“A maior parte dos brasileiros defende que educação sexual e conversas sobre política estejam presentes nas salas de aula do país, segundo revelou pesquisa Datafolha, divulgada nesta segunda-feira (7). De acordo com o levantamento, a aprovação de assuntos políticos nas escolas chega a 71% dos entrevistados. Desses, 54% apoiam totalmente. O percentual de apoio a esse tema nas instituições de ensino é maior do que a discordância em todos os recortes analisados pelo instituto, seja por idade, renda, religião e preferência partidária, por exemplo.
A aprovação por assuntos políticos cresce de acordo com a escolaridade. Entre aqueles que têm ensino superior, 83% concordam com a afirmação. Entre os 28% dos que se opõem à discussão política nas aulas, 20% dizem discordar totalmente. Os outros 8% discordam em parte. Já o apoio à educação sexual nas escolas, mostra a pesquisa, alcança 54%. As mulheres concordam mais do que os homens (56% e 52%, respectivamente), mas fica empatado na margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. De acordo com a pesquisa, quanto maior a escolaridade, maior também concordância com a educação sexual nas escolas. Entre aqueles com ensino superior, por exemplo, o percentual chega a 63%”.
Honestamente, não vejo a possibilidade de os professores e alunos ficarem isentos da vida política nacional e, muito menos, das discussões de temas mais prementes. Será que a máxima de Aristóteles, de que o homem é um animal político, iria perder a força exatamente nesse século de maior esperança para a consolidação das democracias populares e para a tolerância às diversas formas de diversidades culturais e ideológicas? É inconcebível imaginar o MEC negando um princípio longe de ser praticado nas escolas, mas já cristalizado na classe docente, de que é preciso formar um cidadão crítico, criativo e participativo.
Mesmo com os retrocessos atuais dos agentes públicos do MEC, a sociedade brasileira quer ir para frente, em meio às diversidades ideológicas. O que nos estranha é ver um grupo ideológico de direita se identificando com práticas escolares totalmente superadas já no final do século XIX. Apesar de haver consentimento maior, a educação sexual divide mais a opinião. O Datafolha mostra que, enquanto 35% das pessoas concordam totalmente, os que desaprovam totalmente também somam outros 35%.
Segundo o instituto, a oposição à educação sexual só é superior em dois grupos: entre os que dizem ter votado em Bolsonaro (54% discordam com a adoção do tema) e entre evangélicos (53%). Os dois temas são sensíveis por parte de grupos conservadores e religiosos. Projetos como o Escola sem Partido, que prevê a proibição do que chama de “prática de doutrinação política e ideológica”, ganharam notoriedade nos últimos anos.
O Datafolha ouviu 2.077 em 130 municípios, nos dias 18 e 19 de dezembro. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
José Antônio dos Santos
Mestre pela UFSJ e membro das ACLCL.
Contato – joseantonio281@hotmail.com
Texto de Clara Cerioni, comentado.
Disponível em DataFolha.
Acesso aos 07/01/2019
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Escrito por Educação, no dia 26/04/2019