Um aumento no número de colônias de morcegos deixou Lafaiete em estado de alerta contra uma doença com alto índice de letalidade: a raiva. Segundo a nota emitida pela Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Centro de Controle de Zoonoses, algumas espécies destes animais são os principais reservatórios e transmissores da raiva. Também chamada de hidrofobia, essa zoonose (doença comum aos seres humanos e animais) de caráter infeccioso é causada por um vírus do gênero Lyssavirus, capaz de comprometer gravemente o sistema nervoso central. Por isso, é considerada uma doença grave.
É importante ressaltar que os morcegos são animais silvestres protegidos pelas leis federais de proteção ao meio ambiente (5.197/67 e 9.605/98). Sua caça, apanha e morte dos mesmos são considerados crimes ambientais. Todos os produtores e criadores devem vacinar seus animais anualmente contra raiva. Animais de grande porte devem estar com a imunização em dia. Em caso de descumprimento, os responsáveis estarão sujeitos às sanções cabíveis pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Proprietários dos animais que apresentarem sinais característicos da doença devem procurar imediatamente ao CCZ ou IMA.
Diante da possibilidade de um aumento nos casos da doença, a Secretaria de Saúde estendeu o alerta aos profissionais mais expostos a esse risco: os veterinários. Em uma nota direcionada à categoria, a pasta cita a captura de um morcego com diagnóstico positivo para raiva no município. Também orienta os profissionais a colocarem a vacinação contra a doença em dia, como medida de profilaxia indicada pelo Ministério da Saúde, Superintendência Regional de Saúde de Mina Gerais e pela própria Secretaria.
No município, há disponibilidade para realizar o protocolo vacinal pré-exposição humano na Central de Vacinação (avenida Dom Pedro II, 178, São Sebastião) e na Policlínica, em casos de acidentes envolvendo mordedura e arranhadura de animais. “O médico veterinário deverá estar com sua carteira de registro no Conselho de Medicina Veterinária, cartão do SUS e cartão de vacina. Em caso de já ter realizado algum protocolo de vacinação antirrábica anteriormente, deverá fazer a sorologia e apresentá-la para aplicação do protocolo correto”, orienta.
A nota também reforça os cuidados com relação a utilização de EPIs em casos de animais suspeitos para a doença. “O diagnóstico positivo para raiva é de notificação obrigatória e imediata, seja o animal de grande porte, pequeno porte, silvestre. Para casos de animais suspeitos, deve ser realizado acompanhamento médico veterinário do paciente em um período mínimo de 10 dias, não sendo aconselhável realizar, sob nenhuma hipótese, a eutanásia em caso de animal suspeito para raiva, mesmo que seja um estado terminal, devido aos riscos de contaminação humana”, alerta.
E caso o óbito venha a ser confirmado, o corpo deve ser encaminhado ao CCZ, embalado em dois sacos plásticos, preferencialmente congelado e lacrado com fita adesiva, em caixa de isopor com gelox, junto com o documento de identificação preenchido com todos os dados necessários. “O tutor deve ser orientado a procurar a Policlínica Municipal para mais esclarecimentos em caso de contato e/ou acidentes por mordedura ou arranhadura de animais suspeitos ou diagnosticados com raiva. Ele será submetido aos protocolos de profilaxia juntamente com o CCZ e Secretaria Municipal de Saúde”, acrescenta.
O Centro de Controle de Zoonoses fica localizado a rua Pedro Camargos, 240, São Sebastião. Mais informações: 3769-2505.
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Postado por Nathália Coelho, no dia 21/01/2022 - 09:37