Fotos: Divulgação
A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) visitou Congonhas no último fim de semana, investigando os impactos da mineração na comunidade local. A deputada Beatriz Cerqueira (PT), autora do requerimento para a visita, destacou a preocupação com as nascentes que abastecem o bairro Pires, agora afetadas por atividades mineradoras.
Durante a visita, a comissão ouviu relatos de moradores e caminhoneiros autônomos que enfrentam dificuldades devido ao cancelamento de contratos com as mineradoras. Vinícius Henrique, um dos motoristas, expressou sua angústia: “Estão nos jogando pra fora de casa. Sem os fretes, não consigo sustentar minha família”. Esse depoimento reflete uma realidade comum entre os trabalhadores locais, que sentem o impacto negativo da mudança de fornecedores.
A visita também incluiu a comunidade de Santa Quitéria, moradores relataram medo de perder suas casas e a própria história da comunidade. “Quando se trata de mineração, a violação de direitos é constante”, afirmou Beatriz Cerqueira.
No Pires, Marlene de Souza Alves manifestou preocupação com as consequências da mineração para a água potável. “Minhas nascentes estão sendo destruídas”, lamentou. As comunidades temem que a escassez de água leve à cobrança pelo abastecimento, um agravante para uma população que já enfrenta dificuldades.
Durante a visita, a Comissão constatou a redução na vazão das nascentes João Batista, que historicamente apresentavam uma vazão de 50 a 60 m³/segundo, caindo para 10 a 12 m³/segundo. A empresa Ferro + admitiu que essa diminuição pode afetar o lençol freático, mas justificou que a escassez também se deve ao longo período de seca.
O clima de incerteza e medo permeia as comunidades visitadas. Moradores de Santa Quitéria relataram que a falta de informação sobre o decreto e os planos de desapropriação os deixam angustiados. “Aos 76 anos, vou ter que recomeçar a vida em outro lugar?”, questionou Paulo Soares.
Diante dos desafios enfrentados, a Comissão de Meio Ambiente se comprometeu a acompanhar a situação e buscar formas de apoio às comunidades afetadas. A resistência dos moradores é forte, e a expectativa é que a pressão da sociedade civil possa levar a uma revisão das práticas mineradoras na região.
Fonte:ALMG
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Postado por Rafaela Melo, no dia 25/09/2024 - 17:20