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Comunidade


Crise faz lafaietenses entrarem cada vez mais cedo no mercado de trabalho




A pindaíba do Brasil, de Minas, da cidade e da região do Alto Paraopeba, tem levado milhares de lafaietenses a entrarem no mercado de trabalho cada vez mais cedo. Chefes de família também têm recorrido a seus cônjuges por causa do desemprego e recolocações com salários mais baixos. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do terceiro trimestre de 2019 mostra que a participação de dependentes no mercado alcançou 60,1% mais que no mesmo período de 2018 (58,8%) e bem acima do registrado em 2014, antes da crise, quando dependentes eram somente 55,8%.
 A falta de experiência e a necessidade de trabalhar, porém, forçam dependentes a aceitarem salários mais baixos e enveredarem pela informalidade, com baixa remuneração e cada vez mais jovens, menores de idade ainda. A necessidade de ajudar no sustento da família fala mais alto e é voz corrente entre as famílias de classe baixa e média de Lafaiete e região. A entrada antecipada e em condições adversas de um jovem no mercado de trabalho, para compensar a perda de renda da família, pode condenar esses trabalhadores a anos de informalidade e baixa remuneração. O ideal ainda, segundo apontam especialistas, é buscar um trabalho com carteira de trabalho e ir melhorando aos poucos, com um curso técnico e estudos. Um dia a oportunidade chega para todos.

 
Família Silva é exemplo de perseverança em Lafaiete
 


A crise que assola o país desde 2016 afetou diretamente a família Silva, do bairro Cachoeira, do patriarca Joaquim Santana da Silva, de 58 anos, auxiliar de educação básica. Na sua residência são cinco pessoas, incluindo ele, dois filhos gêmeos, Darlon e Darley, a filha Dallas, e a mãe Efigênia Silva. Na família, todos trabalham, os filhos desde cedo e a mãe segura a barra dentro de casa. Para completar a renda, os primogênitos chegaram junto no serviço bem cedo e ajudam até hoje no orçamento familiar. Segundo Joaquim, “é um incentivo muito grande os filhos começarem a trabalhar jovens. A oportunidade apareceu e eles foram lá e acabaram indicando outras pessoas. Infelizmente no Brasil, todos precisam trabalhar cedo para ajudar a reforçar o orçamento. Meus rapazes e a moça já conseguem se manter e ajudar em casa e isso é muito importante. No entanto, preferiria que eles estivessem estudando também, pois só o estudo é capaz de transformar as pessoas, mas vejo que ainda não deu, mas não podemos desistir”, observou, ressaltando que Dallas faz curso de enfermagem.
 Na opinião de Silva, o fato de os filhos terem começado a trabalhar cedo reforçou a educação e mostrou a eles a dificuldade de se comprar e adquirir as coisas. O simples fato de comprar um sapato ou uma roupa pra ele, além de ser importante, pelo fato de estar usando seu próprio dinheiro, é uma ajuda dentro de casa. Hoje em dia, a maioria das pessoas, dos filhos, está desempregada e quando um consegue comprar  a sua própria roupa, o seu sapato, e consegue se manter, já é uma grande conquista.  “A crise pega diretamente as pessoas mais humildes e acredito que têm muitas como a gente. Os filhos, hoje, fazendo pra eles já está bom demais e não dependem dos pais”, disse o patriarca da família Silva que, além de ser auxiliar de educação numa escola da cidade, completa a renda com capina e jardinagem”. Para ele, “não dá para ficar só com um emprego, é preciso buscar mais, pois as despesas aumentam e a conta nunca fecha”, disse Joaquim, satisfeito com a situação dos filhos e esperançoso com mais oportunidades. “Eles precisam se movimentar e trabalhar com afinco, que as oportunidades começam a aparecer”.
 O filho Darlon Rafael da Silva, de 21 anos, por sua vez, trabalha na dobra do Jornal CORREIO desde 2014. “Tinha 16 anos na época. Comecei a trabalhar porque apareceu a oportunidade, aí comecei, gostei e até hoje estou lá. Com o meu salário ajudo meus pais, pago alguma conta, compro alguma coisa pra mim e faz bastante diferença no orçamento da casa. Começar a trabalhar cedo foi importante e um grande passo, com isso fui pegando experiência, passei a me comunicar mais lidando com pessoas no dia a dia, e a ter mais responsabilidade”, finalizou Darlon.




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Postado por Redação, no dia 25/01/2020 - 09:55


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