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Sonhos prateados: geração 50+ tem buscado a organização financeira para viver uma vida tranquila



Fotos: Divulgação


Situação financeira em dia dá tranquilidade para aproveitar a vida com família

Aos 71 anos, Cléber Múcio Morais tem pleno controle da sua vida financeira. Mas nem sempre foi assim. Nascido e criado em uma família pobre - e como ele mesmo faz questão de destacar, deseducada financeiramente – o morador de Conselheiro Lafaiete (MG) investiu em seus estudos como um caminho para reescrever a sua história: “Cursei Letras, Direito e me tornei arrimo de família. Assim, tive uma vida boa, graças a Deus, educando muito bem meus quatro filhos, ajudando a mim e a minha mulher a formar homens e mulheres de valor para a sociedade”.

Mas o aprendizado que, finalmente, trouxe tranquilidade, foi construído em uma lição imposta pela vida: “Eu vivia sem preocupações com o futuro; sem vislumbrar a necessidade de poupar, formar reservas estratégicas e sonhar. Aliás, levei um bom tempo para enxergar os sonhos que tinha. Tudo parecia correr bem, mas a vida nos testa e nos surpreende. Se a pobreza extrema na infância e adolescência não me assustaram tanto, os ataques e a má gestão do fundo de pensão para o qual eu contribuí por 33 anos, minha previdência, me tiraram o chão”, relembra.

“Mas é bom lembrar que ter dinheiro não é sinônimo de ser feliz. Realizar sonhos – próprios, familiares e comunitários – é o que nos leva a essa tal felicidade”
Cléber Múcio Morais

Foi quando veio a virada definitiva em sua vida. Aos 57 anos – 4 deles conciliando sua aposentadoria com a gerência de um posto de gasolina, Cléber conheceu uma metodologia de educação financeira: “Foi algo que me soergueu em um momento em que, simplesmente, não era suficiente voltar a trabalhar. Percebi, pela minha própria história, que não importa quão complicada seja sua situação financeira, você pode virar o jogo. Desde que não deixe de sonhar. Sonhar é o eixo principal da vida”, revela.

Cléber Múcio Morais, 71 anos, acredita que aprender a poupar e a investir é o melhor caminho

Lições para a vida

Hoje, Cléber Múcio repassa a metodologia que mudou a sua vida em palestras, workshops, cursos, terapias familiares e até em conversas de boteco, como costuma brincar: “Investir não é o passo inicial. O fundamental é aprender a poupar, que significa reter, guardar seu dinheiro, sob a forte manta dos seus sonhos e dos sonhos familiares. Investir é potencializar o que você retém, facilitando a viabilização de sonhos; de projetos de vida. E assim como eu não fiz isso sozinho, você também não precisa fazer: busque a educação financeira”, aconselha.

Dono de uma mudança que poderia até ser considerada tardia, o lafaietense faz questão de afirmar que é possível poupar um bom percentual de sua renda líquida para a realização de pelo menos três sonhos que se tenha. Isso, claro, após um correto diagnóstico de sua vida financeira, analisando suas despesas a uma lupa: “Não importa o quanto você ganha, mas o quanto é capaz de acumular; de gerar riqueza a partir do que ganha. Mesmo que esteja muito endividado, equilibrado ou já seja um investidor. Mas é bom lembrar que ter dinheiro não é sinônimo de ser feliz. Realizar sonhos - próprios, familiares e comunitários – é o que nos leva a essa tal felicidade”, conclui.

Com a vida equilibrada, Cléber não deixa de curtir seu esporte favorito

Brasileiros ainda ignoram planejamento financeiro

O planejamento financeiro que mudou a vida do Cléber e de sua família, infelizmente, não é a regra. No dia a dia corrido do trabalhador brasileiro, cada folga – seja feriado, recesso, férias – é comemorada. É como se a maioria das pessoas trabalhasse já sonhando com a vida que gostariam de ter em sua aposentadoria. Mas há uma falha nesse processo, porque se preparar para o futuro não é um hábito assim tão comum entre os brasileiros. De acordo com um levantamento feito pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), 4 em cada 10 jovens não se organizam para o momento em que deixarão o mercado de trabalho.

