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Região


13 das 20 cidades da região têm mais auxílios emergenciais que empregos




 

Na edição anterior, o Jornal CORREIO levantou dados do Ministério do Trabalho para mostrar os efeitos da pandemia na geração de empregos na região. Nesta, apresenta um raio-x do alcance do Auxílio Emergencial em Lafaiete e das 19 cidades do entorno. E o resultado é impressionante: em 13 das 20 cidades, há mais pessoas beneficiadas pelo auxílio que com carteira de trabalho assinada. Em duas delas, o número chega a ser mais que duas vezes maior. Os dados se baseiam em um levantamento inédito realizado pelo jornal O TEMPO, de Belo Horizonte, a partir de informações do Ministério da Economia e da Controladoria Geral da União (CGU).

A regionalização da análise dos dados apurados pelo O Tempo feita pelo Jornal CORREIO mostra que, no momento, há 29.427 pessoas na região dependendo do Auxílio Emergencial, enquanto 57.011 se mantiveram empregadas.

Jeceaba possui a melhor proporção entre trabalhadores no regime de CLT e beneficiados pelo auxílio (16,37%) e é o ponto fora da curva. Nos demais casos, cidades maiores se mostraram menos dependentes do auxílio, como é o caso de Congonhas (que até gerou mais empregos durante a pandemia) e Ouro Branco, onde o percentual de beneficiados pelo governo ainda é inferior a 30% do total de trabalhadores formais. Carandaí (62,66%) e Lafaiete (64,55%) guardam situações semelhantes, onde o número de beneficiários supera 60% do total de empregados. Entre Rios de Minas (86,5%) e Cristiano Otoni (93,12%) fecham a lista daquelas em que ainda têm mais empregados que trabalhadores apoiados pelo auxílio federal.

Mas mesmo sendo as mais populosas, essas cidades não conseguem equilibrar a equação, que coloca o equivalente a 51,6% da força de trabalho sob amparo governamental. Maior geradora de empregos na região, Lafaiete também é a maior beneficiária do auxílio, com 12.074 trabalhadores na lista federal. Em seguida vêm Congonhas (4.457), Ouro Branco (3.112), Carandaí (1.987) e Entre Rios (1.365). Rio Espera e Lamim guardam os quadros mais preocupantes, onde o beneficiários chegam a representar quase 300% do número de contratados.

Em um panorama estadual, o número de beneficiários do novo Auxílio Emergencial supera o total de empregados com carteira assinada em mais da metade dos municípios de Minas Gerais. São, ao todo, 440 cidades mineiras nesta situação (51,6%), incluindo as populosas Ribeirão das Neves e Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte – número que espelha bem a realidade regional. Em 185 delas, os favorecidos representam mais que o dobro do total de trabalhadores em regime CLT.

Sobre a metodologia

A análise considera os desempregados, informais e autônomos que obtiveram ajuda financeira solicitada pelo aplicativo da Caixa Econômica Federal após a chegada do coronavírus. Não inclui, portanto, os socorridos desde antes de abril pelo Bolsa Família e demais pagamentos do CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais), incorporados ao Auxílio durante a pandemia. Como profissionais de carteira assinada não têm direito ao benefício, é possível separar dois grupos distintos. Os números apresentam um novo retrato sobre a informalidade, além da alta dependência econômica dos municípios em relação aos empregos e gastos públicos.

Lafaiete recebe, mensalmente, mais de R$7,2 milhões

Até o momento, o auxílio tem sido um alívio para os setores de comércio e serviços, que estavam sufocados pelas restrições de funcionamento necessárias em razão da pandemia. Alguns setores, como alimentação e mesmo construção civil tiveram uma alta considerável no consumo. E não é para menos: considerando apenas o valor mais baixo do auxílio (R$600), esses quase 30 mil auxílios injetam nada menos que R$17.656.200,00. Na prática, são mais de R$20 milhões todos os meses.

Só em Lafaiete, o valor mínimo de R$600 pago a 12.074 beneficiários do auxílio emergencial faz circular mais de R$7,2 milhões. E é interessante destacar que, na cidade, conforme os dados levantados pelo Jornal CORREIO junto ao Ministério do Trabalho, 526 pessoas perderam o emprego e não conseguiram outra oportunidade de trabalho entre janeiro e julho (número 22 vezes menor que o de beneficiados pelo auxílio). É claro que a medida não auxilia apenas trabalhadores formais desempregados: também se estende aos informais que perderam sua  renda na pandemia. Em Congonhas, que gerou mais 661 empregos nesse período, o auxílio injetou, mensalmente,  R$2,7 milhões.

Mas essa medida, como o próprio nome indica, é emergencial e não pode durar para sempre. Na terça-feira, 1º de setembro, o governo federal anunciou a prorrogação do Auxílio por mais quatro parcelas, mas com o valor reduzido pela metade. A preocupação maior fica por conta de 2021, que ainda é uma incógnita. Sem o auxílio, a realidade tende a se complicar, tornando-se desafiadora, inclusive, para os novos gestores municipais.




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Postado por Redação, no dia 24/09/2020 - 11:24


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