Na semana passada, vimos como a quimioterapia pode aumentar cada vez mais as chances de cura do câncer ou melhorar a qualidade de vida para os pets acometidos pela doença. Nesta semana, vamos ver quais são os tipos de quimioterapia que são indicados de acordo com o tipo de neoplasia e os seus efeitos.
Poliquimioterapia: combinação de mais de um quimioterápico para regredir células em fases diferentes de desenvolvimento.
Quimioterapia curativa: remissão total do tumor, sem uso de outro método terapêutico. Usada em casos específicos de neoplasias, por exemplo, o tumor venéreo transmissível em cães (TVT).
Quimioterapia neoadjuvante: para redução parcial do tumor antes de outro método terapêutico, como para retirada segura do tumor ou evitar/reduzir mutilação, combater células residuais e tratar macro e micrometástases e ou para complementar à radioterapia.
Quimioterapia paliativa: não é curativa; apenas melhora a qualidade e a expectativa de vida do paciente.
Quimioterapia de manutenção: manter a remissão da neoplasia com protocolos menos agressivos.
Quimioterapia de resgate: utilizada após a falha na primeira tentativa ou após retorno da neoplasia, com fármacos ainda não utilizados anteriormente.
De um modo geral, o procedimento médico acontece de uma a três vezes por semana. Além disso, os veterinários seguem doses padronizadas que foram estudadas para ser bem toleradas pela maioria dos pets.
Efeitos
Os efeitos colaterais da quimioterapia têm caráter tóxico e podem ser divididos em agudos (dentro de 24h a 48h após a sessão) ou tardios (2 a 14 dias após a sessão). A toxicidade aguda inclui hipersensibilidade ao quimioterápico, náuseas ou vômito, prurido, edema e lesões avermelhadas. Na toxicidade tardia observa-se imunossupressão de medula óssea e sinais gastrointestinais, como vômito e diarreia. A longo prazo, pode haver disfunção de fígado, coração e rins. A perda de pelos, comum em humanos, é rara na veterinária.
Infelizmente, assim como nos seres humanos, a quimioterapia também deixa efeitos colaterais indesejáveis para os nossos amigos de estimação. Por não atingirem somente as células doentes, mas também algumas saudáveis, os efeitos podem variar de acordo com o grau da medicação injetada. Você pode perceber que seu pet comece com transtornos gastrointestinais, anorexia, vômitos, diarreia, diminuição do número de leucócitos, o que o torna mais propenso às infecções, diminuição dos níveis de plaquetas ou febre. A coloração e o odor da urina também podem variar.
O efeito mais grave é, sem dúvida, a diminuição dos leucócitos. Para combatê-la, assim como os demais efeitos colaterais, o veterinário pode receitar medicamentos específicos para a diminuição de tais incômodos. Este procedimento deve ocorrer somente em clínicas veterinárias que sejam capacitadas e que tenham profissionais habilitados e experientes para a ação. No caso de os efeitos serem muito agudos ou anormais, um veterinário deve ser procurado imediatamente.
Com os avanços da medicina veterinária, hoje já é possível obter a cura de diversos tipos de tumores, principalmente quando detectados e tratados no estágio inicial. Para os mais complicados e severos, é possível reduzir os sintomas e proporcionar maior qualidade de vida ao cão ou gato acometido pela doença. Mas, para isso, é fundamental que barreiras impostas pelo medo e conceitos antigos sobre a doença e seu tratamento com quimioterapia sejam superados. Com isso, você e seu pet só têm a ganhar.
O tratamento não causa sofrimentos para o pet. Pelo contrário: pode salvar sua vida, desde que seja feito corretamente e conforme o diagnóstico e a prescrição.
Wallace Benjamin
Veterinário da Clínica
Veterinária São Francisco
Serviço
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Postado por Redação, no dia 05/12/2019 - 09:31