A piracema começou em novembro e termina, oficialmente, no dia 28 de fevereiro. É a época dos peixes se reproduzirem e terem mais sossego, por causa do acúmulo de chuvas, das inundações e, sobretudo, pela cor da água, que fica mais barrenta nos rios e cursos d’água de Minas Gerais. Ocorre que muitos pescadores teimam em pescar exatamente nesta época do ano, quando a maioria das fêmeas estão ovadas ou devem ficar nos próximos dias. Por causa das mudanças climáticas, queimadas e os períodos inclementes de calor, não é possível cravar o momento exato da piracema. Às vezes ela acontece em outubro, novembro, dezembro, janeiro e até em fevereiro, por isso é importante deixar de pescar no período determinado pela legislação.
Recentemente, a coluna flagrou alguns pescadores comemorando o fato de terem ido ao rio São João, no município de Inhaúma, e capturado centenas de lambaris e piaus verdadeiros. Ao analisar os peixes, o colunista pediu para abrir a barriga de uma dúzia e, para espanto geral até do mais indiferente dos jacarés, como diria Frei Tibúrcio, pelo menos 10 estavam ovados e tinham sido mortos irresponsavelmente. Com calma, o colunista mostrou e explicou aos pescadores o tamanho do crime ambiental e o estrago que ele, certamente, vai provocar na natureza daqui a cinco, dez anos. As ovas mortas junto com os peixes, serão jogadas fora junto com a barrigada. Se estivessem dentro do rio, com certeza se transformariam em milhares de alevinos.
É por essas e também por outras que a coluna pede, humildemente, que os pescadores respeitem a natureza e deixem de pescar nos rios nesta época. Sigam para os pesque e pague, que são vários em nossa região. A emoção é a mesma e a natureza estará protegida. Essa postura precisa e deve ser multiplicada, caros companheiros.
P. de Souza
Repórter e pescador
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Escrito por Pesca, no dia 02/02/2020