“Isso acontece porque nem sempre é fácil separar uma parcela dos ganhos mensais para um futuro que parece ainda muito distante. Porém, essa é uma prática indispensável para aqueles que desejam chegar à terceira idade com uma reserva financeira ao seu dispor. O ideal é começar o quanto antes”, alerta o assessor de investimentos Fábio José de Araújo Alves.

“Percebi, pela minha própria história, que não importa quão complicada seja sua situação financeira, você pode virar o jogo”
Cléber Múcio Morais

Saindo do sufoco

Mas o que fazer se os ganhos parecem insuficientes até para o momento atual?  A reposta passa pela organização das finanças. “Comece conhecendo seus ganhos e gastos. Depois, corrija seus hábitos financeiros para organizar as finanças e começar um planejamento. Descubra onde você pode diminuir ou eliminar despesas – inclusive nas coisas mais simples. Que tal reduzir o consumo de água da casa, desligar aparelhos eletrônicos da tomada e apagar as luzes assim que sair de um cômodo? Algumas atitudes diárias já ajudam obter sucesso”, esclarece.

Economizar, é claro, exige controle e sabedoria na hora de usar o cartão de crédito: “Escolha utilizá-lo somente em condições especiais, como a compra de um produto mais caro ou de passagens aéreas, em poucas parcelas. Assim, você não terá de pagar faturas muito altas por tempo prolongado, gerando economia e evitando compras por impulso”, explica. O assessor de investimentos lembra que não é necessário deixar o lazer de lado, mas é possível escolher programas mais econômicos: “São boas opções, por exemplo, frequentar eventos gratuitos (shows, congressos e palestras) ou assistir filmes em casa com os amigos”, acrescenta.

“Comece conhecendo seus ganhos e gastos e depois, corrija seus hábitos financeiros para organizar as finanças e começar um planejamento.”
Fábio José de Araújo Alves

Outra estratégia bem viável é empreender, em vez de ficar dependente do salário: “Tente novas fontes de renda. Você pode utilizar seu carro para fazer viagens por aplicativos, fotografar eventos nos finais de semana, dar aulas, vender doces e salgados para seus amigos ou, quem sabe, produzir ou revisar textos de marketing de conteúdo. Considere o que você gosta de fazer e abrace uma nova oportunidade profissional”, aconselha. E, é claro, organize-se para quitar seus débitos pendentes. “Você pode registrar as dívidas por ordem de valor. Assim, você se concentra em pagar as que apresentam juros maiores, livrando-se de todas elas o mais rápido possível”, orienta.

Posso confiar no INSS?

É comum, entre as pessoas que não se panejam financeiramente, pensar no INSS como garantidor de uma aposentadoria tranquila. Mas esse é outro pensamento que, muitas vezes, não se sustenta na prática, devido, justamente, ao valor pago. Dos 37 milhões de benefícios pagos mensalmente pelo INSS, quase 70% dos segurados recebem um salário mínimo, de acordo com o instituto.

“A Previdência Social é um seguro financeiro público que garante fonte de renda ao trabalhador que já cumpriu seu tempo de trabalho e contribuição. O teto previdenciário atual é R$ 7.507,49, e poucas pessoas atingem esse valor. Além disso, ele está sujeito a mudanças constantes. Logo, é importante buscar novas formas de complementar o benefício liberado pelo INSS, algumas décadas antes de dar entrada na aposentadoria, para não depender unicamente dessa fonte de renda que com o passar dos anos também sofre com perda de poder de compra para inflação”, aconselha.

