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Educação


Reinvenção do ensino médio



O título original do artigo que vou disponibilizar nesta edição é “Engessado, ensino médio deve se reinventar para atrair alunos. Ele foi publicado pelo jornal O Tempo no dia 13 de abril deste ano. Vale a pena participar da reflexão abaixo:Diz o artigo, adaptado, que 70% dos jovens de 15 a 17 anos não estão no fluxo escolar correto. A expressão fluxo escolar significa a adequação entre idade do aluno e a série que ele deveria estar cursando. Os casos abaixo mostram que essa correspondência não está ocorrendo no Brasil há alguns anos.Ninguém da família de Camila Silva, 14, se formou no ensino médio. Ela quer ser a primeira a cumprir essa etapa. Para grande parte dos estudantes de escolas públicas, sair das séries fundamentais e completar o ciclo básico é um verdadeiro desafio. E Camila tem outro, maior ainda: fazer medicina. Quem a vê em sala da aula não imagina o quão difícil será cumprir esse objetivo, em um universo onde apenas 9% dos brasileiros entre 18 e 24 anos, chegam à universidade.Com referências familiares pouco sólidas e problemas sociais graves, esses adolescentes se deparam com um ensino defasado e/ou desinteressante e não constroem sentido na escola. “As aulas são chatas. É só aquele negócio de a gente chegar, sentar, copiar do quadro e ir embora”, diz Camila.Diz a matéria: A partir de hoje (13/04), O Tempo inicia uma série de matérias sobre a crise vivida na educação e a necessidade de se reinventar o ensino médio e de garantir o direito de conclusão da educação básica. Para isso, destrinchamos um estudo inédito do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), feito em parceria com o Observatório da Juventude da UFMG e que aponta dez desafios para mudar o cenário da exclusão. A reportagem vai abordar dois deles a cada dia.O coordenador da pesquisa, Juarez Dayrell, avalia que “refundar” o ensino médio é palavra de ordem, uma vez que os alunos demandam outro tipo de abordagem. “A forma como a escola se organiza desde o século XIX encontra dificuldade de adequação às necessidades e realidade dos alunos”.Para se ter uma ideia, na faixa de 15 a 17 anos, só 17% dos jovens brasileiros estão no fluxo correto, incluindo os de escolas particulares. Entre os mineiros, cerca de 70% estão em séries atrasadas ou fora da escola, conforme dados de 2010 compilados pelo IBGE-MG.Camila e seus colegas são o retrato de uma geração: a estudante faltou à aula por 52 dias porque não gostava do colégio. Dos 17 alunos que estavam na sala dela no dia em que a reportagem visitou a escola, só 11 deles prestavam atenção ao professor. Os demais estavam de olho no celular.É nesse cenário, presente em todas as redes de ensino médio: muitos de nós professores não sabemos ou não queremos mudar nossa forma de trabalhar de 40 anos atrás. Os alunos não querem saber de mudanças, mas estão rejeitando o modelo que vivem. As famílias de classe média que conseguiram um lugar ao sol graças ao ensino tradicional querem conservá-lo, pois apostam, ainda, que ele garantirá o sucesso dos filhos. Eu me sinto em um beco sem saída. Tudo muito assustador! Olhe o Paraná. O que você diz?

Fonte: Jornal O Tempo. Belo Horizonte. 13 de abril de 2015.



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Escrito por Educação, no dia 18/05/2015




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