Foto: divulgação
Educação, substantivo feminino, espaço povoado por delicadas mãos de mulher a se fazer pleno, carícia fina no intelecto dos humanos ávidos de conhecimento. Educação, casa e coração para Marias, Emílias, Anas... Vocábulo que põe de mãos entrelaçadas o verbo EDUCAR e a palavra AÇÃO.
Maria da Paz é dessas gentes que vem à tona quando o tema é a área educacional em Lafaiete, região e esferas outras de expansivo mergulho geográfico sobre o chão. Seu singular percurso pessoal/profissional assegura a pluralidade da aliança de ouro que desde jovem fez com o compromisso de formar e reformar estudantes, professores, cidadãos... Na discrição de seu comportamento sereno, suas ações e seu brilho nos olhos não conseguem dissimular a energia que a mantém na estrada caudalosa que optou por percorrer. Sem atalhos, pois que facilidades nunca tiveram hora e data em sua agenda.
Pedagoga por vocação e coração, dispara estrelas onde há um lugar – do mais simples ao mais requintado – em que cai bem a arte de ensinar. E nesse semear quase que intuitivo e inconsciente, às vezes, nem se dá conta do afetivo casamento que fez com as letras, os números, os livros, as bibliotecas, as paredes que guardam, com calor materno, mestres e alunos. Daí o Da Paz, a paz que só o conhecimento está apto a produzir e reproduzir na essência humana.
A luz do sol quando bate nas coisas e o brilho da lua quando desmaia sobre tudo ensinam que, seja dia ou noite, há cores em tudo e basta colocar a alma no coração para potencializar o bem-querer. E assim, dizem, se descobre com mais gosto a vida. Da Paz descobriu cedo esse mistério e fez dele mais que um projeto, mas a razão de seu viver. Viver vida grande em sua aldeia outrora pequena e agora metrópole, ponto de convergência regional para a busca do saber.
Seu generoso sonho inquieto, plantado entre as paredes do Caic, acendeu a fogueira do campus do atual UniFaSaR, plantado em meio à delícia de muito verde, no lado oposto da cidade onde se viu embrião. Foi mãe e parteira de seu ideal, acalentou-o, deu a ele madrinhas e padrinhos: grande família a servir de inspiração para mais e mais educadores se refletirem em seu ato exemplar e dar sopro de vida a sonhos similares. Assim, Lafaiete, essa parte do mundo fecundada entre as montanhas de Minas, deu mais corpo e voz à Educação como flores de caminhos bucólicos a exalar odores, puro prazer de ser e estar à disposição do que vier.
Saber dessa História, de vê-la florir, de ter até dela participado com tímido suor me fez maior do que meu tamanho real. E também foi assim com muitos a quem dei as mãos; outros que, como Maria – a Da Paz – nunca abrem mão de acreditar que a real transformação social só se alcançará pela Educação. E, de resto, a síntese disso em Fernando Pessoa: “Sê plural como o universo”. E por inteiro!
Paulo Antunes
Professor universitário, escritor, revisor textual, Mestre em Letras, (Linguagem, Cultura e Discurso)
profprantunes@gmail.com
Com familiares, âncoras de seu percurso
Sorriso espontâneo e olhar visionário
O campus do UniFaSaR em meio ao verde: clareira da educação
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Postado por Nathália Coelho, no dia 17/08/2023 - 09:20