foto: divulgação
Uma das reivindicações de Alessandra é quanto à permissão dos cães de suporte emocional em espaços públicos.
Alessandra Amorim Baêta é estudante de Medicina Veterinária. Ela também é mãe de Ana Luiza, que é autista. Segundo Alessandra, desafios diários fazem parte de sua vida em família. Em conversa com nossa Reportagem, ela explicou que sua filha estuda na modalidade de ensino remoto: “Eu a auxilio com as atividades escolares. ela também adora brincar com seus cachorros, adora cantar e dançar, fazer artes com materiais recicláveis, assistir a desenhos. Também temos as rotinas com as medicações e profissionais de saúde, como nutricionista, psicóloga e psiquiatra”, relata.
A universitária explica que, dentro do espectro autista os obstáculos a serem superados são constantes: “Vão desde a seletividade alimentar, no caso dela também a dificuldade de locomoção e de fala, grande sensibilidade sensorial, baixo limiar de frustração e dificuldade de socialização. Porém, a maior barreira está no preconceito e desconhecimento de algumas pessoas sobre o autismo e os direitos das PCDs (pessoas com deficiência)”, alega. Ana Luiza necessita de cão de suporte emocional, para frequentar ambientes públicos. Ela possui declaração médica, atestando tal necessidade: “Ao sairmos, ela usa o colar de girassol e seu cão de suporte emocional é devidamente identificado, conforme a lei”, garante.
De acordo com Alessandra, um Projeto de Lei Municipal, sobre a entrada e permanência de cães-guia em estabelecimentos públicos, trouxe esperanças: “Espero sinceramente que, a exemplo da legislação federal, o mesmo se aplique aos cães de suporte emocional, pois os indivíduos que necessitam de seu apoio precisam da companhia desses animais. Eu e minha filha, infelizmente, já passamos por diversas situações vexatórias em estabelecimentos comerciais da cidade. Fomos até proibidas de entrar em um supermercado conhecido”, lamenta.
Para a mãe de Ana Luiza, Lafaiete ainda precisa avançar, quanto à acessibilidade e o trato com as PCDs: “Fomos impedidas de entrar em estabelecimentos, com o cão de suporte emocional, mesmo minha filha estando com o colar de girassol e com atestado médico. No Caps I, em certa ocasião fui a primeira a chegar com minha filha e todas as outras pessoas que chegaram depois foram atendidas primeiro. Isso gerou uma crise em Ana”, declarou.
Alessandra ressalta que o espectro autista traz desafios: “Dentro do próprio espectro, há muitas especificidades, mas tudo pode ser superado com muito amor, dedicação e paciência, pois nossos anjos azuis nos ensinam lições diárias de coragem, superação e amor. Precisamos combater o preconceito, a ignorância e o desrespeito aos direitos daqueles que merecem a verdadeira inclusão”, finaliza.
Você está lendo o maior jornal do Alto Paraopeba e um dos maiores do interior de Minas!
Leia e Assine: (31)3763-5987 | (31)98272-3383
Postado por Nathália Coelho, no dia 02/07/2024 - 16:50