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Comunidade


Congonhas, Ouro Branco e São Brás lideram ranking de qualidade de vida na região

Lafaiete é a 4ª colocada; violência contra mulheres joga para baixo os resultados e acende sinal de alerta



Foto: Arquivo Jornal CORREIO


 

Congonhas, Ouro Branco e São Brás do Suaçuí são as três melhores cidades da região para se viver, segundo o Índice de Progresso Social (IPS). Desenvolvida por meio da metodologia do Social Progress Imperative, essa ferramenta de gestão territorial se baseia em dados públicos para identificar e apresentar, em uma mesma escala, se as pessoas têm o que precisam para prosperar — desde necessidades básicas como abrigo, alimentação e segurança, até acesso à informação e comunicação. Avalia, ainda, se elas são tratadas igualmente, independentemente de gênero, raça ou orientação. O índice varia de 0 (pior) a 100 (melhor) e corresponde à média simples dos resultados do IPS de suas três dimensões (Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos do Bem-estar e Oportunidades).
Congonhas registrou o IPS de 65,5 e alcançou a 366ª posição entre os 5.570 municípios brasileiros, bem atrás de Nova Lima (IPS 69,89), 1ª do estado e 17ª em termos nacionais. Ouro Branco (65,18) foi a 401ª no Brasil e São Brás do Suaçuí (64,66) a 496ª. Completam o Top 5 Conselheiro Lafaiete (IPS 63,81 – 668º lugar) e Entre Rios de Minas (62,8 – 951º). Na outra ponta da tabela ficaram: Piranga (IPS 54,3 – 4382º lugar), Rio Espera (55,65 – 3876º) e Capela Nova (55,75 – 3827º). Em um panorama nacional, a cidade paulista de Gavião Peixoto atingiu IPS 74,49 e foi a primeira colocada. A lanterna é a acriana Santa Rosa do Purus (43,78).


Altos e baixos
O Índice de Progresso Social é composto por dados socioambientais e de resultado, ou seja, não mede a quantidade de infraestrutura ou recurso investido em um município, mas se essa infraestrutura ou esse recurso traz resultados para as pessoas. Usando dados públicos recentes, responde a 12 perguntas orientadoras, relacionadas a necessidades humanas básicas (nutrição e cuidados médicos básicos; água e saneamento; moradia e segurança pessoal); fundamentos do bem-estar (acesso ao conhecimento básico; acesso à informação e comunicação; saúde e bem-estar; qualidade do meio ambiente) e oportunidades (direitos individuais; liberdades individuais e de escolha; inclusão social e acesso à educação superior).
Cada componente responde a uma pergunta orientadora e possui de três a seis indicadores, em um total de 53 indicadores. Congonhas, por exemplo, foi a 126ª do país em Fundamentos do Bem-estar, com destaque para a baixa evasão no Ensino Médio. Também pontuou bem em indicadores como existência de ações para direitos de minorias, acesso à informação e comunicação, moradia, expectativa de vida, qualidade do meio ambiente e acesso à educação superior, mas esteve longe de repetir esse mesmo desempenho em mortalidade ajustada por condições sensíveis à atenção primária, paridade de gênero na Câmara Municipal e violência contra mulheres.
Violência contra mulheres, aliás, também é uma das fraquezas de Lafaiete, que é só a 5.404ª no país em Inclusão Social (IPS 24,93). Mas a cidade vai bem em liberdades individuais e de escolha: o IPS 64,85 coloca a cidade em 134º lugar nacional para esse indicador. Ouro Branco também tem um desempenho ruim em Inclusão Social, subnutrição e apresenta a mesma fraqueza, que é a violência contra as mulheres (4.723º lugar). Seus melhores resultados foram observados em Fundamentos do Bem-estar (91ª posição) e Saúde e Bem-estar (105º lugar).

Azul, amarelo e vermelho
Os resultados gerais para dimensões, componentes e indicadores também recebem um Farol de Desempenho, representado pelas cores azul (relativamente forte), amarelo (relativamente neutro) ou vermelho (relativamente fraco), quando comparados com os demais municípios que estão na mesma faixa de PIB per capita. Por essa razão, a 2ª colocada na região, Ouro Branco, tem farol de desempenho relativamente neutro, enquanto a 9ª na região, Caranaíba, tem farol relativamente forte. Portanto, ao analisar o IPS, é fundamental considerar o tripé de resultados: pontuação (de 0 a 100), comparação (x/5.570) e farol de desempenho (azul, amarelo e vermelho).

O IPS Global
Desde 2013, o Social Progress Imperative, em colaboração com a Fundación Avina, o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e a Harvard Business School, divulga o IPS Global, que analisa o desempenho de 170 países em termos de progresso social. Em 2024, o Brasil apresentou a pontuação 68,90 no IPS Global, ocupando a 67ª posição no ranking entre 170 países. Na América do Sul, Chile (78,43), Argentina (77,19) e Equador (69,56) foram os países com as melhores pontuações. Em termos globais, Dinamarca (90,30), Noruega (90,32) e Finlândia (89,96) apresentaram o melhor desempenho no progresso social (Social Progress Imperative, 2024).

 




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Postado por Rafaela Melo, no dia 21/07/2024 - 19:27


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