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Comunidade


Desemprego e crise deixam famílias reféns da fome em Lafaiete e região




 

A fome tem uma nova cara em Lafaiete. Se antes estávamos acostumados a ver pessoas que, por razões diversas, tinham perdido sua estrutura na vida e dependiam de doações para se manter, hoje são famílias inteiras dentro dessa realidade. Pessoas que até bem pouco tempo tinham um trabalho e viviam dignamente, mas que agora, seja pelo desemprego, seja pelo aumento no custo dos alimentos, só terão como se alimentar neste Natal graças a solidariedade.

E esse número vem subindo de maneira assustadora. Criador e à frente da ONG Clube do Bem desde 2016, o jornalista Pablo Gonçalves conhece bem esse quadro. “Em ‘tempos normais’, fora da pandemia, atendíamos com alimentos uma média de 12 a 15 famílias por mês. Durante a pandemia esse número aumentou consideravelmente. Para se ter uma ideia, de abril a setembro de 2020, o Clube do Bem atendeu 390 famílias com cestas básicas – cerca de 65 famílias por mês”, explica.

O agravamento veio acompanhado de um grande reforço para o combate à fome em 2020. A Rede Família, proveniente da iniciativa dos promotores de Justiça da Família, Edgard Augusto Alves Santos e Aléssia Santa Bárbara, uniu diversas entidades e segmentos em um movimento social. Além dos grupos se ajudando mutuamente, um sistema de cadastro de famílias e pedidos foi criado, em uma parceria da UFSJ e a Rede Família, o que tornou mais dinâmico e assertivo o direcionamento das doações em 2020.

“Herdamos este sistema de cadastro da Rede Família e continuamos em 2021 com essa união entre os grupos, agora como movimento “Unidos Contra a Fome”. Todas as entidades estavam sobrecarregadas de pedidos e vimos que realmente a união faz a força. Números expressivos fazem parte dessa união: cerca de 2 mil cestas foram distribuídas e o trabalho continua”, revela.

O mapa da fome

Uma das propostas da iniciativa é mapear as zonas mais críticas, criando um “Mapa da fome”. Porém, a situação é volátil, assim como a pandemia. “Como exemplo, em 2020, os seis bairros com maior número de pedidos foram, pela ordem: São João, Paulo VI, JK, Jardim Europa, Sion e Santa Matilde. Já em 2021, o ranking de pedidos traz:  São João, Sion, Paulo VI, Jardim Europa, Jardim do Sol, JK e Jardim das Flores. Atente-se aos três “jardins” na lista dos seis primeiros bairros com mais pedidos de ajuda”, pontua.

Dados extraídos do sistema da Rede Família mostram que a faixa etária que mais solicitou ajuda neste ano é formada por pessoas com idade entre 25 a 45 anos. “Percebemos a influência direta do fechamento do comércio no aumento dos pedidos. Mas como sempre ocorre, a providência vem, e as entidades unidas não deixaram a fome chegar a Lafaiete: todas as famílias que realmente necessitavam receberam alimentos. Em 2 anos, foram distribuídas mais de 2 mil cestas básicas na cidade. E digo que ‘realmente necessitavam’ porque antes de qualquer ajuda prestada, é realizado uma sindicância por todas entidades participantes do movimento Unidos Contra a Fome”.

Com a retomada das atividades comerciais e a volta ao trabalho, houve uma diminuição do número de pedidos de alimentos. Porém, uma nova vertente chega precisando de ajuda: agora não mais por não poder trabalhar devido a pandemia, mas pelo aumento do valor dos alimentos. “E isso acontece exatamente em um momento em que foi observada uma queda no total de doações”, alerta.

Como e o que doar?

A doação pode ser direcionada a um dos Pontos do Bem espalhados pela cidade, pelo (31) 98974-2142 ou por mensagem nas redes sociais @CL do Bem. São bem-vindos alimentos em geral, brinquedos, roupas e, principalmente, seu tempo como voluntariado.

Como receber doações?

A porta de entrada é o telefone do Clube do Bem (31)98974-2142. Também é possível realizar um cadastro na secretaria da Rádio Carijós – praça Getúlio Vargas, 81, Centro. Realizado o cadastro, a equipe da CL do Bem faz uma visita à residência para a sindicância. Comprovada a necessidade




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Postado por Clara Maria, no dia 13/01/2022 - 17:49


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