Artista local aceitou o desafio e fez uma releitura de um disco do Guns N`Roses

Rosemir Hermenegídio aceitou o desafio e fez uma releitura de um disco do Guns N’ Roses

Para quem estiver de passeio pela capital mineira, uma boa dica é visitar a exposição coletiva Capas de Disco, do artista plástico e curador mineiro Hogenério. Aberta ao público no dia 5 de novembro, a mostra segue em cartaz até o dia 10 de dezembro, gratuitamente, no Grande Hotel Ronaldo Fraga, no bairro Funcionários. São 93 trabalhos, de artistas de diversas partes do país, que fizeram releituras das capas que tivessem sido significativas para eles de alguma forma. Entre eles, o lafaietense Rosemir Hermenegídio.

“Eu fui convidado pelo artista plástico Hogenério de Belo Horizonte para participar da Exposição Capas de Disco. O curador da mostra, Hogenério, me encontrou nas redes sociais e me ligou, fazendo o convite para eu participar. Eu o expliquei que meu ramo era a cerâmica, mas ele me lançou o desafio e eu aceitei. Nesta exposição, vários artistas renomados reproduziram capas de discos utilizando as técnicas que trabalham, principalmente telas e telas em 3D. Porém, apenas a minha é cerâmica, o que torna esse trabalho ainda mais diferenciado”, explica o artista.

Desafio aceito, o passo seguinte foi vasculhar o passado, na busca do tema para o trabalho: “O Hogenério me deixou muito à vontade em escolher o tema. Então, olhando os vinis dos meus irmãos, acabei encontrando com o qual eu me identifiquei bastante, que é Guns N’ Roses. Mas eu não fazia ideia de como ou por onde começar. Então, arrumei um quadro, coloquei a argila dentro dele e comecei a bolar as folhas, o escrito. Depois, fiz um molde de uma réplica de arma de fogo”, detalha.

Foi nesse momento que o trabalho exigiu um pouco mais de persistência: “Eu consegui tirar a arma da forma, chegando bem perto do desenho da capa original. Mas a capa se quebrou, devido a vários aspectos que interferem na cerâmica, como por exemplo, bolhas de ar. Mas aí valeu a persistência, porque eu fiz de novo e, então, deu certo”, explica. Com as formas prontas, ainda era preciso trabalhar as cores, para que elas se aproximassem ao máximo da capa do disco.

“Aproveitado a técnica da cerâmica saramenha, que gera peças em amarelo, eu consegui retratar o círculo central. As folhas verdes eu consegui com os óxidos dos metais. O marrom mais puxado para a preto foi criado com o óxido de minério de ferro, o que ficou bem representativo”, acrescenta o lafaietense. Além da exposição, foi feito um catálogo, que conta um pouco da história do artista e da peça produzida por ele, os organizadores também criaram a playlist, Exposição – Capas de Disco, no Spotfy, com uma música de cada disco reproduzido. Entre elas, November Rain, do Guns N’Roses, escolhida pelo artista.

Conhecendo de perto

Peças, como a do Rosemir, hoje estão expostas no Grande Hotel Ronaldo Fraga, que abriga uma loja, bistrô, galeria e um espaço para festas, um local onde as pessoas se encontram para bater um papo, tomar alguma coisa e saborear uma comida deliciosa. “Participar desta exposição foi uma inovação para mim. Eu estou acostumado a participar de exposições com outros ceramistas, mas esse foi o meu maior desafio, que ainda me possibilitou conhecer novos artistas e suas habilidades”, finaliza.

Exposição coletiva de Capas de discos
Local: Grande Hotel Ronaldo Fraga, em Belo Horizonte (rua Ceará, 1205 – Funcionários).
Data: 05/11 a 10/12.
Horário de visitação: terça a sexta, das 11h às 19h, e aos sábados, de 11h às 16h.
Entrada gratuita