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Após acusações de negligência, mães saem em defesa do hospital Queluz




Já é comum ver notícias sobre atendimentos em hospitais que desagradaram o paciente ou seus familiares - principalmente quando o caso termina em uma fatalidade (leia a matéria http://www.jornalcorreiodacidade.com.br/noticias/18703-bebe-morre-24-horas-apos-o-parto-e-pais-acusam-hospital-de-negligencia). Mas, desta vez, uma situação inusitada é tema do Jornal CORREIO. Várias mães, muitas delas que tiveram partos difíceis, se uniram para defender o Queluz. Elas contaram sobre o momento em ganharam seus bebês e sobre a estadia deles no berçário, onde receberam atenção e carinho dos funcionários.

Mesmo com a gravidez sendo considerada de risco, Shirley Tavares dos Santos, 39 anos, conta que o nascimento de sua filha foi tranquilo: “Estive no hospital no dia 18 de agosto de 2019. O coraçãozinho da Maria Alice já estava parando de bater na minha barriga, porque tive uma pré-eclâmpsia. Quando cheguei ao hospital, não deu tempo nem de chamar meu médico, mas a doutora Diana estava lá e fez meu parto. Não fosse isso, minha menina teria morrido. Ficamos com medo, achando que a neném ia morrer, porque a glicose dela baixava e subia muito. Mas deu tudo certo. Entrei no Queluz às 6h30 e às 7h15 minha menina já tinha nascido em uma cesariana”.

Depois do nascimento de Maria Alice, Shirley ainda ficou no hospital por 20 dias: “Ficamos lá, porque ela nasceu prematura e pesando 1,3 kg. À noite, ela ficava na incubadora e, quando ia vê-la de madrugada as enfermeiras estavam lá, olhando ela. Tenho que agradecer todas:?Aline, Marinha, Vanilsa, Geralda a Silvia, Enezir. Durante todo esse tempo que fiquei lá, vi o carinho com minha filha, desde o pessoal da faxina até os médicos. Todos a atenderam bem”, contou a moradora de Queluzito, afirmando, ainda, que a estrutura do hospital não deixou a desejar: “Era boa. A limpeza do hospital é ótima. Vi mães de todos os lugares trazendo seus filhos ao mundo e sendo bem atendidas”.

Três filhos nascidos no Queluz

A dona de casa Maria Ivanise Nunes Oliveira, 38 anos, esperava gêmeos e também tinha uma gravidez considerada de risco: “Meus filhos, Gustavo e Guilherme, deveriam nascer em Barbacena, pois são gêmeos. Era uma gravidez de risco, ainda mais que meus partos sempre foram prematuros. Eu cheguei no dia 28 de maio de 2019, por volta das 3h, porque a bolsa tinha estourado e a doutora Diana fez o parto. Foi muito tranquilo, graças a Deus. Às 4h meus dois meninos já tinham nascido. A atenção que recebemos foi muito grande - ainda com o meu menino que nasceu primeiro. Ele quebrou a perninha. Então, fiquei no hospital praticamente 13 dias. O Gustavo ficou 12 dias com a perninha para cima. Não podíamos engessar, por causa do umbigo, e eles cuidaram 100% do meu filho. Meu marido ia lá toda hora para ver como ele estava e em momento nenhum tivemos do que reclamar. Nunca encontrei meu menino sujo; estava sempre tranquilo e bem alimentado. Só tenho o que elogiar sobre as meninas. Minha primeira filha, Giovanna, nasceu lá dia 14 de março de 2011”.

O pai, Dailton Admar de Oliveira, 45, também aprovou o atendimento: “Sei que, às vezes, acontecem coisas inesperadas, como com meu filho, que quebrou a perninha. A médica conversou comigo, me explicou o que teve que fazer para não perder a vida de um dos meninos. Quando ela explicou, até chorei, pois ela falou como se fossem filhos dela. Deu toda a assistência que precisávamos. Só tenho a agradecer e elogiar os funcionários. Vi muitas crianças nascerem e as enfermeiras e médicas sempre trataram com carinho”.

