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Região


Após surpreender outras cidades, oficinas gratuitas para formar multiplicadores em educação patrimonial chegam a Belo Vale

Pessoas que se interessem pela temática do patrimônio já podem se inscrever para as 40 vagas gratuitas na formação de multiplicadores do Programa Educativo Iphan+80



foto: arquivo jornal CORREIO


 

O Programa Educativo Iphan+80, que já envolveu as localidades de Congonhas, Ouro Branco, Miguel Burnier, Mariana, Juiz de Fora, Cataguases e Belo Vale em uma ação de pintura de muros representando bens culturais locais, está em nova fase. Além das intervenções artísticas da primeira etapa, o Programa contempla agora uma série de oficinas com o intuito de formar membros da comunidade para atuarem como multiplicadores em educação patrimonial.

Andréia De Bernardi, idealizadora e coordenadora geral do Programa, se recorda com emoção de como foi começar pela cidade. “Belo Vale é uma cidade deliciosa, daquelas que as pessoas ficam sentadas conversando na calçada, sabe? Daquelas que a gente sente vontade de mudar para lá na hora!”, disse. Na primeira etapa, foi realizada intervenção com a artista Anna Göbel que, juntamente com a comunidade, pintou o muro da Escola Estadual Doutor Gama Cerqueira. Segundo Anna Göbel, “A pintura do muro, o primeiro muro do Programa, foi incrível! Pintamos as três dimensões do patrimônio (material, imaterial e pessoal). Para representar o patrimônio material, tinha a Fazenda Boa Esperança, a Igreja de Santana, entre outros bens culturais; já o patrimônio imaterial foi representado com a culinária da região, os saberes locais e a dança do pau de fitas.  E o patrimônio pessoal é aquele que só a gente sabe o que é, pois guardamos numa gavetinha dentro do nosso coração”, disse.

Sobre a segunda fase, Andréia De Bernardi, que é também uma das mediadoras que atua na Formação, revela que nas cidades pelas quais já passaram “as oficinas tiveram grande sucesso de público, com todas as vagas ofertadas preenchidas. O que demonstra o grande interesse que a educação patrimonial afetiva desperta nas pessoas. E isso está muito visível nos olhares, nos gestos, nos abraços, nos apertos de mão, na disponibilidade das pessoas, no brilho do olhar, nos sorrisos e no engajamento que elas demonstram em participar de cada atividade que propusemos nos dois dias,” disse.

A formação de multiplicadores do Programa Educativo Iphan+80 será realizada nos meses de agosto e setembro. Nas oficinas, quaisquer pessoas que se interessem pela temática terão a oportunidade de participar de uma vivência dinâmica. A proposta é envolver os sentidos no processo de redescoberta do patrimônio cultural de cada cidade. Além dos conceitos e teorias que permeiam esse tipo de formação, o objetivo é promover uma ação sensível e transformadora.

Ao final, os participantes  receberão certificado de Multiplicador do Programa Educativo Iphan+80, além de materiais didático-pedagógicos especialmente elaborados como o “Caderno do Professor”,  com conceitos e sugestões de atividades de educação patrimonial aplicáveis a diversas faixas etárias e níveis de ensino tanto no contexto das escolas, quanto no contexto dos centros culturais e dos museus. Em cada cidade serão ofertadas 40 vagas direcionadas a quaisquer pessoas que se interessem pela temática, professores, agentes culturais, artistas, artesãos, quitandeiras... A inscrição e a participação na oficina são gratuitas.

Andréia De Bernardi explicou também que “os materiais que foram desenvolvidos pela equipe, o Caderno do Professor, o Caderno do Estudante e da Comunidade, o Livro Audiovisual e a própria oficina tiveram uma aceitação muito boa por parte do público participante.” A coordenadora pontuou também que “vendo estes materiais ‘na rua’, materiais que os multiplicadores vão utilizar junto aos seus grupos em espaços diversos, fica evidente a conexão entre a prática e a teoria. Os  materiais produzidos pelo Programa podem ser ferramentas muito potentes a serem utilizados pelo multiplicadores,” disse.

