Em meio à pandemia, diante da necessidade de fechar as escolas e trabalhar o ensino remoto, as escolas de Lafaiete registraram uma piora no aprendizado dos estudantes. É o que apontam os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2021 e do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2021, divulgados na sexta-feira, 16 de setembro, pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Das 12 escolas com médias divulgadas, 10 obtiveram, em 2021, média inferior à observada na última edição, apurada em 2019. Dez escolas tiveram suas médias divulgadas para os anos finais. Dessas, quatro superaram a pontuação obtida na edição anterior, duas registraram queda, outras três não tiveram as médias de 2019 divulgadas e uma manteve a mesma média, o que impossibilita a análise. No ensino médio, apenas quatro escolas tiveram suas médias divulgadas: uma contabilizou crescimento, duas registraram queda e uma não possui média de 2019 divulgada.
Não têm média calculada as escolas onde o número de participantes no Saeb é insuficiente ou que não informaram fluxo (aprovação ou reprovação e o abandono escolar) ao Censo Escolar – que são os dados que baseiam o cálculo do indicador. Mas assim como ressalta o Inep, por conta da pandemia, é preciso ter cuidado ao comparar os resultados, tanto os obtidos em anos anteriores quanto entre escolas, municípios e estados.
Ideb em Lafaiete
Apesar das quedas nas médias e o baixo volume de escolas com notas divulgadas, as escolas de Lafaiete foram mais eficientes em seu dever de casa. A média para os anos iniciais foi de 6,8 pontos – superando a meta nacional, que era e 6 pontos, e as médias nacional (5,8) e estadual (6,1). Nesta etapa, merece destaque o desempenho de seis escolas que superaram a meta – todas elas são estaduais (confira a tabela ao lado).
O mesmo desempenho acimas das médias se observa nos anos finais: a meta nacional era 5,5. Lafaiete registrou média 5,7, estando acima dos 5,1 pontos apurados em média nacional e dos 4,3 estaduais. Para este nível de ensino, apenas a estadual Monsenhor Horta bateu a meta nacional, computando 5,9 pontos. Mas as estaduais Geraldo Bittencourt (5,4) e Monsenhor Antônio José Ferreira (5,2) também estiveram acima da média nacional.
Já no ensino médio, a cidade não bateu a meta nacional, que era de 5,2 pontos. Mas os 4,8 obtidos superam a média 4,2 observada em Minas e no Brasil. Neste nível, os quatro educandários com médias divulgadas superaram a média nacional. São eles: Queiroz Júnior e Geraldo Bittencourt (ambas com 4,9), Moacir de Souza Dias (4,4) e Professor Astor Vianna (4,3).
Panorama nacional
Os resultados mostram que houve piora em todas as etapas de ensino. A maior queda ocorreu na etapa da alfabetização. A porcentagem dos estudantes do 2º ano que não conseguem sequer ler palavras isoladas, passou de 15,5% em 2019 para 33,8%, em 2021. Em matemática, a porcentagem dos estudantes que não são capazes de resolver problemas de adição ou subtração passou de 15,9% em 2019 para 22,4% em 2021.
No ensino médio, no último ano escolar, a média da proficiência coloca o Brasil no nível 3 de aprendizagem, em uma escala que vai até o nível 8. Isso significa que os alunos, em geral, não sabem, por exemplo, identificar a finalidade e a informação principal em notícias – habilidade do nível 4 de proficiência. Em matemática, a média de pontuação no ensino médio passou de 277 para 270 entre 2019 e 2020, o que posiciona o país no nível 2 de 10 níveis. “A pandemia trouxe alteração expressiva”, diz o presidente do Inep, Carlos Moreno. A aprovação automática fez com que o indicador de fluxo não refletisse a realidade da qualidade do ensino no país. Segundo ele, agora será necessário construir um novo plano de metas para o Brasil.
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Postado por Nathália Coelho, no dia 10/10/2022 - 11:21