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Comunidade


Buzinas, xingamentos e engarrafamento: Com um veículo para cada 1,6 habitante, trânsito detona qualidade de vida em Lafaiete




 

A mobilidade urbana é a condição que permite a locomoção das pessoas em uma cidade, o que inclui meios de transporte, como ônibus, metrô, carros, motos, bicicletas e transportes alternativos. Na falta de opções variadas, os lafaietenses acabam optando pelos meios mais tradicionais. De acordo com IBGE, a frota da cidade tem 80.077 veículos, sendo que a maioria são automóveis (47.184), seguido pelas motocicletas (17.377). Com isso, há uma sobrecarga no trânsito e aquela dor de cabeça que só quem vive aqui e cruza a cidade quase todos os dias conhece bem.

Essa falta de mobilidade acaba gerando um estresse, que impacta diretamente na qualidade de vida. Para mitigar esses impactos, a administração municipal ultima os detalhes de uma licitação para contratação de empresa especializada em desenvolver planos de mobilidade urbana: “A licitação já está na fase de apresentação de documentos. As medidas para minimizar os impactos dos problemas provocados pelo trânsito intenso também fazem parte da função a ser executada pela em­presa contratada”, pontua o prefeito Mário Marcus (DEM).

O que dizem os lafaietenses

Com 130.584 habitantes (IBGE 2020), Lafaiete se enquadra na classificação de município de grande porte, mas quem se vê ‘agarrado’ nessa via crucis diária, a sensação é de estar tentando se locomover por uma metrópole. Andréa Barbosa, 39 anos, trabalha no comércio e costuma usar carros de aplicativos para se locomover: “O principal problema é o horário de pico, porque há congestionamento nas ruas principais da cidade. Por volta das 18h é pior, mas também ocorrem problemas por volta das 8h, e no ho­rário de almoço. Vejo isso muito na avenida Telésforo e, como moro no Santa Matilde, vejo também na Arthur Bernardes e Benjamim Constant”.

Outro problema levantado por Andréa é a falta de educação no trânsito: “É muita buzina, gente xingando umas às outras, motoristas ultrapassando em lugares que não devem. Uma das soluções é, com certeza, a consciência da população. Ninguém fica agarrado no trânsito porque quer”, observa.
Quem se prepara para enfrentar o trânsito é Guilherme Cauã Barbosa, de 19 anos, que está tirando sua habilitação para carro: “O que tenho achado mais difícil é que têm muitos carros para pouco espaço; as ruas não foram planejadas para esse volume”.


O morador do bairro Santa Maria acredita que a sinalização e fiscalização podem ser soluções para o trânsito, desde que aliadas a uma tomada de consciência de motoristas e pedestres: “Claro que as pessoas buzinando e xingando não ajudam; só pioram o trânsito. Sem isso, poderíamos ter uma melhora na qualidade de vida. No geral, a gente já tem ou­tros estresses no dia a dia e ainda têm o trânsito para piorar”.

Já o aposentado Cláudio Tadeu da Fonseca, de 56 anos, que possui décadas de experiência atrás do volante, acredita que o uso da tecnologia pode melhorar o tráfego da cidade: “ Eu acredito que Lafaiete ainda é uma cidade em desenvolvimento e daqui 20 ou 30 anos não vamos ter local para colocar veículos”, pondera o morador do São Se­bastião, que afirma não concordar com pessoas estressadas no trânsito: “O motorista tem que ter a capacidade psicológica e física para desenvolver sua função no volante. E pelas regras de direção, não tem que ficar buzinando. Não adianta ficar com raiva; não resolve”.

 

Pesquisa

A opinião dos entrevistados sobre a qualidade do trânsito foi compartilhada também pelos leitores do CORREIO Online, que participaram de uma enquete no Instagram. Para traçar um perfil dos participantes, nossa reportagem perguntou alguns dados pessoais. A maioria dos votantes tem entre 21 e 40 anos (62%), seguidos pelos de 41 a 60 anos (27%), até 20 anos (6%) e acima de 60 anos (5). As mulheres também foram a maioria (73%). A maior parte dos votantes mora em Lafaiete (87%) e dirige ou pilota (65%).

Sobre a avaliação do trânsito, 41% consideram ruim, 37% acham péssimo, 19%, regular e apenas 3% votaram em bom. Já com relação aos problemas, 46% acreditam que eles vêm da falta de educação no trânsito; 37% culpam o trânsito intenso em determinados dias e horários; 9% afirmam que faltam sinalização e fiscalização; e 7% dizem que os pedestres atravessam em locais inapropriados.

89% consideraram o trânsito estressante. A mesma por­centagem de pessoas acredita que o trânsito ruim in­fluen­cia na qualidade de vida da cidade; 8% disseram que talvez influencie; 2% acreditam que não e 1% não tem uma opinião sobre o assunto.

Cláudio Fonseca

Andréa Barbosa

Dados do IBGE mostram ditribuição da frota de 80.077 de veículos em Lafaiete




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Postado por Nathália Coelho, no dia 07/07/2022 - 17:42


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