Localizado a 53km de Lafaiete, o agradável município de Lamim reserva agradáveis surpresas para os visitantes. Com pouco mais de três mil habitantes, a região foi habitada por índios até 1710, com a chegada de um grupo português.
Os bandeirantes, vindos de Itaverava, fundaram Lamim e às margens do ribeirão ergueram um rancho com a bandeira do Divino Espírito Santo, que permanece até hoje como padroeiro da cidade. O nome oficial veio do povoador José Pires Lamim, falecido aos 25 anos. Em sua sepultura, foi erguida a primeira capela, para preservar sua memória.
A base da economia é agricultura de subsistência e pecuária leiteira. Devido à forte influência da cultura portuguesa, algumas tradições e manifestações religiosas se mantêm presentes na vida dos laminenses. A festa do Divido Espírito Santo, por exemplo, comemora a devoção e guarda toda a pompa herdada de seus fundadores. Considerada como uma das festas mais importantes do estado, é uma tradição mantida há mais de 300 anos.
Celebrada no mês de outubro, a festa do Rosário homenageia Nossa Senhora do Rosário e agrega a tradição católica-portuguesa, com símbolos religiosos africanos. Grupos de Congado compõem a festividade, juntamente com toda a população.
Nas principais ruas do centro da cidade é possível contemplar o conjunto arquitetônico de casarões coloniais, preservados até hoje. Em função da forte presença da agricultura, muitas fazendas atraem turistas para apreciar antigas construções de séculos passados.
Dentre os pontos turísticos, destacam-se a Capela Nossa Senhora das Dores, localizada no alto de uma montanha. A lenda local diz que se a imagem for retirada da capela, retornará ao santuário no dia seguinte. Outro destaque na região é a culinária. Doces e iguarias fazem parte do cardápio em restaurantes e padarias, oferecidos com a conhecida hospitalidade mineira que nos faz sentir em casa.
O Feijão Milagroso de Lamim
O feijão fez a fama da cidade. Surgiram, por volta de 1800, os primeiros grãos “pintados” com a imagem de uma pomba — símbolo do Divino Espírito Santo, padroeiro da cidade. De lá para cá, o “feijão milagroso”, como é conhecido na região, foi passando de geração em geração e, hoje, serve de souvenir na tradicional Festa do Divino Espírito Santo.
Em 1801, como de costume, houve um sorteio para escolher quem faria a festa do padroeiro. Só que o sorteado, um humilde agricultor, não tinha dinheiro para pagar as despesas. Alvo de críticas, prometeu que se sua plantação de feijão vingasse, pagaria a festa com o dinheiro da colheita. A colheita foi farta e alguns grãos estampavam a imagem do divino. “Assim nasceu a lenda do feijão do Divino Espírito Santo”, conta o agricultor José Geraldo Reis e Silva.
Embora o feijão do divino sirva para consumo, os grãos “abençoados” são guardados para a festa do padroeiro, 50 dias depois da Páscoa. “Muitos devotos pedem alguns grãos para levar. Não vendemos, doamos”, afirma o agricultor.
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Postado por Mariana Carvalho, no dia 11/12/2021 - 18:30