Gêmeos

Moradora do Gagé, Adélia Fernanda da Fonseca Oliveira, 32 anos, também deu à luz a gêmeos: “Arthur Gabriel e Marcus Vinícius nasceram no dia 22 de novembro de 2019. Meu parto foi normal e tranquilo. Durante o tempo em que fiquei lá, meus bebês foram bem tratados e, graças a Deus, não tenho nada a reclamar de ninguém. O Arthur, o maiorzinho, ficou uns 14 dias, e o Marcus, meu menorzinho, ficou 1 mês e dois dias. Durante todo esse tempo, eu e meu marido íamos lá. E quando chegávamos, sempre estavam limpinhos, arrumadinhos e amamentados. Também tive meu menino, hoje com 6 anos, lá. Foi uma experiência positiva também e não tenho nada a reclamar”, pontua.

Parto tranquilo

Lidiane da Conceição Ferreira, 38 anos, esteve no Queluz no dia 13 de julho de 2018, para ter seu filho: “Minha passagem por lá foi tranquila. Fui bem atendida na recepção e as enfermeiras foram super-atenciosas. Não tenho nada a reclamar. Meu parto seria normal, mas o médico viu que o João Miguel estava virado e acabei optando pela cesárea. Tive alta no dia 15 de julho”.

Segundo dona de casa, ela ainda teve suporte quando seu filho precisou: “Meu neném nasceu com a língua presa, mas a fonoaudióloga de lá me tratou muito bem e me deu o encaminhamento para operação. Isso foi três semanas depois do parto. Acredito que seja importante falar as coisas boas do hospital, porque aqui em Lafaiete, pelo Sistema Único de Saúde, é o que temos”, afirma.

Mesmo após morte de bebê, mãe é grata ao hospital

A auxiliar de serviço gerais Fátima de Castro Mendes, de 35 anos, guarda as lembranças da filha, Lavínia, que nasceu com problema respiratório, e também do amor recebido durante o tempo em que ficaram no Queluz: “Minha filha nasceu no dia 2 de fevereiro de 2019 e nós ficamos lá até o dia 16 do mesmo mês. Eu já sabia que ela nasceria precisando de uma cirurgia. A Lavínia foi diagnosticada com hérnia diafragmática e precisava de oxigenação, porque ela se cansava muito. Fiquei 3 dias sem dormir. Ela sentia dores de barriga e chorava até se cansar e ser colocada no oxigênio. O hospital deu todo o suporte e me ajudou em tudo”.

Quando saiu a vaga para Belo Horizonte, Lavínia foi transferida e passou por uma cirurgia, mas não resistiu: “A cirurgia foi complicada, mas tinha dado certo. Então a minha filha pegou uma bactéria, por duas vezes, no pós-operatório, durante sua internação em BH. Ela faleceu com 80 dias de vida. No Queluz foi tranquilo, não tenho o que reclamar. As meninas do hospital, como a Marta, Ivanilde, Aline, olhavam minha filha melhor do que eu. Pegaram amor por ela e, quando ela foi transferida para Belo Horizonte, elas me ligam querendo notícias da ‘nossa pequenininha’, assim que a chamavam”, lembra.

A moradora do São João acredita que é importante mostrar o lado bom do hospital: “Para que outras saibam que as funcionárias do berçário tratam muito bem os bebês. Às vezes, minha filha chorava muito e o plantão da noite tomava conta dela. Quando eu estava dormindo, nem me acordavam, porque sabiam que não tinha descansado nada durante o dia. Tenho um carinho muito grande por todos. No dia em que recebi a transferência da minha filha, as enfermeiras choravam de alegria, porque não aguentavam ver a Lavínia sofrendo. Fiquei muitos dias no hospital sozinha, sem poder ir em casa e a toda ajuda que tive foi lá dentro. Lavínia é minha única filha e Deus levou, mas só tenho a agradecer”, finaliza.




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Postado por Redação, no dia 11/02/2020 - 18:09


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