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Comunidade


Audiência para apresentação do projeto da nova rodoviária tem polêmica, bate-boca e sugestão de plebiscito

Nova rodoviária deve ser construída na BR-040, perto da Cera Luminosa



Foto: jornal CORREIO


O que era para ser um encontro tranquilo para discutir a concessão, revitalização e a construção de um novo terminal de passageiros de Lafaiete, terminou em polêmica, bate-boca e muita discussão. Na quarta-feira, dia 1º, dezenas de pessoas, representantes do comércio, autoridades e convidados, compareceram ao auditório da Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete (FDCL) e puderam acompanhar a apresentação do projeto. Na oportunidade, os participantes conheceram melhor a iniciativa e puderam esmiuçar o estudo sobre a nova rodoviária e seus impactos sociais e econômicos na economia e na mobilidade urbana do município.


Os representantes das empresas explicaram, inicialmente, como e quando as obras do novo complexo serão iniciadas, assim como suas etapas, que incluem, além da nova rodoviária, a revitalização do atual terminal e sua transformação em parada de ônibus urbanos e intermunicipais. Estão previstas, também, a construção de um prédio de seis andares na praça Pimentel Duarte e a demolição do tenebroso terminal urbano que fica no meio da avenida Telésforo Resende.


Depois das explicações, o mediador do evento abriu a série de perguntas dos participantes da audiência e foi aí que o clima esquentou de vez. Em uma das respostas, o secretário municipal de Administração, Felipe Vagner Batista, fez uma referência ao vereador João Paulo Pé Quente, que também estava presente.

Em seguida, o parlamentar pediu a palavra, sob o argumento de que tinha sido citado de forma leviana pelo secretário. O pedido, no entanto, foi negado pelo mediador, que alegou ser impossível, pois o rito estabelecido não permitia apartes e nem comentários nas falas.

De braço em punho e com voz alterada, João Paulo explicou que era um representante do povo e estava sendo cerceado no seu direito de se manifestar, de vez que teve o seu nome citado pelo secretário de Administração. Logo em seguida, Pé Quente deixou o anfiteatro da FDCL e foi seguido por seus pares, Giuseppe Laporte e Erivelton Sonho de Rua. Após as perguntas, foi a vez dos representantes das entidades de classe se manifestarem. Bento José de Oliveira, do Sindicato do Comércio Varejistas de Con­selheiro Lafaiete (Sindco­mércio) fez duras críticas à iniciativa, afirmando que ela foi muito mal conduzida e entregue já pronta às entidades. "O que eu questiono é por que não fomos chamados para discutir esse assunto tão importante desde o início? O comércio é a espinha dorsal da cidade, responde pela maioria dos empregos, movimenta a economia e é o sustentáculo de Lafaiete, por isso não podemos concordar em retirar a rodoviária do centro e levá-la para longe da cidade. Isso não faz sentido e não podemos compactuar com essa iniciativa, por isso somos contra o projeto", disparou Bento, sugerindo a realização de um plebiscito popular para saber a opinião da população.

Em seguida, foi a vez de Robson Matos, diretor da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-CL) se posicionar. Segundo ele, é inadmissível retirar a rodoviária do centro, uma medida que vai na contramão do mundo. "Sou uma pessoa que viaja por todo o mundo e em várias cidades importantes a rodoviária fica no centro, perto das pessoas, do comércio, dos serviços, hospitais, etc. Se é para mudar, por que não mudar então para perto do Hospital Regional, que deve ser inaugurado ainda este ano. Pelo menos lá, não está tão longe do centro", pontuou.

Por sua vez, Geraldo Kenedy Neiva, da Associação Comercial, e do Conselho de Desen­volvimento Econômico, disse que “é preciso valorizar o projeto e saber que ele não vai prejudicar a cidade, já que não tirará os ônibus intermunicipais da rodoviária atual, que será revitalizada”. De acordo com Kenedy, Lafaiete tem o péssimo hábito de perder investimentos e industriais, pois foi assim com a Poclain do Brasil, Santa Matilde, o Shopping Center, entre muitos outros, e o projeto contempla, sem a participação do poder público, a revitalização da atual rodoviária e a construção de uma nova às margens da BR-040, o que, por si só, é muito importante para a cidade. Em condições normais, a cidade não consegue viabilizar esses projetos só com recursos públicos, por isso a importância da iniciativa privada.

Após as falas, ficou decidido que um novo encontro acontecerá na Cämara Municipal de Lafaiete no dia 13 de março, para dar continuidade às discussões.

Audiência aconteceu no anfiteatro da Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete (FDCL)




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Postado por Nathália Coelho, no dia 03/03/2023 - 09:40


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