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Veículos


Gol é o campeão da Volkswagen e se mantém no “Top Five” do ranking dos carros mais vendidos do Brasil




 

Por Luiz Humberto Monteiro Pereira

Agência AutoMotrix

No “time” da Volkswagen, os utilitários esportivos, outrora relegados ao “banco de reservas”, agora entram em campo com o “status” de grandes estrelas. Em plena crise de vendas causada pela pandemia, a marca alemã estreou em maio o SUV compacto em estilo cupê Nivus e lançou em agosto a linha 2021 do T-Cross, que incorporou o multimídia VW Play inaugurado com o Nivus, além de apresentar em outubro o médio Taos, previsto para chegar ao Brasil no segundo trimestre de 2021, importado da Argentina. Enquanto os “holofotes” do marketing estão voltados para as novidades do segmento que se tornou o “queridinho” do mercado nacional, um veterano hatch, sem fazer alarde, se consolida como o modelo mais vendido da marca e aparece entre os cinco carros mais comercializados do Brasil. Este ano, o Gol – que liderou as vendas de automóveis no país durante quase três décadas, de 1987 a 2013 – obteve uma média mensal de 5,7 mil emplacamentos. Ainda abaixo dos 6.744 mensais de 2019, mas o suficiente para manter o quinto lugar no ranking – é superado apenas por Chevrolet Onix, Hyundai HB20, Fiat Strada e Onix Plus, todos renovados recentemente. Para a linha 2021, o Gol trouxe mais uma reestilização do Gol G5, apresentado em 2008. E a versão 1.6 MSI com câmbio automático cumpre a função de “topo de gama” do compacto da Volkswagen.

A “novidade” do Gol 2021 foi a adição de itens de segurança que se tornaram obrigatórios no mercado brasileiro. O hatch passa a dispor de cinto de segurança de três pontos e encosto de cabeça para os cinco ocupantes e a fixação Isofix para cadeirinhas infantis. De resto, o carro é o mesmo desde o modelo 2019, quando a dianteira foi redesenhada e “herdou” o visual do antigo Gol Track, incluindo um capô mais elevado e com vincos mais marcantes, faróis com formato maior e mais anguloso e interligado à nova grade mais ampla. O para-choque conta com auxiliares de neblina em posição elevada. Os comandos dos vidros traseiros são fixados no painel, reduzindo assim o custo de produção. Na versão automática, a assinatura “MSI Automatic” aparece próxima à lanterna direita.

O câmbio automático trabalha em conjunto com o motor 1.6 MSI com quatro cilindros e 16 válvulas. Com duplo comando de válvulas, bloco e cabeçote feitos de alumínio, o hatch atinge 110 cavalos quando abastecido com gasolina e 120 cavalos com etanol, em ambos os casos a 5.750 giros. Já o torque é de 15,8 kgfm com gasolina e de 16,8 kgfm com etanol, disponível aos 4 mil giros. As trocas sequenciais podem ser feitas na alavanca ou nas aletas atrás do volante. O sistema tem ainda o modo esportivo, que leva as trocas das marchas para rotações mais altas para conferir acelerações mais vigorosas.

Desde a linha 2019, o Gol adotou uma configuração de acabamento única. Os equipamentos da versão 1.6 16V MSI automática são os mesmos do modelo com o motor 1.0 de três cilindros ou o 1.6 de 8 válvulas, ambos com câmbio manual. A configuração 1.6 MSI automática parte de R$ 65.390 nas cores Branco Cristal ou Preto Ninja – a Vermelho Flash encarece R$ 500 e tonalidades Prata Sirius ou Cinza Platinum (a do modelo testado) acrescentam R$ 1.610 à fatura. O modelo vem de série com alerta de frenagem de emergência, antena no teto, ar-condicionado com filtro de poeira e pólen, banco do motorista com ajuste de altura, o traseiro com encosto rebatível, chave tipo canivete, desembaçador do vidro traseiro, direção hidráulica, faróis com máscara escurecida, limpador do para-brisa com temporizador, brake light, preparação para sistema de som, suporte para celular, tomada 12V no console central, travamento elétrico das portas, vidros dianteiros elétricos e rodas de aço de 15 polegadas.

Por R$ 3.600, o pacote “Urban Completo” adiciona sistema de alarme com comando remoto, sensor de estacionamento traseiro, duas luzes de leitura dianteiras e duas traseiras, alças de segurança no teto, chave tipo “canivete” com comando remoto, coluna de direção com ajuste de altura e profundidade, retrovisores e maçanetas na cor do veículo, espelhos eletricamente ajustáveis com função tilt-down no lado do passageiro e com luzes indicadoras de direção integradas, faróis de neblina, lanternas escurecidas, pneus 195/55 R15 e rodas de liga leve de 15 polegadas e tampa do porta-malas com abertura elétrica. Com mais R$ 2.370 do pacote de interatividade “Composition Touch”, agrega-se computador de bordo, quatro alto-falantes e dois tweeters, sistema de som “touchscreen” com App-connect e volante com comando do sistema de som e “I-System”. Há ainda o pacote de interatividade “Media Plus”, por R$ 1.180, que acrescenta quatro alto-falantes e dois tweeters e sistema de infoentretenimento Media Plus com Bluetooth, MP3 e entradas USB, SD-card e Aux.

