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Cultura


Cantor sertanejo de raiz completa 60 anos de amor à musica

Atualmente, Lauri tem tocado sozinho, mas acredita que vai encontrar um parceiro para seguirem juntos na música até quando Deus quiser




 

Ele ganhou o seu 1º violão do pai, aos 12 anos, e não largou mais. Desde então, foram seis décadas de um amor pela música sertaneja, no estilo raiz, extravasado em duplas, trio e mesmo solo, nos palcos e rodas de amigos. Talvez você não saiba de quem estamos falando se eu apresentar esse talento como o motorista profissional e operador de máquinas Sebastião de Oliveira, mas o nome aclamado nos palcos traz lembranças para muita gente – especialmente para o público cativo do Forró do Araújo, clubes e bares da cidade.

O homenageado desta edição é o Lauri. Esse talento, que sempre tirou o melhor do violão e da viola, construiu uma verdadeira história pelos palcos de Lafaiete e região ao lado de nomes que trazem saudade, como Lauro, Odilon, Zetinho, Valdir e outros mais: “Lauro e Lauri foi uma du­pla que tocava teclado e violão. Juntos, eu e o Lau­ro chegamos a gravar dois CDs e vivemos muitas alegrias. Foi bom demais, porque o Lauro foi aquele parceiro que preencheu todos os requisitos. A gente teve uma banda chamada Lauro, Lau­ri e Som Maior. Fomos nós que começamos no Forró do Araújo – só lá são mais de 9 anos de história”.

Outra saudade que Lauri guarda é da sua parceria com Odilon: “Eu tocava viola e o Odilon, violão. Essa parceria durou por uns 7, 8 anos, na época em que Lauro trabalhou e morou em Mariana. O Odilon também era um parceiro que atendia em tudo: bom de ritmo, de afinação, de acompanhamento de violão. Durante toda essa temporada com o Odilon eu toquei viola. Eu, ele e o Pelé fizemos muitas tocadas boas”, lembra. O seu trabalho ao lado de Zetinho também foi eternizado em um CD: “Naquela época, éramos o Laerte, Lauri e Leonardo, nos teclados. Formamos um trio bacana”, completa.

De tudo isso, o que fica é o carinho de todos para com o seu trabalho e as lembranças: “Eu tive muitas experiências boas e ruins nesta minha caminhada. Na vida, sofri algumas decepções, como acontece com todo mundo, mas graças ao Senhor eu sobrevivi. Na música, só boas lembranças, graças a Deus. E é a Ele a quem agradeço. Para mim, tocar traz uma emoção muito grande, principalmente, quando as pessoas prestam atenção na minha música, me ouvem e me aplaudem. Infelizmente, todos aqueles com quem fiz dupla partiram, foram embora e me deixaram aqui, levando esse show até quando Deus deixar. Estou sozinho, sem parceiro, mas nem por isso, eu larguei a viola e, principalmente, o violão”.

Dom de família

Durante toda a sua trajetória, Lauri não chegou a frequentar aulas de canto ou de instrumento: “Eu vim de uma família de 13 irmãos. Meu pai era afinado, mas não gostava de cantar perto da gente. Minha mãe também era afinada, mas eu não cheguei a ver eles cantarem. As minhas irmãs e meus irmãos cantavam, mas, instrumento mesmo, só eu. O pouco que eu sei, eu aprendi sozinho, no meio dos companheiros que tocavam, porque Deus me deu essa inclinação de tocar um instrumento. Então, eu aprendi observando os companheiros fazerem. Nunca frequentei escola de música. Eu fui iluminado”, brinca o sertanejo.

E treinar bem os ouvidos é exatamente a dica que ele dá a quem também se interessa pela música: “O primeiro passo para aprender a tocar um instrumento é observar se o seu ouvido te ajuda; se você tem um ouvido para a música. Existem pessoas que adoram música, mas quando cantam, desafinam. Se vão tocar, não sabem a hora que erraram. O principal é saber na hora que erramos - especialmente para cantar: se alguém cantar desafinado causa um desarranjo tremendo - eu conheço a quilômetros de distância”, revela.

Sem data para parar

O tempo passou e seus amigos foram se retirando do palco da vida, mas isso não silenciou o seu violão, parceiro de toda uma estrada. Aos 72 anos, o amor pela música e o talento permanecem vivos, embalados por um coração sempre aberto a uma nova parceria: “Estou aqui em Lafaiete, arranhando sozinho. E apesar da idade, eu tenho toda disposição, instrumentos, som e coragem para encarar mais uma dupla novamente. Se a oportunidade não aparecer, vou levando a minha vidinha, tocando sozinho, uma rodadazinha de viola junto com os amigos. Essa pandemia, agora, está deixando todo mundo parado, mas esperem em Deus, no Senhor Jesus, que a gente vai poder voltar a tocar, abraçar as pessoas que amamos, estar junto de quem gostamos”, finaliza.

Contato do cantor sertanejo: (31) 99899-8490




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Postado por Mariana Carvalho, no dia 30/05/2021 - 11:42


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