Desde muito tempo não vislumbro abraços. Um sujeito de poucas palavras, que já não abraçava, escreveu sobre a solitária verdade humana. Disse que o exílio não é solidão, antes, é fuga do anoitecer e do amanhecer. É se manter distante da malta que domina toda a terra. Faça chuva ou sol, que seja primavera, verão, outono ou inverno, as folhas de papel que abraçam todas as palavras, também abraçam espectros. É a derrocada do homem. Disse, outrossim, que o general Albatroz, de corpo robusto, foi leviano, insensato ante o fato. Sendo crespo, ameaçador, não tem afinidade com a sensibilidade de um abraço.Tem ojeriza pelo “mágico de Oz”, por “Dorothy”, mas é amigo de Queiroz. Destarte ante a ausência do abraço, com veemência o sujeito entendeu de promulgar seu aguerrido manifesto, que nasceu no fundo, bem no escuro da caverna.
Sílvio Lopes de Almeida Neto
Junho 29, 2020
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Escrito por Silvio Lopes, no dia 03/07/2020
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