Foto: Arquivo Jornal CORREIO
Rio Espera possui um dos piores tratamentos de esgoto do Alto Paraopeba
Dados do Censo 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o Brasil e a região ainda têm muito o que avançar quando o assunto é o acesso ao saneamento básico e coleta de lixo nos municípios. Os indicadores melhoraram desde 2010 nas quatro áreas pesquisadas, com destaque para o percentual de pessoas vivendo em lares com banheiro exclusivo (não compartilhado). No país, o índice subiu de 64,5% em 2010 para 97,8%. Na região, 100% dos domicílios de Casa Grande, São Brás do Suaçuí, Senhora de Oliveira e Lamim contam com essa estrutura, e até mesmo nos dois municípios com o mais baixo desempenho – Itaverava e Piranga – estão na casa dos 99,66%.
O maior desafio é, de longe, o descarte adequado de esgoto. No país, o atendimento foi de 64,5% para 75,5%, sendo considerados como adequado o esgoto que vai para as redes públicas de coleta (geral ou pluvial) e para fossas sépticas ou com filtro. De acordo com os dados apurados pelo IBGE, a proporção da população residindo em domicílios com esgotamento por rede coletora mostrou relação com o tamanho populacional dos municípios: nos municípios com até 5.000 habitantes, apenas 28,6% deles vivia em domicílios com coleta de esgoto. Esse número sobe gradualmente a cada classe de tamanho da população, até atingir 83,4% nos municípios com 500.001 habitantes ou mais.
“Entre os serviços que compõem o saneamento básico, a coleta de esgoto é o mais difícil, pois demanda uma estrutura mais cara do que os demais. O Censo 2022 reflete isso, mostrando expansão do esgotamento sanitário no Brasil, porém com uma cobertura ainda inferior à da distribuição de água e à da coleta de lixo”, explica Bruno Perez, analista da pesquisa. Nesse quesito, só quatro, entre as 20 cidades da região, atendem mais que 75,5% da sua população. São eles: Conselheiro Lafaiete (94,20%), Ouro Branco (90,93%), Entre Rios de Minas (87,70%) e Congonhas (84,09%).
Em oito cidades da região, menos da metade da população tem acesso ao descarte adequado do esgoto. A situação mais crítica é observada em Rio Espera (26,19%), onde apenas 1 a cada 4 residências tem acesso a essa infraestrutura. Também precisam rever, com urgência, as ações para este setor os municípios de Itaverava (cobertura de 32,08%), Piranga (34,13%), Jeceaba (38,66%), Capela Nova (41,71%), Lamim (42,55%), Caranaíba (45,65%) e Catas Altas da Noruega (48,29%).
Lixo e água
Em 12 anos, o Brasil também evoluiu na estrutura de coleta de lixo, e o total de moradias atendidas passou de 85,8% para 90,9%. Os dados do Censo 2022 mostram que, em geral, o acesso ao serviço é mais limitado nos municípios com menor contingente populacional. Naqueles com menos de 5.000 habitantes, somente 78,9% da população residia em domicílios com coleta de lixo. Porém, nos municípios com 500.001 ou mais habitantes, a coleta de lixo chegava a 98,9% das pessoas.
Na região, oito municípios se destacam. Neles, 9 em cada 10 residências contam com coleta de lixo: Congonhas; Conselheiro Lafaiete; Ouro Branco; São Brás do Suaçuí; Senhora de Oliveira; Carandaí; Cristiano Otoni e Entre Rios de Minas. O maior desafio é observado em Catas Altas da Noruega, onde apenas 52,10% das casas são atendidas.
No Brasil, de forma geral, 86,6% dos municípios possuíam ligação à rede geral de água, sendo consideradas como formas adequadas de abastecimento a rede de distribuição, poço profundo ou artesiano, poço raso, freático ou cacimba e fonte, nascente ou mina. Neste quesito, todas as cidades da região possuem um percentual de atendimento superior à média nacional. 16 entre as 20 atendem a mais de 99% dos domicílios. Santana dos Montes lidera, com cobertura de 99,94%, seguida por São Brás do Suaçuí (99,88%) e Cristiano Otoni (99,88%).
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Postado por Sônia da Conceição Santos, no dia 28/07/2024 - 17:48