Esta semana, nossa coluna tratará de um assunto que muita gente ama e se dedica a saber mais, que são as raças dos cães. Vamos entender mais sobre as raças de cães braquicefálicos, que vocês reconhecem como sharpei, pug, boxer, entre outros. As principais características desses animais são o focinho mais curto, a face arredondada e os olhos arregalados.
Traços diferentes, que geram muita simpatia por parte dos humanos e que os fizeram conquistar os lares brasileiros. De acordo com o senso canino de 2018, entre as 10 raças mais queridas pelas famílias do Brasil, 3 são braquicefálicas, elas são: shih-tzu, pug e buldogue francês.
Realmente, a fisionomia diferente desses pets chama muito a atenção, contudo tais aspectos têm algumas questões importantes, que no universo da clínica veterinária precisamos explicar. Primeiramente, o próprio formato do crânio desses animais propicia alterações anatômicas no sistema respiratório dos mesmos, gerando uma redução nos orifícios nasais (buraquinhos por onde o ar passa no nariz) e um desenvolvimento incompleto da traqueia.
Por isso, o cachorro braquicefálico tem mais dificuldade para respirar, o que o torna mais propenso a ter asma, tosses constantes, espirros e falta de ar. O ronco durante o sono também pode ocorrer em algumas raças braquicefálicas, em consequência do estreitamento ou da obstrução das vias respiratórias, que impedem a passagem do ar de forma completa, gerando o som característico desse problema. É importante ficar atento a altura e a constância dos roncos, pois eles ajudam o tutor a monitorar o grau da dificuldade respiratória do animal e a procurar um médico veterinário para analisar os casos mais graves.
Afinal, esses casos podem estar relacionados à Síndrome Braquicefálica, que decorre da estenose de narinas e do palato mole alongado. A estenose é o estreitamento dos orifícios nasais que ficam reduzidos a uma fenda muito pequena para a passagem de ar. Já o palato mole alongado é quando a parte de trás do céu da boca desses animais é mais estendida que o normal e também dificulta a passagem de ar para a traqueia. Esses dois problemas anatômicos são conhecidos como alterações primárias da síndrome e são tratados cirurgicamente.
A cirurgia consiste na correção das narinas, ou seja, o animal passa pela rinoplastia canina. Neste procedimento cirúrgico, o focinho do cachorro continua sendo curto, mas a formação interna é modificada, retirando-se o excesso de palato mole e aumentando a narina, antes estreitada. Dessa maneira, permitindo que o animal respire melhor e tenha mais qualidade de vida.
Para finalizar, é importante destacar que essas raças necessitam de mais cuidado com a alimentação e controle de peso. Por terem características respiratórias distintas, o excesso de peso pode se transformar em mais um problema para a questão da falta de ar e o comprometimento da saúde do pet. Por isso, nutrição equilibrada e exercícios físicos, como caminhadas, são positivas para manter o cachorro ativo e saudável.
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Escrito por Cuide bem do seu Pet, no dia 25/03/2023
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