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Pescaria


A grande piranha e a bela jiboia




 

O saudoso Paulo Bellavinha, João Bellavinha e Leonardo mostrando o que sobrou do peixe após o ataque da Piranha

João Bellavinha
Pescador desde 1943
Assinante do Jornal CORREIO

É por estas e por outras que dizem por aí que pescador é mentiroso. Mesmo mostrando foto o pessoal não acredita.

Tudo começou com mais uma pescaria no rio São Francisco, na região de Três Marias. Fim do século passado. Na caravana estavam: o saudoso Paulo Bellavinha com o filho Leonardo, eu (João Bellavinha), o primo Saulo Costa e o grande amigo Otávio Teixeira. Paulo e Saulo, com mais três amigos, possuíam um rancho localizado nas proximidades do encontro do Rio Abaeté com o Velho Chico. Barco e motor ficavam guardados lá.

Ao lado estava o rancho do lafaietense Élcio Goulart, amigo nosso, que vivia mais lá do que em sua residência em Lafaiete. Lá pelo terceiro dia fisguei um grande peixe e, como é normal, deu um trabalhão até trazê-lo próximo ao barco. Quando levantei o peixão pela cauda para embarcá-lo, pois esquecemos o puçá, com incrível pulo saiu da água uma enorme piranha e, de uma bocada, corta a linha e leva metade do peixe. Um enorme susto, pois não tínhamos conhecimento de fato igual. Para comprovar o relato estamos colocando a foto mostrando o que sobrou do peixe. Ninguém mais colocou a mão na água. Nem nadou...

De certa feita, em uma pescaria da qual participaram Leonardo Bellavinha, o filho Gustavo, o sobrinho Guilherme, além de Otávio Teixeira, João Bellavinha e Antônio Damasceno Neto, dessa vez no encontro do Rio Pará com o São Francisco, um fato marcante nos pegou de surpresa: no dia seguinte ao da chegada, quando cada pescador retornava para o almoço, nosso “chef” da cozinha, como sempre, já havia retornado, mas não estava preparando o rango. Encontrava-se sentado, imóvel e de olhos fixos em um ponto qualquer dos galhos das árvores próximas, bem próximas do nosso posto. A medida que cada um visualizava a razão da fixação do amigo Antônio, também parava. O susto era grande: uma jiboia enrolada em um galho que estava praticamente em cima do trailer. Um belo espécime.

Só que, apesar de jovem, o bicho era comprido, o que provocou certo desconforto, mas a deixamos ali com todos a observando diuturnamente.

Uma grande preocupação pairou sobre os pescadores: e se a mãe ou o pai da jiboia aparecer? Não apareceu! Ela desapareceu e depois de cansativa procura foi visualizada enrolada em um galho bem distante. Felizmente, pois julgamos que estava no acampamento.

Em tempo: com a verve natural de brasileiros, a bonita e comprida jiboia foi batizada de “Gisele” – sem comentários!...




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Postado por Mariana Carvalho, no dia 12/12/2021 - 11:00


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