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Região


Catas Altas da Noruega: caminhos do ouro, caminhos de fé



Fotos: Guto Aeraphe


 

Toma de Minas a estrada como disse o poeta mor (Tomás Gonzaga) de nossa Inconfidência. Vá pela MG-482 (Conselheiro Lafaiete-Viçosa) e entre as terras onde nasceu Marília de Dirceu e a Villa do Guará-Piranga, apeie em Catas Altas da Noruega. Ali como em Itaverava, o ouro se deu abundante, nas Catas Altas, à flor da terra, no início de nossa civilização Luso-África-Tupi, a partir de 1694. Por entre Villas e Fazendas conheça essas Minas rurais: assim como Santa Ana, Itaverava e Lamim no Alto Vale do Piranga, montanhas arredias ao trator agrícola (e longe da indústria), ficamos esquecidos com nossos costumes e nossa história aqui e ali preservados (ainda que tenhamos perdido muito desse patrimônio cultural). A Villa de Catas Altas da Noruega (Noruega aqui, para dizer dos morros frios, onde não bate o sol e para diferenciar daquela do Caraça) tem 3.500 habitantes que moram quase todos na área rural e na cidade eles são pouco mais de 1300.  Uma gente famosa pelo calor humano, sua fé e tradição.

Falando em fé, a Villa de Catas Altas da Noruega tem por sinal dois padroeiros. Tento explicar: Na tradição setecentista São Gonçalo reina na sua imponente casa, a Matriz de São Gonçalo. Mas eis que em 1949 chega à cidade o padre Luiz Gonzaga Pinheiro. Devoto de Nossa Senhora das Graças, às vésperas da festa maior da Villa, padre Luiz espera uma imagem para introduzir ali com suas bênçãos. Miraculosamente ela veio: do céu... Um avião que passava pela região, numa pane, defenestra objetos vários e entre eles uma imagem de Senhora da Graças que cai numa gruta próxima (hoje o Memorial de Senhora das Graças na localidade do Recanto das Garças, 12km divisa com Piranga, é também local de romaria e adoração). Tal milagre credencia também Senhora das Graças à padroeira da cidade. Ao longo de sua vida sacerdotal, Padre Luiz Gonzaga também tornou famoso o lugar com peregrinações por sua mitológica atuação como exorcista. Não deixe de visitar o museu da cidade, o memorial Padre Luiz Gonzaga Pinheiro. Próximo dali a matriz de São Gonçalo, é umas das mais ricas igrejas de nossa arquitetura setecentista. Suba o morro até ao Santuário de Nossa das Graças e ao visitar esse belo templo se delicie também com a paisagem montanhesa que dali se pode ver. Desça a ladeira e vá conhecer o Núcleo Histórico Urbano de Catas Altas da Noruega. Ali, um belíssimo conjunto tombado com remanências dos séculos XVIII e XIX (Lava Pés) fazem parte do orgulho e do patrimônio cultural local.

Ao pé do morro, da linda Capela dos Passos, atravesse a centenária Rua das Goiabeiras e vá em direção ao Jequitibá (14 km). Majestosa, a capela de Nossa Senhora dos Remédios é exemplar primoroso da arquitetura religiosa do Vale do Piranga, assim como a matriz de São Gonçalo e outras capelas que contam uma rica história nos montes e vales da Villa. Siga para o Ouro Preto. Pela Pirapetinga dá-se em Santa Rita de Ouro Preto, por míseros 30 quilômetros. Apeie na Capela do Pirapetinga. Outra joia da coroa, do reino da Noruega mineira. Conheça essas Minas, de ouro, de história, de fé.

Mais informações de horários  e agendamento nas Secretarias:

Cultura de Catas Altas (secretário Anderson):  31  3752 1260

Secretaria da Paróquia : 31  9866-7315

José Geraldo

Agente cultural em Santana e pesquisador das histórias e encantos do Alto Vale do Piranga





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Postado por Rafaela Melo, no dia 11/08/2023 - 14:32


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