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Cyberbullying cresce durante a pandemia: conheça esse grave problema




 

A pandemia de COVID-19, ainda presente em nosso cotidiano, trouxe um conjunto de problemas sociais e de saúde que afetam todo o país. Assistimos à lotação de hospitais, fechamento de pequenos negócios, falta de suprimentos necessários, altas em preços e até sequelas em pessoas que pegaram a doença antes da vacinação. Embora todos esses problemas sejam conhecidos e amplamente divulgados, um vilão silencioso e crescente passa despercebido. O impacto na saúde mental de crianças, adolescentes e até mesmo adultos vem preocupando profissionais da psicologia e psiquiatria em todo território nacional.

O isolamento social, os estudos à distância, as restrições de movimentação e o tempo em frente às telas são fatores que atrapalham a manutenção da boa saúde mental. A necessidade da substituição de interações no mundo real pelos mecanismos virtuais transformaram e amplificaram problemas já existentes para o universo virtual: é o caso do cyberbullying, nome dado ao bullying praticado digitalmente. Embora este ataque exista desde a chegada da internet em nosso cotidiano, em especial das redes sociais, foi durante a pandemia que o Brasil reconheceu um grande aumento no número de vítimas. É importante conhecer esse problema e as formas de contorná-lo antes que seus efeitos negativos sejam potencializados. Confira:

O que é e como prevenir o cyberbullying

O bullying é uma palavra importada do inglês para representar, por definição: agressões repetidas e intencionais à saúde física ou mental de uma vítima, perseguição, humilhação. Observado com grande frequência em escolas e faculdades no convívio de crianças e adolescentes, e também caracterizado para adultos em ambientes de trabalho hostis ou cotidiano social, o bullying rapidamente se tornou um dos problemas mais frequentes do mundo moderno. De acordo com o Instituto Nacional de Geografia Estatística (IBGE), um a cada dez adolescentes brasileiros afirmam ter sofrido bullying em algum ponto de suas vidas. Embora cada vez mais professores, responsáveis, corpos docentes e profissionais da saúde recebam treinamento para identificar e suprimir o bullying, no mundo virtual esse fenômeno ainda é pouco combatido e extremamente perigoso.

Tentativas de conscientização estão cada vez mais comuns, e empresas de segurança digital como a ExpressVPN publicam guias com os detalhes necessários para que todos os internautas - estudantes, jogadores, funcionários em home office e utilizadores de redes sociais comoTwitter, Facebook e Reddit - sejam capazes de prevenir os erros on-line que facilitam a atuação dos agressores.

O efeito das redes sociais

Em um artigo publicado pela Universidade da Flórida Norte, tal como outras publicações em revistas científicas, o efeito das redes sociais se mostrou crucial para o aumento do cyberbullying: as relações através da tela do computador permitem o anonimato e, em muitos casos, nos fazem esquecer de que há um ser humano do outro lado, com emoções assim como as nossas. Esses fatores promovem uma dessensibilização que aumenta as chances de comportamentos hostis, ofensas, perseguições, críticas pesadas, que culminam no bullying.

De fato, é nas redes sociais que observamos os principais exemplos de vítimas sendo perseguidas digitalmente. Em alguns casos, por um pequeno grupo de colegas de classe que usam a internet para humilhar e perseguir outro aluno, e em outros, comunidades inteiras podem perseguir uma pessoa graças a uma discordância política ou até diferenças sobre gostos musicais. Muitas vezes, o bullying é disfarçado de “meme” ou brincadeira virtual, principalmente em plataformas como o Twitter, onde informações se disseminam rapidamente e há pouco espaço para contextualização ou defesa.

O resultado do cyberbullying é presente também na vida real, pois resulta em picos de ansiedade e estresse, depressão, demissões em empregos, evasão escolar, e em muitos casos, completo isolamento da vítima. É por isso que na legislação brasileira este tipo de comportamento já é previsto como atividade criminosa: as leis 13.185, de 2015, e 14.132, de 2021 criminalizam os comportamentos de agressão física ou emocional de forma sistemática e repetitiva, tanto no convívio real quanto no mundo digital, além de proibir o uso de ferramentas on-line para obter dados pessoais para uso indevido.

Para os responsáveis, as orientações profissionais também incluem a abertura para conversar com os jovens sobre esse tema, incentivando-os a aprender a reconhecer o problema e buscar ajuda quando necessário. O acompanhamento por psicólogos, assim como ONGs de combate ao cyberbullying como a SaferNet, oferecem recursos para aliviar a pressão psicológica sofrida pelas vítimas, e é importante que o uso das redes sociais e o tempo gasto on-line seja monitorado pelos pais para que exista de forma saudável - sem restrições desnecessárias, mas sem comportamentos nocivos de exposição e vício.

É preciso reconhecer que a chegada de novas tecnologias têm o potencial de melhorar diversos aspectos de nossas vidas. No entanto, também abre espaço para novos problemas que precisam ser reconhecidos e discutidos, em especial quando lidamos com a saúde mental. O cyberbullying está em crescimento no Brasil, e seu combate deve ser diário e constante para garantir um convívio equilibrado da vida digital com o mundo real.




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Postado por Mariana Carvalho, no dia 06/07/2022 - 08:23


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