Fábio José de Araújo Alves, assessor de Investimentos

Nunca deixe de sonhar

Se você já está com a vida em dia, por que não planejar conquistas ainda maiores, como a viagem dos sonhos, uma casa maior, ou em um lugar mais tranquilo, um carro, um barco... O fato é que conquistas maiores podem ser alcançadas com disciplina e planejamento. Um bom caminho pode ser conversar com o seu banco ou com um profissional da área de investimentos para dar os primeiros passos: “Não existe um investimento único que seja considerado o ‘melhor’ de todos, pois cada pessoa tem necessidades e objetivos diferentes. Mas posso adiantar que a melhor estratégia é construir uma carteira diversificada, combinando diferentes investimentos de acordo com seu perfil de risco e objetivos. Após poupar uma boa quantia, é preciso investir para aumentar seu rendimento até chegar o momento da aposentadoria. Pensando nisso, reuni algumas opções recomendadas para essa finalidade.

  • Tesouro Direto – o Tesouro Direto é uma opção interessante. Ele é um programa do Governo que oferta títulos de dívida para investidores, de forma simples e prática. É uma ótima opção para quem quer deixar a poupança e ingressar na categoria das aplicações. Ele garante, como opções de juros, a rentabilidade prefixada (juros anuais); rentabilidade pós-fixada (relacionada à taxa Selic) e rentabilidade híbrida (com juros fixos com a variação da inflação do país). Um destaque é que a liquidez dos títulos é elevada, pois o Banco Central recompra qualquer um dos títulos antes de vencerem no mercado. A transação feita cai na conta da corretora um dia útil após a ordem de venda.
  • LCI/LCA – uma das alternativas de como se preparar para a aposentadoria é a Letra de Crédito de Imobiliário e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCI/LCA). Esses títulos não incidem Imposto de Renda nem taxas de custódia ou administração. Ou seja, se parecem com a poupança, mas geralmente são mais expressivos no tocante à rentabilidade. É importante destacar que os retornos relacionados a esses títulos dependem dos requisitos definidos pelas instituições bancárias/financeiras, prazo de vencimento, rating de crédito emissor, investimento mínimo e liquidez. Além disso, quanto mais longo o título, maior o rendimento.
  • CDB – a rentabilidade do Certificado de Depósito Bancário e a grande variedade de títulos fazem dessa uma ótima opção. O CDB é indicado para investidores iniciantes e experientes. É ideal para começar a carteira e diversificar investimentos. Além disso, todos os CDBs são protegidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até a faixa de R$ 250.000 por Pessoa Física ou Pessoa Jurídica, por total de investimentos e depósitos em cada instituição ou sociedade financeira, limitado ao teto de R$ 1.000.000.
  • Fundo de Renda Fixa – os fundos de investimentos são alternativas um pouco mais completas. Ao fazer um aporte (que pode ser uma pequena contribuição) e se tornar um cotista, você tem o direito de comprar ativos. Esse tipo de fundo pode ser classificado entre “conservadores”, “moderados” e “ousados”. Nesse caso, se você não quer arriscar seu dinheiro, escolha o fundo de Renda Fixa que oferece boa liquidez.
  • Previdência Privada – por último, mas não menos interessante, temos a Previdência Privada, que se destaca quando o foco é investimento no futuro. Existem duas alternativas mais comuns: Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) é ideal para quem faz declaração de IR, pois ele abate as contribuições na declaração. A tributação incide sobre o dinheiro aplicado, mais o rendimento. Já a Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) é indicada para quem declara IR por meio do formulário simplificado. Nessa modalidade, a tributação ocorre somente sobre o rendimento. Além disso, também é preciso estudar as taxas de administração e outras alíquotas cobradas pelas instituições financeiras, e nunca se deixar levar pela primeira proposta sem antes comparar o que tem disponível no mercado.

Serviço

  • Fábio José de Araújo Alves.
  • Assessor de Investimentos credenciado a CVM, certificado pela AMBIMA CPA20.
  • E-mail: fa10.araujo@hotmail.com
  • Telefone: (31) 9 9864-9614
  • Cléber Múcio Morais
  • Palestrante
  • E-mail: cleber.mucio@dsop.com.br
  • Telefone: (31) 98409-1117

 




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Postado por Frances Elen, no dia 30/11/2023 - 12:44


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