Estive, novamente, na semana passada, visitando o rancho Cinco Amigos, no rio Paracatu. Todas as condições eram adversas para a captura de bons exemplares: rio com nível muito baixo, frio e fase da lua desfavorável. Ainda bem que uma boa pescaria não se resume apenas em pegar peixes. Desta vez, os companheiros foram o Albenir (que possui um rancho no mesmo local), Chiquinho e o Pascoal.
Encontramos várias adversidades e o rio Paracatu parece que conhece sua importância para aquela região e teima em sobreviver, apesar das inúmeras situações desfavoráveis. Ao lado de toda degradação provocada pelo homem, sofre agora com a própria ação da natureza, já que está se completando um ciclo de cinco anos sem chuvas regulares, com volume suficiente para recuperar pelo menos um nível regular. Naquela região, quando se encontra um local mais fundo, tem no máximo uns dois metros de profundidade.
Navegar, somente para quem conhece muito, já que em muitos locais do rio é necessário utilizar o motor no 2º estágio. Esta situação provocou a mudança de hábito de alguns moradores da região, que agora usam a rabeta no lugar do motor de popa. Ainda assim, alguns peixes bons foram fisgados, com destaque para os valentes piaus verdadeiros (piapara). Como ponto negativo, destaco o sumiço das matrinchãs, peixe muito abundante naquela região.
Frio
O frio (para se ter uma ideia, foi preciso usar blusa), aliado a um vento forte, tornaram a captura de peixes bem mais difícil. Destaque para os pacus, carinhosamente chamados de CD devido ao seu formato. Com certeza hoje o pacu tem a maior população da bacia do rio São Francisco, devido ao fato de não serem apreciados, pois são peixes com pouca carne e muito difícil de limpar, ainda que seja saboroso frito.
Rodadinha
Como, atualmente, a modalidade de ?rodadinha? estar na moda, aproveitei para fazer um treinamento de sensibilidade, já que o pacu é um exímio ladrão de iscas, oferecendo boa oportunidade a quem quer se aperfeiçoar. Para aqueles que não conhecem, a ?rodadinha? consiste em apoiar no canal do rio e deixar a isca descer ao sabor da correnteza, aumentando, consideravelmente, a possibilidade de se fisgar muitos e bons exemplares. Infelizmente, é um modelo muito caro, que foge às condições da maioria dos pescadores.
Explicando melhor, quatro fatores são essenciais para se praticar a modalidade: 1º - Só pode ser praticada embarcada ? 2º Exige um tratador de qualidade (o ideal é um hidrosemeador, que funciona muito bem, mas é caro), a ceva é imprescindível, geralmente milho e canjiquinha misturados, podendo ainda ter mandioca, soja e outros) ? 3º O equipamento deve ser muito leve. Ainda que possa ser praticada com molinete, o ideal é a carretilha perfil baixo com linha fina, nunca acima de 0,35mm e vara curta de ação leve. Não é necessário domínio da carretilha, já que não são feitos arremessos, apenas solta-se a linha. ? 4º A sensibilidade do pescador. Conheço alguns pescadores que têm todas as condições mas não treinam a sensibilidade.
Apesar de também estarmos apenas aprendendo, estamos na loja Rei do Rio à disposição para trocarmos ideias, principalmente porque estamos sempre em contato com pescadores que já estão num processo mais avançado e pegando muito peixe, mesmo quando a maioria não pega nada. Finalizando, encontra-se na loja Rei do Rio, para venda, um motor Suzuki 8 HP usado, de ótima procedência.
Ronaldo de oliveira
Pescador e empresário
reidorioronaldo@gmail.com
Você está lendo o maior jornal do Alto Paraopeba e um dos maiores do interior de Minas!
Leia e Assine: (31)3763-5987 | (31)98272-3383
Escrito por Pesca, no dia 07/07/2017