Em sua configuração mais completa, um Gol 1.6 MSI automático beira os R$ 73 mil – um valor próximo aos R$ 78.990 iniciais do Polo Comfortline, que oferece uma plataforma mais contemporânea, acabamento superior e um moderno motor 200 TSI de 128 cavalos acoplado à caixa automática de 6 velocidades. Algumas previsões indicam que o Gol terá um sucessor construído sobre a nova plataforma MQB A00, talvez já em 2021. Dentro das tendências do mercado, é possível que tal sucessor surja em formato de SUV. De qualquer forma, um novo compacto atualizado da Volkswagen poderá ser um forte concorrente para o Onix e o HB20, os únicos hatches mais vendidos que o Gol atualmente.

Experiência a bordo dentro do Gol

O Gol continua o mesmo. O estilo datado torna difícil convencer alguém de que se trata de um carro zero-quilômetro. Os plásticos rígidos predominam, mas as texturas são agradáveis ao toque e os encaixes são precisos. O volante incorpora comandos para acessar o sistema de áudio, o computador de bordo e a telefonia, além das “borboletas” para mudanças manuais. O painel segue a mesma linha do modelo de 2016. O de 2021 tem cluster com computador de bordo, indicador de marcha e “econômetro”.

Quatro pessoas se acomodam bem. Tentar colocar três adultos no banco traseiro reduz muito o conforto. Há espaços no Gol para garrafas e outras “tranqueiras” nos nichos das portas e porta-trecos do console central. Um suporte no alto do tablier permite deixar o celular ao alcance da visão, facilitando a utilização de softwares de navegação. Opcionais como retrovisores elétricos e sensores de estacionamento melhoram a interatividade entre o motorista e o carro.

Impressões ao dirigir com o pé direito

O motor 1.6, com 120 cavalos e 16,8 kgfm de torque com etanol, apesar de não ser muito moderno, movimenta o Gol com desenvoltura. As trocas de marchas do câmbio automático de 6 velocidades são rápidas e a sintonia com o propulsor proporciona ao compacto um desempenho bastante satisfatório. O carro oferece boas arrancadas e um torque razoável desde as baixas rotações. A boa relação de marchas do câmbio rentabiliza com eficiência a força do motor e reduz os trancos nas mudanças. As aletas atrás do volante para trocas manuais aumentam os recursos de quem gosta de uma performance mais esportiva.

O acerto de suspensão proporciona boa estabilidade em curvas rápidas, entretanto, transfere para o interior do carro as imperfeições da pista. Com o privilégio dos diversos ajustes que o longo “tempo de praça” permitiu, o compacto tem um comportamento dinamicamente equilibrado, com rolagens de carroceria discretas. A direção tem uma assistência hidráulica eficiente e o bom diâmetro de giro facilita as manobras. Em tempos nos quais a transmissão automática figura entre os itens mais desejados por consumidores de modelos compactos, um Gol sem pedal de embreagem, que outrora seria considerado uma “extravagância”, começa a ser encarado como uma opção racional e necessária no trânsito caótico das grandes cidades.

Ficha técnica

Volkswagen Gol MSI 1.6 automático

Motor: gasolina e etanol, 1.598 cm³, dianteiro, transversal, quatro cilindros, quatro válvulas por cilindro e comando variável de válvulas. Injeção multiponto sequencial e acelerador eletrônico

Transmissão: automática com 6 marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não dispõe de controle de tração

Potência: 110 cavalos e 120 cavalos a 5.750 rpm com gasolina e etanol, respectivamente

Torque: 15,8 kgfm e 16,8 kgfm à 4 mil rpm com gasolina e etanol, respectivamente

Diâmetro e curso: 76,5 x 86,9 mm. Taxa de compressão: 11,5:1

Freios: a disco na frente e a tambor atrás, com ABS e EBD

Suspensão: dianteira independente do tipo McPherson, com braços triangulares transversais e barra estabilizadora. Traseira com eixo de torção com braços longitudinais. Não dispõe de controle de estabilidade

Carroceria: hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 3,92 metros de comprimento, 1,90 metro de largura, 1,49 metro de altura e 2,47 metros de distância entre-eixos.

Peso: 1.040 kg

Capacidade do porta-malas: 285 litros

Tanque de combustível: 55 litros

Produção: Taubaté/SP

Preço básico: R$ 65.390

Preço com os pacotes “Urban Completo” e “Composition Touch” e na cor Cinza Platinum do modelo testado: R$ 72.970

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 




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Postado por Redação, no dia 14/12/2020 - 17:39


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