É preciso escrever que o casal de sabiás, todos os dias batem no vidro da minha casa. Cantam sem pedir nada em troca. Apenas cantam, a melodia de ambos é linda. Me parece que falam de alegria e de esperança pela liberdade que ambos desfrutam. Olham, certeiramente para o sol maravilhoso, para as nuvens, imaginam tanto quanto no vidro que no céu estão os seus amigos. São pássaros campeões, por enquanto, livres da maldade humana de levá-los a uma gaiola. Estes pássaros que me acordam, que anunciam mais um dia de vida, são os mesmos pássaros que ao entardecer me anunciam na janela de vidro uma noite de paz, de esperança e de descanso. Pássaros amados, não posso me aproximar de vocês, acarecia-los, porque o ser humano, e eu sou um ser humano, lhes inspira o medo. Ainda que eu pudesse fazê-lo, ou seja, lhe tocar para que vocês cantassem nas minhas mãos, eu seria ruim. Meus pássaros amigos, obrigado pelo canto, mas lhes garanto que meu maior prazer é ouvi -los cantarem livres, cantarem a alma da natureza, e sermos amigos mesmo que nunca possamos conversar homem e pássaros.
Silvio Lopes de Almeida Neto
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Escrito por Silvio Lopes, no dia 23/10/2020
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