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Saúde


Epidemia de dengue lota hospitais de Lafaiete e região

Hospitais voltam a recomendar uso de máscaras pelo aumento de casos de Covid; saiba quando é preciso buscar atendimento médico e o que não usar, caso esteja doente



Foto: Arquivo Jornal CORREIO


A médica infectologista, Fernanda Neves, reforça os cuidados para eliminação de focos

Em menos de 2 meses, Lafaiete já superou o total de casos de dengue e Chikungunya registrados em todo ao no de 2023. De acordo com os dados retirados do Painel de Monitoramento de Arbo­vi­roses no dia 28/02, a cidade já havia notificado 4.380 casos, contra os 4.225 do ano anterior (+155). A cidade também soma 1.827 (36% a mais que em todo 2023) confirmações e investiga 3 óbitos. Tam­bém foram computados 16 casos de Chikun­gunya – doença também transmitida pelo Aedes aegypti e que causa sintomas semelhantes – e novos casos de covid.
Como consequência disso, os hospitais, policlínica e postos de saúde estão lotados. O Pronto Ate­di­mento (PA) da Unimed atingiu sua capacidade máxima de atendimento esta semana. Em nota à imprensa, o Hospital e Ma­ter­ni­da­de São José (HMSJ) informou também que está operando em sua capacidade má­xima. Em face do surto de covid, a unidade passou ao solicitar o uso de máscaras a todos os acompanhantes, visitantes e pessoas com sintomas gripais.
As mesmas medidas foram adotadas pelo Hospital FOB. Infor­man­do que a capacidade de atendimento das unidades de Ouro Bran­co e Lafaiete atingiu níveis críticos, a FOB orienta a buscar atendimento de urgência e emergência apenas em caso de extrema necessidade. O uso da máscara em caso de sintomas gripais também é solicitado. Unidades de PSF estão priorizando o atendimento a pacientes com arboviroses em detrimento de consultas eletivas.

Quando procurar atendimento médico?
O aumento no tempo de espera por atendimento e a circulação de doenças contagiosas, como a covid-19, têm levado muita gente a repensar a ida ao médico. Mas quando é possível ficar em casa? Vale a pena se automedicar? Quem respondeu a essas e outras perguntas feitas pelo Jornal CORREIO foi a médica infectologista Fernanda Neves: “Devemos ficar atentos aos sinais de alarme, que incluem dor abdominal intensa, vômito persistente, hipertensão pontual, letargia ou irritabilidade e evidência de sangramento (nasal, gengival, nas fezes e urina). Diante desses sintomas, é preciso buscar atendimento com urgência. E essa atenção deve ser redobrada quando se trata de crianças menores de 2 anos, idosos, gestantes e pessoas com comodidades, pois esses grupos têm maior risco de complicações”, pontua.

Médica infectologista Fernanda Neves

Outro cuidado essencial é resistir à ideia de se automedicar. Essa prática não só mascara os sintomas reais da doença, dificultando o diag­nóstico correto, como também tem potencial para agravar a dengue e aumentar as chances de complicações: “Quem tem suspeita de den­gue ou já confirmou seu diag­nós­tico não deve fazer uso de anti-inflamatórios: nimesulida, diclofenaco, ibuprofeno, AAS, aspirina, corticoide, salicilatos. É importante destacar que não existe tratamento específico para dengue. Não podemos acreditar em fake news. Iver­mec­tina não trata a dengue. Ela é usada para tratamentos de verminose e pode causar reações ad­ver­sas, como diarreia náusea, vô­mitos, dores abdominais, piorando os sintomas da dengue”, acrescenta.

“O mais importante é repouso e ingestão de líquido. Caso seja ne­ces­sário o uso de medicamentos pa­ra tratamento de febre ou dor, de­verão ser utilizados medicamentos do tipo paracetamol ou dipirona de forma racional e, de preferência, com orientação médica”. E, claro, não descuidar da prevenção: “Todos devem usar repelente, mesmo que estejam com dengue, porque ao picar uma pessoa com dengue, o mosquito se infecta e pode transmitir a doença para outra pessoa”, esclarece a médica infectologista Fernanda Neves, que reforça os cuidados para eliminação de focos (leia mais sobre o assunto nas páginas 6, 7 e 9).




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Postado por Rafaela Melo, no dia 10/03/2024 - 13:31


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