gestora. Não temos como trazê-los para a Fhemig”, explicou Baccheretti.
O modelo a ser adotado para o Hospital Regional de Divinópolis, por exemplo, prevê a gestão pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), via Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), ligada ao Governo Federal. A operação envolve ainda a prefeitura da cidade, o Governo do Estado e a Assembleia Legislativa, que precisará aprovar a transferência do terreno onde o hospital está sendo construído.
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Postado por Sônia da Conceição Santos, no dia 20/05/2025 - 13:20