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Esporte


Pedido de verba tenta ?misturar água e óleo?



Como utilizar a verba liberada pelo governo estadual, atendendo a emenda parlamentar do Deputado Glaycon Franco? Esta é a situação gerada após a verba ser liberada em nome da Liga de Desportos de Conselheiro Lafaiete (LDCL). Buscando solucionar o impasse que se criou, o secretário municipal de Governo, Dylan Franco, convocou Adjalma Ferreira, presidente da LDCL, Nelson Severiano, presidente da Aredesma, Bruno Santiago e Abraão Tavares, representando o futebol varzeano. Para estas entidades foram destinados R$90mil - sendo R$30 mil para cada uma.

O encontro se deu no gabinete da prefeitura. Também compareceram Nelson Marinho, da Aredesma, Douglas Carvalho e Betinho, da assessoria do deputado Glaycon, além da presença exclusiva de nossa reportagem. Os interessados apresentaram suas explicações em torno do impasse, já que Adjalma Ferreira, da Liga, informou ao pessoal do futebol varzeano a necessidade do pagamento de uma mensalidade no valor de R$100 por clube, devido ao trabalho gerado para a administração e prestação de conta da destinação da verba ao órgão estadual.

A princípio, os dirigentes de clubes varzeanos não concordaram com este pagamento. ?Temos que pagar para usar uma verba que foi liberada para nós??, questionaram alguns dirigentes, conforme informou Tavares.  Em relação à Aredesma, o presidente Nelsinho informou que verificaria junto aos clubes filiados, em torno de 15, em uma reunião no dia 28, especialmente sobre esta taxa de administração, visto que o valor de R$30 mil seria o suficiente para o pagamento da arbitragem nas quatro competições organizadas pela entidade no ano.

Orçamento

Adjalma apresentou os dados que foram inseridos no cronograma enviado à Assembleia Legislativa e disse que, para administrar e prestar conta da verba exclusiva para o custeio de arbitragem, iria ter um gasto com funcionário, informática e demais custos no valor de R$8.700, calculados em 10 meses, e que caberia a cada entidade uma parcela total de R$2.900. Adjalma informou, ainda, que seria contratada uma empresa de arbitragem por meio de licitação e que a parcela da Liga seria utilizada com o custeio da arbitragem na Taça Vermetal. Seguindo a matemática apresentada, foi falado que seria liberado, para a várzea, o custeio de 82 partidas, equivalente ao valor destinado. Dividindo-se os R$30 mil por 82, observa-se que cada arbitragem custaria R$365 em cada partida. Para a Aredesma, seriam liberadas 73 partidas, o que proporcionaria um custo total de R$26.645, gerando uma sobra de R$3.350,00.

De acordo com Abraão Tavares, os clubes varzeanos se reuniriam na noite do dia 1º de março, no Poliesportivo Municipal, quando ele explicaria novamente aos dirigentes a necessidade apresentada pela Liga. Dylan Franco mencionou a necessidade de se trabalhar unidos em prol do futebol da cidade. ?Unidos temos força. Precisamos fortalecer o nosso futebol?, enfatizou o secretário, que sugeriu a elaboração de um documento/compromisso para ser assinado pelos interessados. Betinho destacou o grande número de competições promovidas na cidade, com apoio da prefeitura ou através de emendas do deputado Glaycon Franco. Hoje, a Semel custeia a Copa Lafaiete e a verba estadual será utilizada com uma competição no segundo semestre.

O projeto para a liberação da verba foi feito em nome da Liga, atendendo a uma solicitação da assessoria do deputado, já que a entidade tinha toda a documentação exigida pela Assembleia. O projeto foi apresentado no fim de 2017, como lembrado pelo Nelsinho, ?no apagar das luzes. E só assim a verba poderia ser liberada?.

Observação

O que se observa é que nas contas apresentadas e nas que serão feitas, os números apresentados e os que ainda surgirão não devem ser vistos com os mesmos ?bons olhos? de cada grupo interessado. O futebol varzeano reclama que, em outras situações similares, eles foram prejudicados e que, por isso, entendem que não dá certo esta fórmula de liberação de verba. A Aredesma é mais passiva e esta é a primeira vez que tem acesso a verba desse modo. A Liga, por sua vez, passa por um momento de descrédito na administração direta e na indireta, que cada vez mais está enraizada na entidade, agindo muito ?por trás dos panos?, de uma forma que tem gerado muitas dúvidas e comentários pela atuação dessas pessoas e por seus próprios comportamentos. Descrédito porque não consegue reunir um número suficiente de clubes para as disputas e o enraizamento que se dá por parte de pessoas que não conseguiram administrar abertamente a entidade e, hoje, ocupam cargos de extrema confiança. 

A Liga tem que resolver o caso do campeonato amador adulto de 2014, que se arrasta pelo tempo, mas este é um assunto que não é nem mencionado nas resenhas. Reconhecemos que alguma coisa, alguma concessão, um acordo, tem que ser feito para solucionar a ?pendenga? desta verba. Tem que haver empenho entre as partes. O que não pode é  permitir que parte da verba seja devolvida por incompetência.

Antigamente, a Liga e o futebol varzeano andavam de mãos dadas, usavam o mesmo espaço, na rua Carijós, havia confraternização com ambos. Mas, pelo menos até aqui, fica claro que, quando o assunto é verba, o futebol amador e o varzeano não conseguem se alinhar. E este é um assunto de conhecimento geral no mundo da bola pela cidade. Que para as próximas liberações de verbas sejam feitas com o devido critério, no devido tempo, sem tentar misturar ?água e óleo?. (Amauri Machado)



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Escrito por Esporte, no dia 08/03/2018




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