Entramos nas redes sociais e elas invadiram nossas vidas. Quem é você nas redes sociais? Como estão as relações humanas nas redes? Você sai com quem não posta fotos? Acredita nos perfis colocados nas redes? Cair nas redes pode ser um grande achado ou não. É um risco. A matéria é de Gabriela Longman, que apresenta entrevista da Folha de São Paulo com Andrea Iorio, que comanda o Tinder América Latina há cinco anos. O texto fala sobre as competências dos novos profissionais digitais. Segundo ele, as relações tendem a durar cada vez menos. Vale salientar que ele tem hoje 35 anos, solteiro. Isso mostra que a época está produzindo adultos novos, cuja análise madura mostra que novos talentos estão sendo capazes de analisar, avaliar e sugerir rumos aos novos tempos, para as novas gerações. Ainda bem, não é?
?Mais e mais, as plataformas de tecnologia passam a pautar a maneira como a sociedade se organiza. Museus e restaurantes planejam seus espaços pensando no Instagram, e a própria Folha publicou um ?Tinder? eleitoral, em que o eleitor pode dar Match com seus candidatos. Como avalia essa tendência?
Há uma mudança no ponto de contato. Se o ponto de contato, originalmente, era offline, cara a cara. Hoje em dia, ele é digital. As redes sociais vêm transformando o padrão de comportamento e essas plataformas vêm para facilitar e complementar a experiência na vida real. O lado bom é que as chances de conexão entre pessoas, estabelecimentos, negócios aumentam exponencialmente. Mas tem o desafio permanente de não substituir a experiência humana, e sim, complementá-la positivamente.
Qual é a especificidade da América Latina, e mais especificamente do Brasil, nesse tipo de plataforma?
A? primeira coisa é que é a região que tem o tempo de uso médio nas plataformas sociais mais alto do mundo. O Brasil e a Argentina foram públicos pioneiros em plataformas como MSN Messenger ou, no caso específico do Brasil, no Orkut, e o que a gente está vendo é uma evolução, um desdobramento daquilo. Por tempo gasto na internet, o Brasil está, pelo menos, no top cinco. A gente tenta entender o que há por trás da demanda, destrinchar os fatores dessa abertura social pela via digital, já que outras regiões e culturas mais tradicionais não têm a mesma receptividade.
Você lê estudos e tratados sobre o amor em tempos digitais?
Leio? muito, até para tentar melhorar a experiência do produto. Da teoria do Amor Líquido do [Zygmunt] Bauman até pesquisas mais detalhadas, vemos que a necessidade de estarmos conectados sempre existiu, mas, antigamente, a gente costumava ficar mais restrito. Sabemos, por exemplo, que a partir das plataformas digitais, o número de casamentos entre pessoas de círculos sociais diferentes ? classe, religião, raça, gênero ? tem aumentado. Por outro lado, na medida em que as barreiras diminuem, as relações duram menos e sofrem o famoso ?fear of missing out? [medo de estar perdendo algo], uma espécie de constante insatisfação que faz as pessoas pularem mais de relacionamento, de emprego, em ciclos mais curtos. Meus avós, Armando e Bruna, nasceram em Savona e passaram a vida juntos. É algo que a gente vai ver cada vez menos. Não é melhor nem pior, mas diferente.
Continua...
Fonte ? Disponível na Folha de São Paulo.
José Antônio dos Santos
Mestre pela UFSJ e membro ACLCL
Contato: joseantonio281@hotmail.com
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Escrito por Educação, no dia 05/10/2018