"A doação é um ato duplo, e no momento em que você age na vida do outro, a sua vida é automaticamente transformada"
Acostumado a lutar todos os dias para fazer uma ‘CL do Bem’, o jornalista Pablo Leonardo Gonçalves cruzou fronteiras internacionais para ser voluntário em uma missão humanitária nas montanhas geladas do Peru. O convite partiu do próprio responsável pela missão, o coordenador do Instituto Kaleo, da cidade de Porto Velho (RO): “Realizamos alguns trabalhos juntos durante uma imersão que reuniu líderes sociais de todas as partes do Brasil. E devido a sintonia, recebi esse grato convite”, conta. O grupo atuará nas montanhas do Peru, mais precisamente, nas proximidades da cidade Cusco. “Nessa região, existem comunidades que ficam isoladas nas montanhas, sem atendimento médico, odontológico, com falta de alimentos, sem acesso a medicamentos ou qualquer mínima estrutura”, revela.
No dia 11 de julho, Pablo saiu de Belo Horizonte em um voo com destino a Porto Velho, a 3 mil km da capital mineira. Lá ele se encontrará com a equipe do Kaleo e todos seguirão de carro, em comboio, para Cusco, no Peru. Neste trajeto de 1.500 km, eles passarão pelo Acre, floresta Amazônica, cruzarão a tríplice fronteira Brasil, Bolívia e Peru até passar pelas montanhas geladas do Peru. A missão tem a duração de 15 dias”, detalha. Entre os 36 integrantes da missão, Pablo será o único mineiro.
Esse trabalho já existe há 6 anos e leva saúde e educação para as comunidades isoladas das montanhas peruanas. A equipe conta com médicos e dentistas, que irão realizar atendimentos em pediatria, clínica geral, geriatria, ortopedia, dermatologia e odontologia. “Levaremos nos carros a estrutura para que os consultórios sejam montados nas comunidades por onde passarmos. Na área de educação, serão realizados palestras e bate-papos com a comunidade abordando temas relevantes. O trabalho também inclui música, leitura e entretenimento para as crianças. Não tenho função definida na missão; estou pronto para fazer o que for preciso”, conta.
Acostumado a realizar ações em Lafaiete e comunidades da zona rural desse entorno, será a primeira vez que o voluntário se arrisca em uma ação internacional desse porte: ‘Alguns amigos disseram que estou ficando doido, por rodar 10 mil quilômetros e enfrentar temperaturas abaixo de 0 grau para “não ganhar nada”. O que tenho a dizer é que as coisas mais importantes não têm preço: elas têm valor. A doação é um ato duplo, e no momento em que você age na vida do outro, a sua vida é automaticamente transformada. Mas creio que não é preciso ir para outro país para mudar o mundo: comece dentro da sua casa, sendo gentil com os seus, sendo cordial no trânsito, no seu trabalho, e tenha, principalmente, amor com você mesmo. Isso acontecendo, ele transborda para o exterior”, aconselha.
Quem conhece pessoalmente o jornalista sabe o quanto esse amor vem transbordando em suas ações em busca de uma ‘CL do Bem’, a ponto de encontrar no auxílio aos mais necessitados o seu propósito de vida: “É algo que se tornou parte do meu dia a dia, parte da minha vida. Pode passar o tempo que for, me deparar com uma família em situação de vulnerabilidade é algo que toca profundamente meu coração. Nessas ações, os primeiros sentimentos são de tristeza, indignação, por presenciar seres humanos viverem da forma que vivem. Mas logo em seguida vem a vontade de mudar aquilo que estamos vendo. E aí partimos para a ação. O impacto de uma missão como essa você carrega por toda vida, da mesma forma que cada família que ajudamos, cada vida que transformamos, faz parte da minha própria vida”, resume o jornalista.
Quem quiser conhecer um pouco mais sobre o trabalho de Pablo Gonçalves pode acessar a sua página no Instagram: @pabllogoncallves
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Postado por Frances Elen, no dia 17/07/2022 - 16:30
