Os celtas, que habitaram a Europa antes dos romanos, foram um povo que deixou muitas tradições que subsistem até os dias atuais. No dia 31 de outubro, eles comemoravam o fim das colheitas, a entrada do inverno e o ano novo. Povo espiritualista, criou e deixou para posteridade um modus vivendi marcante. Eles acreditavam que, em 31 de outubro, os espíritos surgiam na Terra. Mas para não serem importunados, vestiam fantasias de pano ou couro e usavam máscaras, para se disfarçarem. Já as bruxas se reuniam nessa data, para realizarem seus feitiços e suas malvadezas.
Mas se essa crença nasceu há tanto tempo, em uma civilização com a qual não tivemos contato direto, por que há Halloween no Brasil? Na verdade, os habitantes da Grã-Bretanha mantiveram algumas tradições dos celtas e, quando colonizaram os Estados Unidos, introduziram a cultura que absorveram dos druidas (sacerdotes) e do povo. No Brasil, até os anos 70, não havia movimento referente às festividades do Halloween. Só se tinha algum conhecimento através de filmes americanos.
E foi nessa época que uma lafaietense viajou para os EUA, graças a um intercâmbio de Lions Clubes. No retorno, a essa jovem [da qual, infelizmente, não me recordo o nome], contou sobre as fantasias “aterrorizantes” com as quais os garotos saem de casa em casa, pedindo doces e balas. E que quando não ganham, jogam barro, tomates, ovos nas residências das pessoas. É o chamado “trick or treat”. Samhainofóbico é quem não gosta de Halloween, mas quase todas as famílias participam das festividades. É a época em que mais são vendidos doces, balas e chocolates nos Estados Unidos, além de fantasias, apitos, buzinas, entre outros itens. No Brasil, o Halloween está mais para carnaval “temporão”.
“Jack – O’ Lantern”
Há 20 séculos foi criado o “Dia de Todos Os Santos” que, em inglês, é “All Hallow Days”, que deu origem a palavra Halloween. Reza a lenda que, para ver uma bruxa na noite de 31 de outubro, a pessoa tem que vestir a roupa de “trás para frente” e andar de costas, o que não é fácil. Os americanos e outros povos que comemoram o Halloween usam abóboras com perfurações, imitando olhos e boca, e colocam dentro uma vela acesa, o que dá uma aparência que aterroriza.
É a eterna lenda de “Jack – O’ Lantern”, que surgiu na Grã-Bretanha. Segundo contam, um jovem “muito malandro” enganava a todos, chegando até a enganar, por várias vezes, o próprio “diabo”, que por tal motivo não deixou Jack entrar no inferno. Ele, então, deu-lhe uma brasa, que foi colocada dentro de um nabo, para que o moleque clareasse o caminho: foi condenado a viver na penumbra, mas podia ser visto, quando uma pessoa estivesse no escuro, ao relento. Os americanos trocaram o nabo pela abóbora, que se transformou no símbolo do Halloween.
João Bellavinha
Membro da ACLCL e colaborador do Jornal CORREIO
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Postado por Redação, no dia 31/10/2019 - 10:50
