O ano letivo está acabando e as pesquisas sobre qualidade na formação de futuros professores são alarmantes. Muitos cursos de Pedagogia têm a pecha de aligeirados e superficiais. Pela formação a distância, a situação se agrava. A prova disso é a porcentagem baixíssima de cursos que consegui- ram nota máxima no indicador de qualidade. Apenas 0,5% dos cursos de formação de professores a distância têm nota máxima no indicador de qualidade do governo federal. Na modalidade presencial, esse percentual é de 2,5%.
A educação a distância é a aposta para expansão do ensino superior, principalmente nas instituições particulares. Quase metade (46,8%) dos alunos de licenciaturas (que formam professores) está em cursos a distância. A baixa qualidade da formação dos futuros professores é apontada como um dos entraves para a melhoria da educação. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação, divulgou na terça-feira, 18 de dezembro, os indicadores de qualidade de cursos superiores e de instituições com dados relacionados a 2017.
Os cursos são classificados pelo Conceito Preliminar de Curso (CPC), indicador que leva em conta notas de uma prova feita por concluintes (o Enade) e informações como o perfil de titulação de professores. Esse conceito tem uma escala de 1 a 5 - cursos com CPC 1 e 2 são considerados insatisfatórios e podem ter sua autorização de funcionamento comprometida. Apesar de ter percentual menor de graduações com notas 5 e 4, as licenciaturas a distância têm um volume menor entre os níveis considerados inadequados: 7,1%. Entre as licenciaturas presenciais, são 8,8%.
De acordo com a presidente do Inep, Maria Inês Fini, os cursos de formação de professores a distância têm cumprido papel importante e não podem ser analisados com preconceito. "A educação a distância sofre um preconceito absurdo. Há uma crença por parte de alguns educadores de que precisa estar na presença do sujeito para saber o que ele está pensando. Temos processos interativos, metodologias ativas, mil maneiras para dirigir aprendizagem dos alunos", disse ela. "O maior interessado no resultado positivo é o aluno."
Pessoalmente, sou defensor ferrenho da formação a distância. Essa modalidade é antiga. Já demonstrou em países, como Inglaterra, que funciona, quando levada a sério. O grande problema é esse: ser levada a sério. Essa modalidade será a marca do futuro. Mas, para chegar a isso no Brasil, os estudantes e professores terão de mudar sua cultura escolar. Há um sem número de alunos que ainda têm a mentalidade de querer levar vantagem em tudo e de atalhar a qualidade, buscando caminhos não éticos de fraudes e mentiras. Isso desqualifica qualquer tentativa de trabalho sério a distância. Sem dizer que outro grupo grande de alunos torce para o ?quanto pior, melhor?, pois não querem ser cobrados, visando apenas o diploma. Isso tem contribuído para os fracassos dos resultados de muitos cursos de graduação a distância. Eu não disse todos. Que isso fique claro.
José Antônio dos Santos
Mestre pela UFSJ e membro da ACLCL
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Escrito por Educação, no dia 04/01/2019