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Comunidade


Feito com material reciclável, ‘cãodomínio’ vira atração no Paulo VI




 

Todos os dias, centenas de cães e gatos amanhecem sem casa e sem comida. Expostos aos perigos das ruas, eles enfrentam a fome, sede e a maldade dos seres humanos. Mas nem todo mundo fecha os olhos para a realidade. No bairro Paulo VI (zona sul), um grupo de pessoas foi além de alimentar os cães, tratados por eles como ‘comunitários’, e resolveu criar um ‘cãodomínio’: “Um dia fui caminhar e vi esses cães. O pessoal cuida como pode, colocando água e comida. Quando eles se machucam, tem uma moça que os leva ao CCZ para serem medicados, mas percebi que eles precisavam de um lugar para morar. E aí tive a ideia de fazer essas casinhas, que se parecem mesmo com um condomínio. Mas como esses inquilinos latem e têm quatro patas, chamamos de cãodomínio”, conta a motogirl Tamara de Magalhães Belo Pereira, 29 anos.

O primeiro passo foi procurar uma madeireira, mas o preço se tornou um obstáculo. Então, o caminho foi utilizar materiais recicláveis: “Nós achamos um maleiro jogado em um terreno baldio e umas tábuas em algumas caçambas. Eu e meu irmão, Tassiano, recolhemos esses materiais e um vizinho doou as telhas. Daí eu e meu marido construímos e pintamos essa estrutura com cinco casinhas”, detalha Tamara.

Colocado no local onde os cães comunitários vivem, o cãodomínio logo despertou a atenção das pessoas. “Nós chegamos a tirar algumas fotos e colocar no Facebook. Vi muita gente compartilhando as postagens, elogiando e tirando fotos do cãodomínio. Eu torço para que outras pessoas adotem a ideia, não só aqui, no Paulo VI, mas nos vários pontos da cidade onde há cães morando nas ruas. Aqui a gente tenta fazer a nossa parte. Como é impossível trazer todos eles para casa, cuidamos deles na rua mesmo, colocando água, comida, uma casinha”, argumenta.

 

Prontos para receber amor

 

A situação vivida pelos cães de rua tocou o coração de Tamara depois que ela e sua família sofreram uma perda. “Em novembro do ano passado, nosso cachorrinho, que estava há 7 anos conosco, morreu. Quando fomos ao CCZ para doar os remédios que ele usava, vimos que lá havia muitos cãezinhos e gatos que precisavam de lares; muitos mesmo. Então, adotamos um cão já de idade. Trouxemos para casa e passamos a cuidar dele e de outro cãozinho comunitário. Mas ainda há muitos cães no CCZ, esperando por um lar. Outros estão por aí, jogados nas ruas. E essa situação ficou pior na pandemia: as pessoas estão soltando os animais nas ruas. Então, eu faço um apelo aqui. Quem puder, acolha  um desses cães ou gatos. Assim como nós, os animais que são abandonados sofrem – só não conseguem pedir ajuda”, finaliza Tamara.

Serviço

Adote um pet

Centro de Controle de Zoonoses (CCZ)

Endereço: rua Pedro Camargo, São Sebastiao

Telefone: (31) 3769-2229




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Postado por Redação, no dia 06/09/2020 - 21:10


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