Em Belo Vale, as oficinas serão realizadas nos dias 17 e 18 de setembro, terça e quarta-feira, das 18h às 21h30, na Escola Municipal Maria da Conceição Monteiro de Castro Soares (Dona Filhinha), na rua José Augusto de Rezende, 112, Centro. As vagas são limitadas e as inscrições devem ser feitas  pelo site www.iphan80.com.br.

Como foi a primeira fase
O Programa Educativo Iphan+80 movimentou sete cidades de Minas Gerais, promovendo o reconhecimento, a valorização e a preservação do patrimônio cultural. Em parceria com os artistas Chico Simões e Anna Göbel, a primeira fase buscou envolver as comunidades participantes na pintura de murais inspirados na cultura local. A abordagem da Educação Patrimonial Afetiva, adotada pelo Programa, envolve ativamente as comunidades no processo de reencontro com o seu patrimônio. O processo de pintura dos muros e o resultado em cada cidade podem ser vistos no site www.iphan80.com.br.

Em Belo Vale, o Programa retratou, no muro da Escola Estadual Doutor Gama Cerqueira, a Estação Ferroviária, a Dança das Fitas, a Igreja de Santana, o Museu do Escravo, a Fazenda Boa Esperança, o casarão dos Araújo, a culinária local e uma representação que fala da memória coletiva e do patrimônio pessoal. Tudo isso com a ajuda dos estudantes e funcionários da escola e da comunidade local.

A abordagem da Educação Patrimonial Afetiva, abraçada pelo Programa, envolve ativamente os participantes no processo de reencontro com o seu patrimônio. Em Belo Vale, por exemplo, o Sr. Valdeci dos Santos, porteiro da escola que recebeu a intervenção artística, pediu para pintar as pedras da entrada de uma igreja que já estava quase pronta. “Tá faltando umas pedras. Tudo bem se eu acrescentar?”, perguntou ele. Quando ele estava pintando, revelou que se casou naquela igreja e que ficou duplamente emocionado: por rememorar esse momento importante e por representar, ele mesmo, parte de sua história no muro da escola em que trabalha e cuida.

A vivência demonstra como a Educação Patrimonial Afetiva pode ser uma ferramenta valiosa para transformar a percepção da comunidade em relação aos seus bens culturais, dando-lhes um novo significado e fortalecendo os processos de construção identitária.

Sobre o Programa Educativo Iphan+80
Encomendado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e realizado pela Akala, organização da sociedade civil sem fins lucrativos de Belo Horizonte, o Programa Educativo Iphan+80 busca integrar arte, educação e comunidade. Viabilizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, conta com os seguintes patrocinadores: MRS, Gerdau e BAUMINAS.

Sobre o IPHAN
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura que responde pela preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro. Cabe ao Iphan proteger e promover os bens culturais do País, assegurando sua permanência e usufruto para as gerações presentes e futuras.

Sobre a Akala
Associação cultural sediada em Belo Horizonte, a Akala é reconhecida por criar e implementar relevantes projetos educativos e culturais. Desde a sua fundação, se destaca pela proposição e realização de importantes projetos, tendo recebido prêmios e menções honrosas nacionais e internacionais, entre eles, o “Prêmio Economia Criativa do Ministério da Cultura” e o “Prêmio Ibero-americano de Educação e Museus”, concedido pelo IBERMUSEUS.

SERVIÇO:

Formação de multiplicadores do Programa Educativo Iphan+80 - Belo Vale
As inscrições são gratuitas e devem ser feitas no site: www.iphan80.com.br. Vagas limitadas.
Datas: 17 e 18 de setembro de 2024
Horário: das 18h às 21h30
Local: Escola Municipal Maria da Conceição Monteiro de Castro Soares (Dona Filhinha)
Endereço: rua José Augusto de Rezende, 112, Centro

Site do Programa: www.iphan80.com.br
Instagram: @iphanmais80

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Postado por Nathália Coelho, no dia 12/09/2024 - 07:20


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