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Comunidade


Crise bate à porta e comércio fecha dezenas de lojas no Centro

Pelo menos 53 pontos estão parados no momento; mais volátil, setor de alimentação fora de casa é o que mais sente




Aluga-se. Essa mensagem é cada vez mais comum nos pontos comerciais da região central da cidade. Em um levantamento realizado na terça-feira, dia 6, o Jornal CORREIO constatou que a avenida e as quatro principais ruas do Centro abrigam, pelo menos, 53 pontos fechados – 21 só na Prefeito Telésforo Cândido de Resende. Al­guns deles até já estão sendo preparados para novos empreendimentos, o que reforça uma realidade que tem se tornado mais corriqueira: o baixo tempo de duração dos empreendimentos, mesmo após um robusto investimento na estrutura. Vale destacar que a nossa reportagem contabilizou apenas pontos localizados às margens das ruas e nas galerias, sem considerar negócios fechados em prédios comerciais.
Mas o que tem feito tanta gente se arriscar em um novo negócio e abandoná-lo pouco tempo depois? De acordo com o presidente do Sindcomércio, Bento José de Oliveira, a existência de vários pontos comerciais fechados em Lafaiete, neste momento, resulta do aumento de oferta nos últimos anos e também de certa frustração das expectativas de retomada da economia a partir do início deste ano. “Ainda que, no primeiro trimestre deste ano, o comércio da cidade tenha gerado novas vagas de emprego, no segundo trimestre as vendas foram fracas, refletindo questões locais, como as relacionadas à mineração e também o estado geral da economia. É importante lembrar que se esperava que o PIB do Brasil crescesse até 3% este ano. Até agora, esse número não chega a 1%”, observa.
Bento José de Oliveira também aponta para o tipo de negócio que tem se tornado cada vez mais efêmero. “Várias empresas fechadas recentemente na cidade são do segmento de alimentação fora de casa, como bares e restaurantes. Esse segmento se caracteriza por maior volatilidade, por ser atingido mais rapidamente em momentos de crise e também em função de novidades, que levam à abertura de novas empresas”, pontua. Mas há outro ponto que também chama atenção: o preço. A avenida e as ruas citadas ostentam o maior preço de aluguel de Lafaiete, chegando a superar os R$15mil em caso de estruturas de maior porte. Com a queda no faturamento, o custo do aluguel, que é fixo, acaba tendo um impacto nefasto nas finanças – especialmente em novos negócios, quando não há garantias de que a expectativa de faturamento será atingida. Com isso, muita gente tem optado por migrar para zonas mais baratas, como os bairros, onde é possível ocupar espaços maiores com preços mais atrativos. Em alguns casos, limitam suas transações a vendas online e delivery.


O resultado dessa soma de fatores tem sido negativo. Somente no comércio de bens e serviços em Conselheiro Lafaiete, setor representado pelo Sindcomércio, dados levantados pelo Sistema Fecomércio, no primeiro semestre deste ano foram encerradas 35 empresas, enquanto outras 17 foram abertas (saldo de -18). Esses números são parecidos com os do mesmo período de 2018, mas com uma pequena variação de cenário: 30 empresas fechadas e 17 abertas (-13). “Os números um pouco piores que os de 2018 mostram que, de fato, a recuperação esperada ainda não aconteceu. Fica para o segundo semestre deste ano a aposta de que as reformas, como a da Previdência e a Tributária, comecem a refletir na confiança dos consumidores e na geração de empregos, para ativar a economia e reverter a situação atual”, analisa.

 




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Postado por Redação, no dia 16/08/2019 - 11:58


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