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Direção do São Camilo rebate Mário Marcus e apresenta sua versão dos fatos




 

Uma entrevista concedida à imprensa na quinta-feira, dia 15, pelo prefeito Mário Marcus (DEM), acirrou ainda mais os ânimos entre a administração municipal e a direção do Hospital São Camilo. Remanejado de sua sede para uma ala então desativada do Hospital Queluz, o HSJ já vinha alertando para os prejuízos acumulados com a queda drástica nos atendimentos, que já culminou com a demissão de vários funcionários. Também vinha solicitando o direito de retornar às suas instalações  de origem – há meses usadas como Hospital de Campanha - ou até de obter algum socorro finaneiro do município.

Como tais hispóteses foram descartadas durante a entrevista, a direção veio a público cobrar um diálogo com o Executivo e replicou, ponto a ponto, as principais alegações  de Mário Marcus. O consentimento da direção em ceder o espaço, o diálogo aberto entre as partes, a imprevisibilidade em relação a uma data para devolver o espaço e a ilegalidade de um socorro financeiro ao São Camilo foram os pontos mais discutidos.

Confira as considerações do manifesto na íntegra.

Prefeito Mário Marcus - Era intesse do Hospital São Camilo ceder o prédio.
(HSC) Não. Não houve esse interesse e, em uma das últimas tratativas, nos foi dito, pela secretária de Saúde, que nenhum outro hospital havia aceitado e que  naquele momento, ou o São Camilo aceitava, ou seria requisitado. Não aceitamos, e o prefeito, por meio do Decreto 581, de 06-04-2020, nos deu três dias  para, juntamente com nossos pacientes, sairmos do prédio e ocupar a ala do Hospital  Queluz, que estava desativada.

Prefeito Mário Marcus - O Município faria uma reforma no prédio.
(HSC) A reforma necessária, naquele momento, no prédio do Hospital, seria o telhado. Para isso, já estava sendo realizado um trabalho para arrecadação de  recursos, pela Direção junto a colaboradores do Hospital. Inclusive, já tínhamos tratativas com a senhora Carine (mãe do João Miguel).

 

Prefeito Mário Marcus - Tão logo passar a pandemia irão devolver.
(HSC) Não dá para ser feito dessa forma; é preciso que o Município aprenda a trabalhar de forma mais planejada. Não dá para você entrar na casa do outro e dizer que não saber o que dia irá sair.

 

Prefeito Mário Marcus - Nós estamos mantendo um diálogo aberto entre a Secretaria de Saúde, Procuradoria Municipal.
(HSC) Não há nenhum diálogo. Mandamos uma notificação ao prefeito, e a cópia da mesma encaminhamos para vários outros orgãos, inclusive CMS, vereadores, MP e demais autoridades de Saúde. Isso ocorreu há mais de 70 dias, e em momento algum fomos procurados para o tal diálogo.

 

Prefeito Mário Marcus - Acredito que repasse de recursos não tem legalidade.
(HSC) Neste ponto, acreditamos que uma análise mais aprofundada irá mostrar aos gestores da saúde do Município a possibilidade legal de repasse de recursos  financeiros para socorrer o Hospital São Camilo, que quando foi chamado, socorreu o município.

 

Prefeito Mário Marcus - Contratualização de serviços a mais para compensar do Hospital.
(HSC) Em janeiro deste ano, houve uma redução, pelo Município, da contratação de serviços prestados pelo Hospital, via SUS ao município. A Secretaria Municipal de Saúde impês a redução de serviços contratados. Como, agora, querem falar em aumentar os serviços do Hospital como justificativa para  ajudá-lo?

 

Prefeito Mário Marcus - Repasses que são feitos pelo sus não tiveram redução.
(HSC) Nosso faturamente foi substancialmente reduzido. Caímos de uma média de aproximadamente 600 pacientes/mês em nossa sede, para uma média de ≅ 42 pacientes/mês, na ala do Hospital Queluz, baixando nosso faturamento SUS para em torno de R$20 mil (produção janeiro/2021); uma redução de mais de 80% no nosso faturamento total. Sem falar que hoje atendemos basicamente ao SUS, já que no local disponibilizado para o Hospital tem apenas dois apartamento, os quais são utilizados também para isolamento, quando pacientes internados se tornam casos suspeito/confirmados da covid-19.

 

Prefeito Mário Marcus - Poderemos marcar uma reunião, se necessário for... A responsabilidade não é só do município... a cessão do prédio foi em comum acordo; não foi nada forçado.
(HSC) Estamos aguardando essa reunião com o prefeito desde quando lhe entregamos a notificação e cópia da mesma ao CMS, MP, vereadores e demais     autoridades de Saúde, em 09/02/2021 . Reiteramos que a cessão do prédio não foi de comum acordo - prova disso é o Decreto de Requisição.

 

Prefeito Mário Marcus - Estava com telhado caindo, em péssimas condições e com pouquíssimos leitos.
(HSC) Neste ponto, o senhor prefeito falta com a verdade, ou está, no mínimo, mal informado. Na verdade, isolávamos dois quartos no momento de chuva e já estávamos providenciando, com os colaboradores do Hospital, arrecadação de recursos para solucionar o problema do telhado.

 


Prefeito Mário Marcus - Talvez eles estivessem lá em uma situação pior do que estão hoje.
(HSC) O senhor prefeito demonstra que não tem conhecimento nenhum do local onde nos colocaram. Apesar de solicitarmos, por inúmeras vezes, visitas da Secretária de Saúde, a mesma nunca foi lá, tampouco mandou um representante. Detalhamos todos os problemas nas notificações. Fomos ignorados.

 

Prefeito Mário Marcus - Tinha a expectativa de voltar, ...então hoje fica essa situação aí de cobrança  do município... E o município, dentro de suas condições, fazendo o que for possível.
(HSC) Não queremos a dismobilização do Hospital de Campanha, mas entendemos que já houve tempo suficiente para o município se planejar, preparar e apresentar um Plano B para continuar fazendo o atendimento ao covid e devolver o São Camilo à sua sede.

(HSC) Para reflexão, gostaríamos de deixar o seguinte: Lafaiete é o único caso em que se desmobilizou um hospital funcionando  para instalar o Hospital de Campanha. Assim, perguntamos: Onde estão sendo atendidos os pacientes que eram atendidos no Hospital São Camilo? (HSC) Lamentamos profundamente que essa questão tenha tomado a proporção que tomou, entendemos que isso deveria ser tratado e resolvido em uma mesa de reunião, e não através de redes sociais e órgãos de imprensa. mais, o que buscarmos é voltar a atender nossos idosos e demais pacientes que buscavam atendimento no Hospital São Camilo e lá sempre sempre foram dignamente atendidos.

O manifesto é assinado pela Direção Hospital São Camilo

Foto: TJMG




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Postado por Juliana Monteiro, no dia 19/04/2021 - 18:13


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