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Comunidade


Lafaietenses aprovam lei que proíbe canudos de plástico

Nova regra entra em vigor em abril de 2020; preocupação com a natureza e a fiscalização marca a fala dos entrevistados




Recentemente, a Câmara de Lafaiete aprovou a Lei 5.960, que obriga o fornecimento de canudos de papel biodegradável ou re­ciclável em restaurantes, lanchonetes, bares e si­milares, bem como por vendedores ambulantes, no município de Lafaiete. A lei entra em vi­gor em abril de 2020. E para saber a opinião das pessoas sobre o assunto, fizemos uma enquete em nosso site, e 70% dos participantes aprovaram a iniciativa. Nossa equipe também foi às ruas na manhã de sábado, dia 27 e ouviu o que os lafaietenses an­dam pensando sobre o assunto.
Para algumas pessoas, como a dona de casa Clarice dos Santos, 19 anos, o hábito de não usar canudos já faz parte do cotidiano, mesmo antes da lei entrar em vigor. “Geralmente bebo na garrafinha mesmo. Parece algo muito simples, mas acho importante pensar nisso pela mi­nha filha Maylla, de 2 anos. Temos que buscar essas ações para reduzir a poluição e agredir menos o meio ambiente. Os canudos vão todos para o lixo, e em alguns casos, os animais co­mem e até morrem por causa disso”, opina a mo­radora do Resende (zona leste).
O mundo que deixará para o filho, o pequeno Heitor, de apenas 9 meses, também é o que faz a auxiliar de cozinha, Isa Mara Lorena Fer­nandes, 23 anos, considerar a lei importante: “Se é bom para a natureza, é bom para gente. O plástico demora muito tempo para se decompor. Então, deixar de usá-lo é sempre positivo. Temos que pensar nessas coisas no nosso dia a dia. Eu, por exemplo, não jogo papel no chão: le­vo na bolsa até achar uma lixeira. Sou assim e quero ensinar isso para meu filho, Heitor, de 9 meses. Ele é meu bem mais precioso e eu penso muito no que vou ensinar a ele”.
Morador do bairro São Dimas, o fiscal de loja Diego de Oliveira Silva Nunes, 21 anos, con­fessa que nunca havia parado para pensar sobre o assunto, mas se mostra aberto a aderir à nova ideia: “Olhando assim, é uma lei importante, porque o canudo causa poluição. O que fa­ço pelo meio ambiente é não jogar papel no chão. Nunca parei para pensar o que acontece com o canudo, mas deixaria de usar, sem pro­ble­­ma, porque não tem tanta necessidade, é mais uma questão de costume”, pondera.
Mais experiente, o representante comercial Nel­son Alencar, 54 anos, considera que a lei até pode ser boa, mas que seu sucesso está atrelado a outros fatores, como a fiscalização e até á cultura do brasileiro. “Se as pessoas não se conscientizarem, de nada adianta ter lei”, afirma. Para o mo­rador do Centro, também é preciso avaliar se o biodegradável é, de fato, a melhor opção. “Será que ele resolve mesmo o problema do ponto de vista ecológico? Mil unidades de um biodegradável podem custar R$250 e de um comum, R$10. E aí você fecha a fábrica desse canudo comum e co­loca vários desempregados na rua”, avalia.
Para Nelson Alencar, a saída poderia estar em investir em iniciativas nacionais mais viáveis econômica e ecologicamente: “Há pouco tempo, li uma reportagem sobre um brasileiro na Amazônia que fez um canudo de bambu, que custa 15 vezes menos que o biodegradável - e ainda é melhor. Mas os empresários não va­lorizam o que é nacional. Nasci no Pará, no meio da Amazônia, onde temos a maior floresta do mundo, e vejo que se o ser humano se puder destruir a natureza para ganhar dinheiro, ele vai fazer isso. Então, será que as pessoas se preocupam mesmo com a natureza? Elas pen­sam no canudo, mas precisam pensar no lixo que jogam nas ruas e que provoca as en­chentes. O poder público tem os erros deles, mas as pessoas também”, finaliza.




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Postado por Redação, no dia 08/05/2019 - 15:08


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