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Polícia


Avenida Telésforo lidera as estatísticas de acidentes em Lafaiete

Rodovia federal e as estaduais são mais letais; Observatório de Segurança Pública registra 72 mortes em 10 anos



Foto: Arquivo Jornal CORREIO


A avenida Prefeito Telésforo Cândido de Resende concentra a grande maioria dos sinistros

 

 

Dados recentes do Obser­vatório de Segurança Pública de Minas Gerais mostram que quem assumir o Executivo de Conselheiro Lafaiete no próximo dia 1º de janeiro terá um grande desafio pela frente. Entre 2014 e 2024, o município registrou, dentro dos seus limites, 15.716 acidentes, e em aproximadamente 23% desses registros houve vítimas. Pelo menos 3.454 pessoas ficaram feridas e 72 morreram. Os dados também mostram que a avenida Prefeito Telésforo Cândido de Resende concentra a grande maioria dos sinistros: foram 1.444 registros em um intervalo de 10 anos.   

A via, congestionada em horários de pico e utilizada como principal acesso às áreas comerciais e residenciais, também concentra bares, restaurantes, boates e é o ponto de encontro dos jovens na cidade. Em seguida, a BR-040 apresenta 551 ocorrências. O número representa menos da metade do que é observado na Telésforo, mas, dada a velocidade permitida em ambas as vias, acidentes na BR tendem a ter maior gravidade.  

E como se trata de dados municipais, o problema se estende aos bairros. Na sequência, aparecem a rua Lopes Franco (270 acidentes), a rua Professor Manoel Martins (247) e a rua Santa Efigênia (233). A MG-129, embora esteja em 15º lugar, não deixa de ser preocupante, também pela velocidade permitida, contabilizando 171 acidentes. Na sequência, vem a MGC-482, com 170. Em comum, elas possuem o fato de serem acesso para chegada ou saída da cidade.

 

Acidentes com vítimas   

Embora qualquer acidente tenha o potencial para causar transtornos e prejuízos, aqueles que causam vítimas são os mais preocupantes, e, nos últimos 10 anos, eles representaram cerca de 23% dos registros. Os dados do Observatório de Segurança Pública de Minas Gerais indicam que, entre os 15.716 registros, 3.570 resultaram em vítimas. O ano com maior total de sinistros, e, por consequência, maior número de registros com vítimas, foi o ano de 2014, com 456. Em contraste, o ano de 2020 registrou o menor número de acidentes com vítimas, totalizando 249. O fato pode ser atribuído, em parte, ao impacto das medidas de distanciamento social impostas pela pandemia de Covid-19, que influenciou o fluxo de veículos e o comportamento das pessoas. Em 2024 já são 221.

Chama a atenção, também, o caráter evitável das ocorrências computadas na última década. A análise das causas dos acidentes revela que 1.370 foram provocados por falta de atenção, enquanto 191 têm como fator presumido a condução sob efeito de álcool. A desatenção, bem como o consumo de álcool em combinação com a direção, continuam sendo os principais vilões das estatísticas de trânsito.  

A distribuição demográfica das vítimas também é relevante. A maioria, 1.782 pessoas (29,7%), está na faixa etária de 18 a 29 anos, um dado que levanta questões sobre a segurança dos jovens motoristas e a necessidade de programas de educação para o trânsito focados nesse grupo. As idades entre 30 e 39 anos e 40 e 49 anos também apresentam números relevantes, com 929 e 557 vítimas, respectivamente. Outro recorte oferecido pela plataforma é o perfil racial: observa-se que 1.893 vítimas são brancas, 1.416 pardas, 593 não informadas e 408 negras. A predominância masculina é clara, com 70,06% das vítimas sendo homens, em contraste com 29,6% de mulheres. Em 0,034% dos registros não consta esta informação.  

Os locais com maior incidência de acidentes com vítimas incluem, novamente, a avenida Prefeito Telésforo Cândido de Resende (259 ocorrências). Outras áreas de atenção incluem a Francisco Lobo (99), Santa Efigênia (74) e a BR-040 (69), que continuam a ser pontos críticos que necessitam de intervenções urgentes.

 

Perigo em rodovias federal e estaduais   

Quando se analisa a letalidade dos acidentes, salta aos olhos o risco que correm aqueles que precisam circular com frequência na rodovia federal BR-040 e nas estaduais. Em 10 anos, 18 pessoas morreram dentro dos limites da BR-040 em Lafaiete, seis perderam a vida na MG-129 e cinco na MGC-383. Alfredo Zebral (2) e Marechal Floriano registram duas mortes cada.

 

Acidentes em 2024   

Quando recortamos apenas o ano de 2024, podemos observar que o padrão se repete ao longo dos anos, com a Telésforo, mais uma vez, como a via mais violenta da cidade em número de acidentes: ela concentra 103 dos 1.198 sinistros registrados no ano, à frente da BR-040 (79), e das ruas Lopes Franco (38) e Manoel Martins (24). Houve vítimas em 221 casos, sendo 17 na avenida, oito na BR-040 e seis na MGC-482. Vinte e oito foram graves ou deixaram a vítima inconsciente, resultando em três mortes: uma na BR-040, uma na rua Bernardo Guimarães e uma na Moacir de Souza Júnior.




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Postado por Sônia da Conceição Santos, no dia 20/10/2024 - 11:43


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